Jornal GGN – A proposta de acordo comercial entre Brasil e China, como proposta pelo ministro da Economia Paulo Guedes nesta quarta-feira (13), tem um cenário desafiador para o setor produtivo brasileiro.
Basicamente, o acordo dependerá do aval dos outros países que integram o Mercosul para ser consolidado, mas isso também colocaria em risco todos os avanços que o Brasil obteve em relação a outros blocos econômicos, ficando de fora do acordo Mercosul-União Europeia, por exemplo.
Além disso, outras áreas da economia podem ser comprometidas pelo acordo, uma vez que a China não segue todas as regras internacionais de comércio – e isso impede que uma relação comercial totalmente livre seja estabelecida. “Seria suicídio industrial coletivo”, na visão de José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Uma análise da balança comercial brasileira também sinaliza a tendência que pode ser ampliada caso o acordo seja estabelecido, com o predomínio da exportação de commodities agrícolas e minerais, e a importação de manufatura e itens acabados como já tem acontecido.
Segundo dados do Ministério da Economia, a balança comercial com a China está superavitária em US$ 21,457 bilhões no período de janeiro a outubro de 2019, resultado de US$ 51,534 bilhões em exportações e US$ 30,077 bilhões em importações.
Ao longo desse período, a China puxou a demanda por produtos como soja, óleos brutos de petróleo, minério de ferro, celulose e carne de frango, entre outros produtos. No lado da importação, o Brasil comprou aparelhos transmissores ou receptores, demais produtos manufaturados e plataformas de perfuração ou exploração. O que comprova a tendência do Brasil ser um exportador de commodities e itens básicos para a China, enquanto compra itens manufaturados e com maior valor agregado.
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