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L – Gosta de cantar?
A – Não.
L – E de homem?
A – Adoro.
L – Que acha de Noel Rosa?
A – Divino.
L – E Pixinguinha?
A – Idem.
L – Gosta de cachorro?
A – Muitíssimo.
L – E de comida?
A – Um pouco chato a gente ter de comer.
L – Que acha do uísque falsificado?
A – É a morte.
L – Trocaria um tango por uma palestra?
A – Troco sempre.
L – Qual o maior cantor de todas as épocas?
A – Meu bom Sílvio Caldas.
L – Seu mal é comentar o passado?
A – Vivo do presente, de acôrdo com minha religião.
L – Qual a sua religião?
A – Protestante.
L – Dos livros da Bíblia, qual o seu preferido?
A – O Eclesiastes, aquilo é puro existencialismo.
L – Podendo salvar apenas um, quem livraria de um naufrágio, Caími ou Paulinho Soledade?
A – Caími.
L – Que acha do Barão Stuckart?
A – Não tenho palavras (ou palavrões) para defini-lo.
L – Cite um novo que valha a pena?
A – Antônio Maria.
L – Já cantou músicas dele?
A – Fui eu quem mais gravei músicas de Maria.
L – Com sucesso?
A – Noel, na época, também não fazia sucesso.
P – Já teve vontade de ter um capote agneau rasé?
A – Não gosto de capotes.
L – E de granfinos?
A – Uma quadrilha de chatos, chatos com galochas.
L – E de Bidú Sayão?
A – Rabolina de Bayer.
L – Gosta da popularidade?
A – Detesto.
L – E de homens de bigodinho?
A – Gosto e você sabe, tenho dois deles.
L – Defina um louco?
A – Um sujeito que se viu livre.
L – Ary Barroso?
A – Gosta de cartaz e de pixar os amigos.
L – Quem não deveria ter morrido?
A – Na minha família não morre ninguém há cincoenta anos.
L – Para terminar, diga alguma coisa que ainda não foi perguntada?
A – Gostaria de falar com entusiasmo sôbre São Paulo, minha maior ternura.