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A faca de volta ao pescoço do STF?

Uma mistura de AI-5 com facismo barato aliada a um jornalismo boquirroto cópia tosca do Lacerdismo é o que resta,  depois só Harakiri.

A faca no pescoço do STF não só voltou com cresceu e tem como eu sempre defendi aqui no blog um núcleo duro chamado Millenium. Segue abaixo o que veio nas últimas horas da redações P.I.G:

Merval Pereira:

“(…)Em resumo, estarão em jogo valores como a ética na política, uma demanda mundial na ordem do dia. A defesa tentará fragmentar a atuação de cada réu, explorando a linha dos direitos individuais contra a ação opressora do Estado. Já a Procuradoria-Geral da República coloca em julgamento a necessidade de moralidade na administração pública. O pensamento dos ministros que dirigem dois dos tribunais superiores paira sobre o julgamento: a ministra Carmem Lucia, do Tribunal Superior Eleitoral outro dia desabafou dizendo que ninguém aguenta mais tanta corrupção. E o presidente do próprio Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto já declarou que três leis no país podem acabar com a cultura da impunidade existente:a Lei da Ficha Limpa, a de Acesso à Informação, e a da Improbidade Administrativa, de 1992, que considera “revolucionária” no conteúdo, mas precisa ser praticada.”

Ricardo Noblat:

“(…) O julgamento marcado para começar nesta quinta-feira não revelará o PT que temos por que esse já sabemos qual é. Revelará o STF que temos. Um STF capaz de ignorar o clamor popular pela condenação dos acusados – e assim afirmar sua independência. Ou um STF capaz de ouvir o clamor – e assim dar o basta mais forte à impunidade. Da redemocratização do país para cá, dois dos três poderes da República se viram expostos a sucessivas avaliações da sociedade – o Executivo e o Legislativo. Esse último foi reprovado todas as vezes. Chegou a hora do Judiciário, o poder mais refratário a qualquer tipo de exame. O mais fechado. O mais autocrático. Oremos por ele!”

 

Reinaldo Azevedo:

“(…) Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber vão dizer se o Brasil deve ou não tolerar essa sem-vergonhice. E, ao dizê-lo, cada um deles estará expondo, queira ou não, a sua própria moral — que é sempre individual — e o seu entendimento da ética. Ao julgar os mensaleiros, os ministros estarão também se revelando à sociedade. Eles dirão se o Brasil tem futuro ou é só uma boa ideia que ficou no passado, sequestrada por pilantras.”


Jornla Valor Econômico:

“(…)É certo que a sociedade brasileira não aceita mais e está farta da impunidade, principalmente de políticos repetidas vezes flagrados com a mão no dinheiro público. Ao Supremo cabe analisar meticulosamente as provas e aplicar as sentenças adequadas a cada caso, seja condenação ou absolvição, com bom senso e equilíbrio, nos termos da lei e da Constituição da qual é o guardião. Mas todo cuidado é pouco.O STF deve se precaver também de surpresas espetaculares de última hora com o intuito de apenas tumultuar o maior julgamento. No futuro, a decisão dos 11 ministros será um capítulo importante da história do país. Cada ministro poderá ser objeto de um verbete glorioso, como aqueles que foram cassados pelo AI-5, em 1969, por não compactuarem com os desejos autoritários da ditadura militar, ou ser despejados pelo ralo da história, quando o julgamento for olhado em perspectiva, nas décadas seguintes.”


Antonio Fernades de Souza para O Globo:

“(…) O julgamento do mensalão será político ou técnico?

Quando você assume a responsabilidade de um cargo, a grandeza que é o cargo de ministro do Supremo ou de procurador-geral, está compromissado em agir exatamente conforme manda a lei e com os elementos que você tem na mão. Nenhum ministro do Supremo adotará posição que não tenha respaldo nos autos. Eles vão ter que justificar o voto. Eles não podem dizer “eu absolvo” ou “eu condeno”. Vão ter que dizer “eu vou condenar porque encontrei tais provas” ou “eu vou absolver porque tais e tais provas me conduzem a uma dúvida”. Não vejo preocupação. O julgamento vai ser técnico no sentido de que vão arrolar elementos de convencimento. É isso que todo mundo espera. Os ministros do Supremo devem agir assim. Os ministros não estão com a faca no pescoço? A pressão de julgar tantas figuras influentes é grande. Só quem pode dizer são eles.(…)”
Redação

Redação

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