Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

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  • Pesquisa Ibope/Estadão/Globo

    Ibope: em cenário estável, Dilma venceria no 2º turno

    Estadão Blog Radar Político REDAÇÃO......Terça-Feira 22/07/14

    Levantamento aponta estabilidade na disputa presidencial

    Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli

    Pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela Rede Globo mostra estabilidade na disputa presidencial. A presidente Dilma Rousseff (PT) soma 38% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, de 15 de junho, Dilma tinha 39%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, tem 22% das intenções de voto, ante 21% do levantamento anterior. O candidato do PSB, Eduardo Campos, tem 8% das intenções de voto – eram 10% na pesquisa anterior. As oscilações estão todas dentro da margem de erro. Nas simulações de segundo turno, Dilma venceria tanto Aécio quanto Eduardo, por 8 pontos e por 12 pontos, respectivamente.

    Completando a chapa do primeiro turno, o pastor Everaldo (PSC) é escolhido por 3% dos eleitores, mesmo patamar anterior. Luciana Genro (PSOL), José Maria (PSTU) e Eduardo Jorge (PV) têm 1% cada. Outros nanicos somam 1%. Brancos e nulos são 16% e indecisos, 9%. Na pesquisa de junho, brancos e nulos eram 13% e indecisos, 8%.

    2º turno. No cenário de segundo turno contra o tucano, Dilma soma 41% das intenções de voto contra 33% de Aécio. Brancos e nulos são 18% e indecisos, 8%. Na pesquisa anterior, de meados de junho, Dilma tinha 43% e Aécio, 30%. No levantamento do início de junho, a petista tinha 42% contra 33% do tucano.

    Quando Eduardo é o adversário, a presidente tem 41% das intenções de voto contra 29% do pessebista. Brancos e nulos somam 20% e indecisos, 10%. Na pesquisa imediatamente anterior, Dilma tinha 43% contra 27% de Campos. No levantamento do início de junho, a petista tinha 41% ante 30% de Campos.

    Espontânea Na pesquisa espontânea, Dilma Rousseff é citada por 26% dos eleitores. Aécio Neves é mencionado por 12% e Eduardo Campos, por 4%. Outros somam 2%, brancos e nulos, 17%, e 39% não sabem ou não responderam.

    Rejeição. As taxas de rejeição a Dilma e Aécio oscilaram negativamente de junho para cá. No mês passado, 38% dos eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum na presidente. Hoje são 36%. No mesmo período, a rejeição ao tucano variou de 18% para 16%.

    A taxa de rejeição a Eduardo Campos caiu de 13% para 8%, e a do pastor Everaldo foi de 18% para 11%. Segundo o levantamento, 13% disseram que poderiam votar em todos os candidatos.Favoritismo. A maioria absoluta dos eleitores acredita que Dilma vai se reeleger em outubro. Para 16%, Aécio Neves, é o favorito na disputa. Apenas 5% acreditam que o próximo presidente será Eduardo Campos. Quase um quarto dos eleitores (24%) não soube responder à questão

    Metodologia. O levantamento do Ibope foi realizado entre os dias 18 e 21 de julho, por encomenda da Rede Globo e do jornal O Estado de S.Paulo. Foram feitas 2002 entrevistas em todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-235/2014.

    URL:

    http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2014/07/22/ibope-em-cenario-estavel-dilma-venceria-no-2o-turno/

  • A imprensa e o aeroporto da família de Aécio Neves: Foi Minas!

    Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

    Os leitores da Folha de S. Paulo foram surpreendidos no domingo (20/7) por um ataque indireto ao senador Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República. “Minas fez aeroporto em fazenda de tio de Aécio”, dizia a manchete do diário paulista. No texto logo abaixo, o jornal conta que, quando governador, em 2010, Aécio mandou construir, com dinheiro público, um aeroporto na fazenda de um tio, que o senador usa regularmente para visitar uma propriedade da família.

    A obra custou R$ 14 milhões e só serve à família do senador ou a aeronaves que ela autoriza, pois o governo de Minas nunca entregou à ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, os papéis necessários à sua homologação. Portanto, objetivamente, a instalação segue sendo uma obra privada feita com dinheiro público.

    Na mesma edição e em texto de tamanho proporcional à reportagem que faz a denúncia, a assessoria do senador responde que a escolha do local levou em conta apenas aspectos técnicos, não considerando que a propriedade do imóvel favorecia diretamente o então governador.

    O Estado de S. Paulo reproduziu no mesmo dia a denúncia da Folha, em um texto maiscurto, incluindo a defesa de Aécio Neves, acrescentando que no local havia uma pista construída em 1983 por seu avô, Tancredo Neves, quando era governador do Estado. Ou seja, a família se beneficia das instalações há mais de trinta anos, agora modernizadas com recursos do Estado. Ou há outra interpretação para a sequência de notícias?

    Na segunda-feira (21), os dois jornais paulistas voltam ao assunto, para oferecer um amplo espaço à defesa do candidato tucano, e o Globo entra na história, publicando com destaque a justificativa de Aécio Neves, sem ter publicado antes a denúncia.

    O conjunto do noticiário serve de modelo para o leitor entender o estilo que deverá marcar a imprensa hegemônica até o fim da campanha eleitoral: para amenizar as suspeitas de que tende para um dos lados da disputa, dá-se, como se dizia antigamente, uma no cravo, outra na ferradura.

    Aeroporto particular
    O cuidado em amenizar o efeito da reportagem diz muito sobre a atenção que a imprensa dedica ao seu candidato preferencial. Diante de um fato que induz claramente à conclusão de que a família Neves transformou um antigo campo de pouso em aeroporto particular com dinheiro público, e que a decisão de tocar a obra foi feita pelo então governador Aécio Neves, qual é a alternativa?

    Já que não se pode esconder o fato, cria-se na própria denúncia a condição propícia à defesa. A começar pelos títulos: tanto na Folha como no Estado, não foi o então governador quem autorizou o uso de dinheiro público no interesse da própria família: foi “Minas”. Ora, “Minas” não pratica atos de ofício, “Minas” não assina autorização para obras com ou sem licitação. Quem assina é o governante, e o governante é agora candidato a presidente da República.

    Alguém imagina uma manchete do tipo “Brasil propõe regulamentação de Conselhos Sociais?” Não: em condições normais de relativa autonomia, os jornais personalizam os atos oficiais.

    De que, então, tratava a manchete da Folha no domingo? Tratava do cuidado mínimo que o jornal precisa dedicar à cobertura da disputa eleitoral, porque o engajamento permanente e descarado em uma ou outra candidatura pode prejudicar outros interesses da própria empresa que edita o diário. Por exemplo, se o público desenvolver a convicção de que a Folha apoia explicitamente uma candidatura em detrimento das outras, quanta confiança será depositada em futuras pesquisas do Datafolha?

    Então, se determinado fato não pode deixar de ser publicado, porque a omissão colocaria em risco a credibilidade do jornal, dá-se um jeito de preservar no que for possível a reputação do candidato acusado.

    Em nenhuma outra ocasião, nos muitos escândalos que a imprensa reportou nos últimos anos, a autoria foi desviada do personagem central para a figura diáfana do Estado. Apenas como referência, no caso que tinha como acusado o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, não se leu nos jornais que “Brasília é condenada por improbidade administrativa”.

    Mas no caso do aeroporto privado feito com dinheiro público, não foi o então governador quem cometeu o malfeito: foi “Minas”.

  • Falam os militares russos. Afinal!

    Falam os militares russos. Afinal!

    21/7/2014, The Saker, The Vineyard of the Saker
    The Russian military finally speaks!
    Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


    The Saker

     Finalmente! Os militares russos decidiram falar sobre um pouco do que já sabem que aconteceu ao voo MH17. Foi evento russo típico: os intérpretes, pouco menos que *horríveis* (falo como ex-intérprete militar que sou); os grafismos, horrorosamente mal desenhados (usaram um bombardeiro SU-24 para representar um totalmente diferente SU-25 para apoio aéreo); e nada de sessão de perguntas & respostas com os jornalistas. Vejam vocês mesmos:

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=KSpeo5RcQQo%5D

     Ainda assim, algumas poucas coisas muito interessantes resultaram daquela conferência de imprensa.

    Primeiro, os Ukies foram apanhados na mentira sobre não terem armas antiaéreas na área do desastre. Haviam dito que não havia baterias antiaéreas naquela área. Os russos exibiram as trilhas gravadas de radar, que revelam o seguinte: havia lá o que parece ser uma aeronave militar (sem transponder) voando abaixo de 5 mil metros, a qual começou repentinamente a subir apenas alguns instantes antes de o MH17 ser atingido por alguma espécie de míssil.

    Essa aeronave não identificada lá estava e lá ficou e observou enquanto o MH17 caía rumo ao chão. Os russos acrescentaram que um SU-25 armado com um míssil R-60 ar-ar poderia ter derrubado o MH17. Pode ser. Mas o que é garantido é que os radares civis, sim, detectaram essa estranha aeronave Ukie.

    Mas, atenção: essas observações foram recolhidas de radares *civis*.

    Aparentemente, os russos não estão querendo partilhar dados de seus radares militares. Por isso é que a misteriosa aeronave Ukie aparece em 5 mil metros de altitude e em seguida “some” novamente. Mas vocês podem ter absoluta certeza de que os radares militares, especialmente os do AWACS A-50 russo [Airborne Warning and Control System / Sistema Aéreo de Alerta e Controle], sim, sim, rastrearam aquela aeronave antes e depois de sua estranha manobra.

    Mais uma vez, parece-me que os russos têm esperanças de que os especialistas cheguem às conclusões corretas a partir só do que viram hoje; e que os russos não precisem revelar muito mais. Mas não há absolutamente nenhuma dúvida de que os russos têm o quadro completo e sabem exatamente o que aconteceu.

    Segundo, os russos estão desafiando seus colegas norte-americanos a exibir as imagens que eles dizem que mostrariam o lançamento do foguete BukM1. Os russos também chamaram atenção para a interessante coincidência de que havia um satélite experimental dos EUA, de detecção de lançamento, sobrevoando exatamente aquela área, no momento da tragédia.

    Claramente, os russos estão apontando aos especialistas mundiais alguma espécie de pista que já encontraram (mas ainda não sei com certeza que pista é essa).

    Terceiro, os russos exibiram suas próprias imagens recebidas de satélites e que mostram que uma bateria de BukM1 foi deslocada pouco antes do acidente (vídeo no fim do parágrafo). Será interessante ouvir o que dizem os Ukies para explicar o que se vê nessas imagens. E, se explicarem, como explicarão?

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=476LHsr2SWM%5D

     Como evento de informação ao grande público, essa conferência de imprensa merece, no máximo, nota 7,5. Mas como sessão para distribuir informação relevante a especialistas, aí, sim, daria nota bem melhor: 9,0.

    Agora já há prova muito sólida de que os Ukies mentiram pelo menos duas vezes:

    (1) Mentiram ao divulgar vídeos falsos em que se viam os mísseis como se estivessem sendo levados de volta para a Rússia (o filme foi feito em território ocupado pelos Ukies);

    (2) mentiram também, quando negaram que houvesse qualquer avião militar na área, porque, na verdade, havia um; e muito, muito próximo do MH17. Essa é mentira gigantesca; os Ukies muito penarão tentando desqualificar a informação dos russos.


    Destroços do MH17 - Foto de 17/7/2014

    Como disse em meu primeiro postado sobre o MH17, não tenho esperança alguma de que a plutocracia ocidental algum dia admita que a Junta de Kiev derrubou aquele avião. O mesmo vale para o “jornalismo” da imprensa-empresa press-tituta. Mas tenho esperança de que o mundo chegue a ver essa tragédia pelo que ela realmente é: ataque-complô deliberado [orig. false flag attack], executado pela Junta nazista de Kiev, para inculpar os russos.

    Como DavidChandler disse corretamente sobre o 11/9/2001, a prova de que houve tentativa de desencaminhar a investigação é, ela mesma, prova de que houve conspiração e crime.

    Fonte: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/07/falam-os-militares-russos-afinal.html

  • A pista fantasma de Montezuma, cidade de menos de 8.000 hab.

    Tijolaço

    Outro aecioporto: a pista fantasma de Montezuma, cidade de menos de oito mil habitantes

     

    22 de julho de 2014 | 23:04 Autor: Fernando Brito 

    Montezuma é uma pequena cidade no pobre Norte de MInas.

    Tem, como se dizia no meu tempo, menos de oito mil almas: 7.900, segundo o IBGE.

    Mas tem, também, a Perfil Agropecuária e Florestal, empresa de Aécio Neves e de sua irmã, Andréa Neves, da qual já eram sócios e, agora, herdeiros de seu pai, o ex-deputado Aécio Cunha.

    Uma “terrinha” de apenas 950 hectares – ou 9.500.000 metros quadrados, ou 950 campos oficiais de futebol, para nós, urbanos, pouco acostumados a essas grandezas.

    Ganha em usucapião do próprio Estado de Minas Gerais, onde eram devolutas.

    O ex-Governador Newton Cardoso, o “Newtão”, tem negócios na região.

    E, no seu governo, nos anos 80, mandou construir um aeroporto, de cascalho, para pequenos aviões pousarem na “cidade” de Montezuma.

    Municipio que está em 438° lugar em população entre todas as municipalidades mineiras.

    Pois não é que no Governo de Aécio Neves, aquela pista foi asfaltada para receber até mesmo jatinhos?

    Não consegui apurar o valor da obra.

    Mas achei uma foto da cabeceira da pista, já asfaltada, no site Em tempo real, de Luís Cláudio Guedes.

    E a matéria no Diário Oficial de Minas Gerais comprovando que as obras foram feitas no governo Aécio Neves, pelo governo estadual.

    Porque o aeroporto é municipal.

    E, segundo o testemunho dos moradores, passa meses a fio fechado, sem receber um único avião.

    Pobre Montezuma, não merecia essa maldição.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=19333

     

  • "Por mais que Lula e Dilma

    "Por mais que Lula e Dilma jurem fidelidade eterna, o fato é que os assessores de um e de outro entraram em rota de colisão ao definir os rumos da campanha. De um lado, Franklin Martins e Gilberto Carvalho, mais próximos a Lula, defendem uma estratégia ofensiva contra a oposição e a mídia aliada; de outro, os colaboradores mais próximos de Dilma, tendo à frente o marqueteiro João Santana, preferem tocar o barco sem fazer marola até começar a propaganda na TV"

    Dilma sozinha na estrada; Aécio vira vidraça

    A apenas 76 dias da abertura das urnas e 24 do início do horário eleitoral na televisão, Dilma Rousseff continua liderando as pesquisas, mas a presidente me parece cada vez mais sozinha na estrada, com a campanha à reeleição mostrando rachaduras no governo, no partido e na base aliada.

    Mais do que os números preocupantes do último Datafolha, que mostraram crescimento nos índices de rejeição da candidata e desaprovação ao seu governo, já apontando para um segundo turno contra Aécio Neves, é o quadro econômico desfavorável a principal razão das defecções nos Estados e dos atritos entre dilmistas e lulistas no comando da campanha.

    A semana começa com a projeção do PIB para este ano caindo pela primeira vez abaixo de 1% (0,97%), mantendo a curva descendente registrada nos últimos meses. A este crescimento abaixo das previsões do governo, soma-se a renitente taxa de inflação, que no momento aponta para 6,44% no ano. Estes constituem os principais adversários de Dilma nas eleições de 2014, já que Aécio Neves e Eduardo Campos, na mesma pesquisa, não saem do lugar.

    Por mais que Lula e Dilma jurem fidelidade eterna, o fato é que os assessores de um e de outro entraram em rota de colisão ao definir os rumos da campanha. De um lado, Franklin Martins e Gilberto Carvalho, mais próximos a Lula, defendem uma estratégia ofensiva contra a oposição e a mídia aliada; de outro, os colaboradores mais próximos de Dilma, tendo à frente o marqueteiro João Santana, preferem tocar o barco sem fazer marola até começar a propaganda na TV, em que a presidente tem o dobro do tempo de seus principais concorrentes juntos.

    A solidão de Dilma fica mais patente quando se nota que raros são os que saem em defesa das políticas do governo, mesmo entre seus ministros. Boa parte das lideranças empresarias e sindicais que apoiaram a presidente em 2010 agora estão na moita ou pularam para o outro lado, como acontece com muitos aliados do PMDB, um partido ainda de caciques regionais que procuram, em primeiro lugar, salvar a própria pele.

    Até aqui, o candidato tucano nadou de braçada no embalo da mídia amiga, ao centrar sua campanha em denúncias de corrupção no governo e críticas à política econômica de Dilma, sem apresentar propostas viáveis para os problemas que o país enfrenta.

    Algo, porém, fugiu do controle no último final de semana, e pode alterar o cenário até aqui favorável desenhado pelas pesquisas. Não por acaso, a "Folha", único dos grandes grupos de mídia que não faz parte do Instituto Millenium, rompeu a rede de proteção montada para Aécio Neves, ao dar em manchete uma grave denúncia contra o candidato do PSDB, algo até então inédito na nossa isenta imprensa.

    Segundo o jornal, já no fim do seu segundo mandato, Aécio gastou R$ 14 milhões do governo mineiro para construir um aeroporto em terras da sua família, no município de Cláudio. Em longa nota divulgada por sua assessoria, o candidato contesta a reportagem: "Todas as atitudes do governo de Minas Gerais referentes ao aeroporto de Cláudio se deram dentro da mais absoluta transparência e lisura". Aécio só não explicou por que as chaves do aeroporto ficam com seu tio-avô Múcio Guimarães Tolentino, dono da área desapropriada pelo governo.

    O caso da desapropriação está na Justiça e o Ministério Público de Minas Gerais anunciou que vai abrir inquérito civil para investigar a construção do aeroporto. Em política, sabe-se, já entra perdendo quem precisa se defender em histórias no mínimo controversas como a desta obra público-privada.

    Resta saber como vai reagir o candidato tucano, agora que passou de estilingue a vidraça, ele que se habituou conviver com uma mídia familiar sempre dócil, parceira dos seus projetos políticos.

    Muita água ainda vai correr por baixo da ponte nesta campanha eleitoral. A imprensa prestaria um bom serviço ao país se agisse sempre assim, mostrando os prós e contras de todos os candidatos, com a mesma régua. Não custa nada sonhar, mas a julgar pela parca repercussão do assunto nos outros veículos, ainda estamos longe disso.

    Vida que segue.

    http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2014/07/21/dilma-sozinha-na-estrada-fica-a-espera-da-tv/

  • Empreiteira que fez obra doou

    Empreiteira que fez obra doou para tucano

    A empresa responsável pelas obras no aeroporto de Cláudio, Vilasa Construções Ltda., doou recursos para a campanha de Aécio Neves ao governo de Minas em 2006. Além do atual senador, seu sucessor no Executivo estadual, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), também recebeu doação da construtora para a campanha ao governo em 2010.

    Segundo as prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral, Aécio recebeu três doações da empresa em 2006, totalizando R$ 67 mil. Já na disputa seguinte pelo governo mineiro, a campanha de Anastasia - que deixou o cargo em abril para disputar uma vaga no Senado, além de coordenar a elaboração do programa de governo do presidenciável tucano -, recebeu doação oficial de R$ 20 mil da construtora.

    Nesta segunda-feira, 21, a reportagem tentou falar com algum representante da empresa, mas ninguém atendeu o telefone na sede da construtora no início da noite. A assessoria da coligação Muda Brasil, da candidatura de Aécio à Presidência, informou que as doações foram feitas de forma legal e declaradas à Justiça, como exige a legislação eleitoral. "Nunca houve qualquer tipo de favorecimento ou discriminação em razão de doações eleitorais", afirmou a coligação por meio de nota. "Registre-se também que, em outras eleições, a mesma empresa fez doações a candidatos de outros partidos, inclusive o PT", acrescenta o documento.

    Nas eleições ao governo de Minas em 2006 e 2010, Aécio e Anastasia foram, respectivamente, os únicos candidatos que receberam doações da Vilasa. Aécio declarou gastos de R$ 19,4 milhões na sua disputa à reeleição ao Executivo estadual, enquanto a campanha de Anastasia declarou à Justiça Eleitoral gastos de R$ 38 milhões em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1607827-empreiteira-que-fez-obra-doou-para-tucano

  • Candidatos fazem apostas

    Candidatos fazem apostas diferentes no mapa global

    Política externa do Brasil será fortemente aprofundada ou radicalmente alterada, a depender de quem vença as eleições outubro; presidente Dilma Rousseff vai repicar aposta em fortalecimento dos Brics e da Unasul; senador Aécio Neves e ex-governador Eduardo Campos, ao contrário, querem promover aproximação com Estados Unidos e acelerar acordos bilaterais de comércio, em lugar de negociações em grupo; "Nossa atual política externa privilegia o alinhamento ideológico", disse Aécio; "O Mercosul não pode impedir o Brasil de avançar", registrou Campos; "O Mercosul garante empregos no Brasil e na região", demarca Dilma; divergências de sobra

    Aceleração no rumo atual ou guinada de 180 graus em relação ao caminho percorrido nos últimos 12 anos em matéria de política externa. Não é menos do que isso o que irá ocorrer com a política externa brasileira a partir do resultado das eleições de outubro. As visões de mundo dos três principais candidatos são em tudo diferentes entre si. E, cada um ao seu modo, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos não escondem as pistas do que pretendem fazer caso estejam à frente do governo a partir de 2015.

    Jogando pesado no fortalecimento do Mercosul e da Unasul como blocos de cooperação econômica e alinhamento político, a presidente Dilma Rousseff verá sua construção regional deslizar como um castelo de areia tanto na opção do público por Aécio, como na escolha a favor de Campos.

    Falando a membros da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo, no mês passado, quando transmitiu as linhas gerais de sua plataforma externa, o candidato do PSB deixou claro não tem  o eixo Mercosul-Unasul como prioridade. "Precisamos de uma diplomacia comercial de resultados", disse Campos. "É muito melhor realizar acordos bilaterais do que enfrentar as dificuldades de convencer todo um bloco de países a fazer o mesmo". Ele se comprometeu a derrubar barreiras tarifárias existentes na relação com os EUA  e aproximar as duas economias. "O Mercosul não pode ser um peso para o Brasil. Temos de agir rápido para crescer e criar empregos. Não dá para esperar até que todas resolvam seguir juntos".

    Um dos responsáveis pelo programa de política externa do PSDB, em ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa já anuncia que, se Aécio Neves se eleger, haverá uma ruptura completa com as diretrizes da atual política externa do País. "Haverá uma reavaliação das prioridades estratégicas", registrou ele, citando o programa para a área internacional recém-divulgado pelo tucano.

    Pessoalmente, Aécio quer mudar todo o modo de relacionamento com os vizinhos da América do Sul. Ele e o PSDB são opositores de primeira hora do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, frios em relação à Argentina de Christina Kirchner e adversário ideológicos de presidentes como Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Corrêa, do Equador. Com o Chile de Michele Bachelet, no entanto, o diálogo poderá ser mais próximo. Quem deu a pista foi o ex-presidente Fernando Henrique:

    - Encaramos a Aliança do Pacífico (da qual o Chile participa com os Estados Unidos) como uma oportunidade de integração do continente. Se o Brasil jogar o seu peso, o Mercosul também vai convergir para esse caminho. Mas com Dilma, a Aliança continuará sendo vista como uma ameaça para a integração.

    O próprio Aécio tem batido duro na política externa do governo. Ontem, ele se encontrou com o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, para entender, do ponto de vista europeu, o que está impedindo a assinatura de um acordo comercial com o Mercosul.

    - Infelizmente, nossa atual política externa privilegia o alinhamento ideológico em detrimento de parcerias comerciais, atacou o candidato do PSDB. "No momento em que o atual governo deixar de buscar apenas aliança com os seus vizinhos, mas alianças que possam ajudar a desenvolver a nossa economia, o entendimento com a União Europeia vai avançar".

    É completamente diversa a visão da presidente Dilma. Ela acaba de liderar a aproximação dos Brics com os países da Unasul, bloco político que o Brasil ajudou a fundar. O governo brasileiro, num detalhe, deu tratamento privilegiado ao presidente de Cuba, Raúl Castro, que pernoitou na Granja do Torto, e a própria Dilma, ao receber o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou as posições do país nos conflitos do Oriente Médio e em apoio a posições brasileiras na ONU, em especial a discussão sobre a espionagem promovida da governo dos EUA. O episódio da descoberta de grampos sobre os computadores da presidente levou Dilma, no ano passado, a cancelar uma vista de Estado a Washington.

    Fã do fortalecimento dos laços políticos entre os países latino-americanos, Dilma, sempre que pode, elogia o Mercosul que seus adversários tentarão esvaziar:

    - Com medidas reconhecidas como legais pela OMC, o Mercosul tem conseguido proteger as economias e os empregos da nossa região.

    http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/147537/Candidatos-fazem-apostas-diferentes-no-mapa-global.htm

  • Cerco à 'Máfia dos

    Cerco à 'Máfia dos Transplantes' atinge deputado do PSDB

    Justiça de Minas Gerais pede investigação de deputado Carlos Mosconi por suposta participação na quadrilha acusada de operar uma central clandestina de órgãos

    “São pessoas de bem e bons profissionais”, escreveu o médico e deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB-MG) no Facebook, no último dia 7 de fevereiro, sobre seus colegas de profissão: Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Sérgio Gaspar. Na mesma data em que ele postou a mensagem os três foram condenados à prisão pela Justiça de Minas Gerais. Os médicos retiraram os órgãos de um menino de 10 anos quando ele ainda estava vivo, em Poços de Caldas (MG), em abril de 2000. Segundo a Justiça mineira, a intenção dos réus era vender rins e córneas do garoto, em mais uma ação da ‘Máfia dos Transplantes’.

    A solidariedade do deputado em seu perfil na rede social é só mais um indício da estreita ligação entre ele e os condenados. Mas somente agora, após 14 anos da divulgação do caso, a relação poderá ser esclarecida. Além de determinar a pena dos colegas de Mosconi, a sentença do juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, determina que o deputado seja investigado o mais rápido possível por suas “supostas atividades ilícitas” ao lado dos réus. O escândalo foi divulgado por CartaCapital em três reportagens. Outro médico também citado nos processos, o nefrologista, Álvaro Ianhez, será levado a júri no próximo dia 31 de julho.

    Há 14 anos, o menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, deu entrada no Hospital Pedro Sanches, em Poços de Caldas, depois de cair de uma altura de 10 metros no playground de seu prédio. O garoto estava consciente e conversava, mas apresentava traumatismo craniano e teve que passar por uma cirurgia. No dia seguinte, o pai da criança, Paulo Pavesi, foi informado da morte do filho e da possibilidade de doar os órgãos. Ele autorizou a retirada.

    Algum tempo depois, Pavesi recebeu uma conta de R$ 11 mil do hospital. A cobrança incluía, entre outras coisas, os gastos com o transplante feito no garoto. Intrigado, ele resolveu pesquisar e descobriu que a operação para retirada de órgãos é feita com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, não pode ser cobrada. O pai denunciou o hospital, então, ao programa Fantástico, da TV Globo. A reportagem levou o então ministro da Saúde José Serra (PSDB-SP) a pedir uma auditoria na unidade. O que se descobriu foi que a irregularidade era apenas parte de um esquema de venda de órgãos gerenciada por uma central clandestina, a MG Sul Transplantes. A central estava registrada como uma ONG e usava um nome similar ao do órgão estadual responsável por este tipo de procedimento, a MG Transplante.

    O menino Paulinho foi atendido pelo médico nefrologista Álvaro Ianhez, coordenador do setor de transplantes do hospital e, ao mesmo tempo, um dos fundadores da ONG MG Sul Transplantes. Com a ajuda de Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Sérgio Gaspar, Ianhez decretou a morte encefálica do garoto quando ele ainda estava sedado. O único exame feito pela equipe, contudo, atestou que não havia morte cerebral. Nada disso impediu que os médicos prosseguissem com a retirada dos órgãos.

    A reportagem de CartaCapital teve acesso à integra da sentença do juiz Narciso Alvarenga. De acordo com o magistrado, as investigações revelaram outros oito casos semelhantes. “Tudo corria bem, achavam que era mais um paciente pobre, de família com baixa instrução, e ainda era feriado. Até que tentaram cobrar também pelo transplante, a ganância foi muita. A partir daí se descobriu um verdadeiro filme de horror”, resumiu Alvarenga.

    E foi a apuração dessas denúncias que colocou em evidência o nome do deputado Mosconi. Na última sentença, ele é citado 70 vezes. Entre os indícios apontados pelo juiz do que seria sua participação no esquema estão provas que mostram que o tucano é um dos fundadores da MG Sul Transplantes, a ONG clandestina apontada como a agenciadora dos órgãos.

    “Os órgãos não foram distribuídos pela CNCDO (Central de Notificação e Captação de Órgãos), a MG Transplantes, e sim pela central clandestina MG Sul Transplantes, coordenada por Álvaro Ianhez e idealizada por Carlos Mosconi”, conclui o juiz na sentença.

    A prova de que ambos foram os criadores da instituição é um texto no Jornal Brasileiro dos Transplantes, que noticia a fundação da ONG. O documento que formaliza a criação e foi publicado pelo jornal é assinado por Mosconi e alguns dos médicos condenados, como Celso Scafi e Cláudio Rogério. “Tal entidade manipulava uma lista própria de receptores, interestadual, juntamente com outra entidade, a Pro Rim”. Ainda segundo o texto judicial a Pro Rim era dirigida por Lourival Batista, conhecido por ser o primeiro transplantado de Poços de Caldas. E quem fez a cirurgia em Batista? Justamente Carlos Mosconi.

    “A Pro Rim gerenciava uma lista própria de receptores de órgãos. Sendo que a lei fala que tem que ser uma lista única, municipal, estadual ou nacional. Essa lista era interestadual, e tinha pacientes de cidades vizinhas, no estado de são Paulo. São irregularidades e ilegalidades sérias”, explica o juiz.

    O pedido de investigação do tucano também se baseia em um depoimento do pai do menino Paulinho. No último mês de junho, a Justiça brasileira solicitou que Paulo Pavesi fosse ouvido por autoridades inglesas, pois o gerente de sistemas vive hoje em Londres sob proteção policial, após receber ameaças.

    “As investigações feitas por autoridades brasileiras descobriram dezenas de crimes, em diversos casos semelhantes ao do meu filho. Em geral, os pacientes tiveram seus tratamentos terapêuticos suspensos ou negligenciados propositalmente e foram empurrados para a morte a fim de fornecer órgãos para transplantes. Álvaro Ianhez criou uma rede de captação e distribuição de órgãos completamente clandestina, com o auxílio e proteção política de Carlos Mosconi. [...]. Carlos Mosconi possui o controle política da cidade. Ele comanda a polícia, o Ministério Público, os órgãos de fiscalização municipal e até estadual”, afirmou Pavesi, em depoimento às autoridades inglesas.

    O deputado tucano teria usado, por exemplo, sua influência para desaparecer com provas. O delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da PF, revelou na época a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha (MG). A carta, segundo o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.

    Episódios como este levaram a Justiça e o Ministério Público a classificarem o esquema como uma “máfia”. Cerca de dois anos depois da morte do menino Paulinho, o diretor da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, Claudio Marcondes, foi encontrado morto dentro do próprio carro com um tiro na boca. Com base em depoimentos que constam nos autos, o juiz afirma que Marcondes teria gravações de conversas comprometedoras dos médicos envolvidos no tráfico de órgãos.

    A arma encontrada no local nunca foi periciada e sumiu. Além disso, as mãos de Marcondes foram lavadas, raspadas e enfaixadas, o que impossibilitou qualquer exame para saber se foi ele mesmo quem atirou contra si próprio. Segundo a Justiça, o carro da vítima ainda foi lavado duas vezes por Sérgio Roberto Lopes. Ex-PM, “Serjão” fecha o círculo em torno de Mosconi. Segundo o juiz Narciso Alvarenga, Sérgio era advogado da Santa Casa e foi levado para a política pelo deputado tucano. Ele seria ainda o responsável pelo estatuto da Pro Rim, a entidade parceira da MG Sul Transplantes.

    A sentença ainda alerta para a possibilidade de que o deputado esteja por trás de outros negócios escusos. Uma das maiores fornecedoras de equipamentos hospitalares da Santa Casa de Poços é a empresa Mantiqueira Distribuidora de Produtos Hospitalares. A companhia está registrada nos nomes dos filhos de Mosconi, mas ele seria o dono. O deputado destinaria emendas ou recursos para o hospital que, por sua vez, usaria a verba para comprar equipamentos da Mantiqueira.

    Se for mesmo investigado, Mosconi terá de conciliar sua defesa com mais uma campanha eleitoral. Ele é candidato a deputado federal pelo PSDB.

    Outro lado

    Os advogados de todos os acusados citados na reportagem negam que a MG Sul Transplantes tenha sido uma central clandestina. Eles se baseiam em uma decisão da Justiça Federal que desmente a existência tanto da “máfia” como afirma ainda que a ONG estava regularizada nos devidos órgãos.

    Em entrevista à reportagem, o deputado estadual Carlos Mosconi também afirmou que nunca participou de nenhum esquema de tráfico de órgãos. Na opinião dele, os médicos estão sendo injustiçados. “Eu não tenho nenhum envolvimento nessa história. Tem uma denúncia caluniosa feita pelo pai da criança, pelo Pavesi, que sempre teve um grande ódio em relação a minha pessoa”, afirma. Ele explica que entrou com várias representações na Justiça contra o juiz Narciso Alvarenga Monteiro de Castro por conta de sua atuação e classifica as denúncias como “políticas”, ao citar que o caso também foi divulgado em blog do PT.

    Sobre as denúncias relacionadas à empresa Mantiqueira, o tucano confirma que a companhia é de um de seus filhos, mas diz que não sabe com quais hospitais ele tem negócios. “Vendem para o Brasil inteiro. Meu filho é empresário”, se defende. Ele garante, no entanto, que na época em que a Santa Casa recebeu um empréstimo para quitar dívidas, a empresa Mantiqueira não tinha negócios com a unidade de saúde.

    O defensor de Álvaro Ianhez, Leonardo Bandeira, nega que ele tenha participado, tanto do diagnóstico como do transplante do menino Paulinho. Bandeira também defende o médico João Alberto Góes, que é réu em outros casos relacionados à suposta máfia, mas critica a sentença do juiz por afirmar a existência do esquema de tráfico de órgãos. O advogado dos médicos Celso Scafi e Cláudio Fernandes, José Arthur Kalil, desmente a informação de que a criança não teria tido morte cerebral. Segundo ele, o exame confirmou que a criança teve morte encefálica. Ele ainda explica que seus clientes fizeram todos os exames.

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/cerco-a-mafia-dos-transplantes-atinge-deputado-do-psdb-5009.html

  • Mídia internacional aprova a

    Mídia internacional aprova a Copa no Brasil

    Pesquisa do Ministério do Turismo revela que Mundial deixou uma boa imagem no imaginário dos jornalistas internacionais

      

    O governo federal conseguiu reverter a imagem negativa da Copa no Brasil, ao menos na mídia internacional. Mais da metade dos jornalistas estrangeiros que atuaram na cobertura do megaevento esportivo tiveram as suas expectativas superadas e a esmagadora maioria, 98,6%, avalia o Mundial de 2014 como “muito bom” ou “bom”. As conclusões são de uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo e realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

    Ao todo, foram consultados 438 profissionais entre os dias 19 de junho e 2 de julho. Com média de idade de 37 anos, esses jornalistas atuam em grandes conglomerados de mídia, entre eles a Fox Sports, a ESPN, a Deutsche Presse-Agentur e Clarín.

    “As previsões catastróficas não resistiram aos fatos. Antes do evento, falava-se em caos nas ruas, estádios inacabados, paralisia dos aeroportos. Foi gerada uma expectativa muito negativa, sem lastro com a realidade”, avalia o ministro do Turismo, Vinícius Lages, em entrevista a CartaCapital. “Não tinha a menor dúvida de que receberíamos bem os turistas, como estamos habituados a fazer no carnaval e no Réveillon.”

    De modo geral, os itens de infraestrutura do Brasil receberam boas avaliações dos jornalistas estrangeiros, com destaque para os aeroportos (88% de aprovação), os táxis (87,7%), a segurança pública (81,8%) e a limpeza urbana (80,4%). As principais queixas se concentraram nos costumeiros problemas com a telefonia e o acesso à internet e na mobilidade urbana, com 47,9% e 32,1% de reprovação, respectivamente.

    “O governo tem se esforçado para induzir a expansão da telefonia móvel, das redes WiFi e de tecnologia 4G. De fato, tivemos uma sobrecarga de transmissão de dados durante o evento, até porque essa foi a Copa dos selfies e das redes sociais. Mas não houve apagão, apenas problemas pontuais”, diz Lages.

    Os serviços também foram bem apreciados, sobretudo os atrativos turísticos (98,4% de avaliações positivas), a diversão noturna (96,2%) e a facilidade para obter o visto brasileiro (93,2%). A maior dificuldade dos estrangeiros foi encontrar atendimento ou material turístico em seu próprio idioma, aspecto negativo destacado por mais de um terço dos entrevistados.

    O trabalho dos funcionários e voluntários da Copa foram bem avaliados por 96% dos jornalistas estrangeiros, assim como as festas da Fifa e a infraestrutura dos estádios, com um índice de aprovação próximo de 90%. Por outro lado, metade dos entrevistados avaliou mal os estacionamentos próximos aos estádios e 38,7% não gostou da festa de abertura do Mundial.

    Os preços dos atrativos turísticos e do transporte público foram considerados adequados pela maioria dos entrevistados. Por outro lado, as tarifas de hospedagem, táxi e passagens aéreas no Brasil eram caras demais para a maior parte dos jornalistas. No caso dos serviços hoteleiros, sete em cada dez entrevistados reclamaram dos preços praticados pelo mercado brasileiro.

    “Durante um megaevento, é natural haver um preço um pouco inflacionado, até 15% mais caro”, justifica o ministro. “Quem visitar Cannes, na França, durante o festival de cinema perceberá isso. Além disso, o custo de vida no Brasil é um pouco mais elevado que o dos nossos vizinhos da América do Sul.”

    A despeito das críticas pontuais, mais de 90% dos entrevistados concordam, totalmente ou em parte, que o Brasil é um bom destino turístico e seu povo é respeitoso e hospitaleiro com os visitantes. Não por acaso, 96,5% deles recomendaria aos amigos, familiares ou ao próprio público uma viagem ao País.

     

    Com efeito, a imagem do Brasil teve uma sensível melhora ao longo dos 32 dias de competição. Pouco antes da Copa, os jornalistas estrangeiros destacavam como pontos positivos do país-sede a alegria popular (17,7%), suas belezas naturais (13,4%), sua tradição no futebol (11,3%) e a hospitalidade do povo (10,6%). Entre os aspectos negativos, a insegurança (20,5%) e os problemas socioeconômicos (11,3%) foram os mais citados.

    Próximo ao fim do torneio, a imagem do Brasil melhorou para seis em cada dez entrevistados. A visão otimista sobre a hospitalidade (24,4%) e a alegria do povo (20,5%) aumentou, enquanto a sensação de insegurança reduziu consideravelmente, com apenas 5,3% das menções. “Não é perigoso como diziam”, ponderaram vários profissionais. A imagem de uma nação com graves problemas sociais manteve-se, porém, inalterada. “É um país muito alegre, com paisagens muito bonitas e comidas muito boas e muito ricas. Mas com muita desigualdade”, observou um dos jornalistas estrangeiros ao responder o extenso questionário.

    Agora, o desafio do governo é transformar essa imagem positiva em pacotes turísticos. Anualmente, o Brasil recebe perto de 6 milhões de visitantes estrangeiros por ano. O Plano Nacional de Turismo tem como meta elevar o número para 7,9 milhões até 2016. Lages diz não ter como garantir o cumprimento da meta, mas prevê um crescimento entre 5% e 10% a cada ano.

    “Cerca de 100 milhões de chineses visitam outros países a cada ano, mas somente 60 mil deles vêm ao Brasil”, lamenta o ministro. “Eles são grandes consumidores de produtos brasileiros, como o café. Precisamos mostrar a eles que esse café vem do Cerrado, uma região com paisagens belíssimas, que bem perto dali está o Pantanal. Se conseguirmos vender nossos produtos associado à imagem do nosso País, tenho certeza de que ampliaremos muito o nosso turismo. E a Copa nos ajudou muito a vender uma boa imagem do Brasil para o mundo.”

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/midia-internacional-aprova-a-copa-no-brasil-7705.html

     

  • Os EUA e a Operação Condor:

    Os EUA e a Operação Condor: “o maldito jogo de xadrez da morte”

    Latuff

    Livro Os anos do lobo, da premiada escritora e jornalista argentina Stella Calloni, revela “a conspiração assassina” contra a democracia na região

    21/07/2014

    Leonardo Wexell Severo

    de São Paulo (SP) 

    “A Operação Condor foi uma conspiração assassina entre serviços de segurança da Argentina, Chile, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia, destinada a rastrear e eliminar adversários políticos sem preocupar-se com as fronteiras ou os limites. Operação Condor era o código para aquela multinacional do crime, cuja origem estava nas imensas oficinas da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Burô Federal de Investigação (FBI), nos Estados Unidos”. 

    O “maldito jogo de xadrez da morte” foi descrito pela premiada escritora e jornalista argentina Stella Calloni em seu livro Os anos do lobo – Operação Condor (Peña Lillo – Ediciones Continente, Buenos Aires, 1999), no qual expõe “a política exterior de Washington em carne viva”. 

    Prefaciada por Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz de 1980, a obra descreve com riqueza de detalhes o envolvimento dos Estados Unidos na sequência de golpes, particularmente no Cone Sul. 

    No ano em que se completam 50 anos da derrubada do governo de João Goulart, a publicação é mais do que um estímulo à reflexão sobre os interesses geopolíticos do imperialismo e das suas transnacionais. 

    De acordo com Stella, “os EUA proporcionaram inspiração, financiamento e assistência técnica à repressão e podem haver plantado as sementes da Operação Condor. A CIA promoveu uma maior coordenação entre os serviços de Inteligência da região. Um historiador estadunidense atribui a uma operação da CIA a organização das primeiras reuniões entre funcionários de segurança uruguaios e argentinos para vigiar os exilados políticos. A CIA também atuou como intermediária nas reuniões entre os dirigentes dos esquadrões da morte brasileiros, argentinos e uruguaios”. 

    Porém, assegura a autora, “os Estados Unidos fizeram mais do que organizar os encontros: a equipe de serviços técnicos da CIA subministrou equipamentos de tortura elétrica a brasileiros e argentinos e ofereceu assessoramento sobre o grau de choques que o corpo humano poderia resistir”. Afinal, conforme advertiam os professores dos torturadores: “o ser vivo pode dar informação e um cadáver não”. 

    “Os agentes de segurança latino-americanos também receberam treinamento da CIA quanto à fabricação de bombas, na sede da Oficina de Segurança Pública do Departamento de Estado do Texas”, informa ainda Stella. 

    O alerta de Perón

    “As mãos dos Estados Unidos estão manchadas com o sangue de milhares de latino-americanos caídos na luta pela liberdade e independência”, já alertava o líder argentino Juan Domingo Perón, ressaltando que “se equivocam os que afirmam a respeito dos EUA que estamos vivendo um período de calma”. 

    “Que calma é esta quando estão realizando todo tipo de atividades secretas, suborno de políticos e funcionários governamentais, assassinatos políticos, atos de sabotagem, fomento do mercado negro e penetração em todas as esferas da vida política econômica e social? Sobre nossos países voam aviões militares dos Estados Unidos enquanto nosso solo permanece em poder de seus monopólios, com bases militares”, denunciava Perón. 

    Naquele início dos anos de 1970, enquanto organizava a implementação da política de terrorismo de Estado dos EUA – chamadas candidamente de “ações encobertas” – contra o governo de Salvador Allende, no Chile, o diretor da CIA, Richard Helms, abriu o jogo: “É imperativo que estas ações se implementem clandestinamente e com segurança, de maneira que a mão estadunidense e seu governo permaneçam bem ocultos”. 

    Arquivos do horror

    A maior parte das informações sobre a Operação Condor veio dos “Arquivos do Horror”, descobertos pelo professor e escritor paraguaio Martin Almada, no dia 7 de dezembro de 1992, em uma delegacia de polícia de Assunção. Preso e torturado durante três anos, exilado por 15 anos, Almada teve sua mulher morta pela ditadura de Stroessner. 

    Stella repercute as palavras de Almada: “Ali estavam as gravações de meus próprios gritos, quando me torturavam, que fizeram escutar a minha esposa Celestina, que morreu do coração ao não poder resistir àquela tortura psicológica”. 

    Os documentos encontrados por Almada eram arquivos, correspondências, livros de entradas e saídas de prisioneiros, controle de fronteiras, cartas e informes entre os ditadores, os chefes militares e de segurança dos países da região, fotografias, fitas cassete, vídeos, fichas de ‘colaboradores especiais’, dados de ‘agentes especiais’ e até mesmo correspondências trocadas por Stroessner com o alto mando militar. Na luta para passar uma borracha em passado tão comprometedor, assegura Stella, “os mesmos interesses que possibilitaram o crime se encarregaram de minimizar o valor documental do achado”. 

    Entre outras provas desta “corporação internacional da morte”, como foi reconhecida pelo The  Washington Post, encontram- se “cartas do coronel Robert Scherrer, do Burô de Investigações dos Estados Unidos, dirigidas a funcionários de Stroessner desde a sede diplomática em Buenos Aires”. Elas confirmavam que este era um “homem-chave”, e que sabia muito bem o que significava a Operação Condor. “Mais ainda, alimentava com informes e solicitações de informes os criminosos, assim como outros funcionários estadunidenses e de distintos países.” 

       

    Os anos do lobo: os interesses geopolíticos do imperialismo e

    das suas transnacionais. Foto: Reprodução. 

         

    Roda da morte

    Não restam dúvidas, esclarece a escritora, que foi no ano de 1974 que a roda da morte começou o seu giro mais “espetacular”, “pela transcendência política das vítimas”. 

    Em 30 de setembro de 1974, o general chileno Carlos Prats, que, entre outros cargos, havia sido ministro de Defesa de Allende, e que estava exilado na Argentina, foi assassinado junto a sua esposa, Sofia Cuthbert, em Buenos Aires. Uma bomba estourou embaixo de seu automóvel quando regressava de uma reunião com amigos. 

    Em 19 de dezembro de 1974 foi assassinado em Paris, França, o coronel uruguaio Ramón Trabal, que não se mostrou disposto a participar no mais obscuro da repressão no seu país. Trabal havia confessado suas simpatias pelo movimento dos militares de esquerda em Portugal e pelos setores progressistas em seu país. 

    “Porém, na realidade, foi o assassinato de Orlando Letelier, ex-ministro da Defesa e embaixador do Chile, em setembro de 1976, em Washington, no chamado ‘Bairro das Embaixadas’, que pôs em evidência a Operação Condor. Uma bomba colocada – como se demonstraria logo – por um grupo operativo do qual participavam Michael Towley (ex-agente da CIA), enviados especiais da ditadura chilena e terroristas cubanos anticastristas matou Letelier e sua ajudante Ronni Moffit.” 

    Um dos casos que tiveram mais “difusão pública”, recorda a escritora, foi o do sequestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Diaz e seus dois filhos, Camilo, de oito anos, e Francesca, de três, em 12 de novembro de 1978, em Porto Alegre. 

    “Nesta operação, participaram um grupo de contrainformação da ditadura uruguaia e do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) do Brasil, que tiveram sob sua responsabilidade o sequestro e a entrega a seus colegas do Uruguai”, relata Stella. 

    Após ser torturado na sede do DOPS da capital gaúcha e nos quartéis de Montevidéu, o casal ficou preso cinco anos sob a mentirosa acusação de que tentou entrar no Uruguai “portando armamentos, documentos falsos e propaganda subversiva”. Os filhos só não tiveram o mesmo final trágico de outras centenas de crianças, arrancadas das famílias para serem criadas pelos algozes de seus pais e de seu país, porque um telefonema anônimo levou jornalistas a denunciarem o caso, que logo ganhou repercussão internacional. 

    Após serem libertados em 1983, antes mesmo da queda da ditadura uruguaia, Lilian e Universindo se adiantaram a denunciar a barbárie. Entre as ações assassinas, Lilian citou os “voos da morte” nos quais os fascistas descartavam os patriotas. 

    Da mesma forma, lembra Stella Calloni, pairam fortes suspeitas sobre a participação da “Condor” nas “catástrofes aéreas” que custaram a vida, em 1981, do presidente do Equador Jaime Roldós – que se opunha às petroleiras estadunidenses – e do líder da revolução panamenha Omar Torrijos, que garantiu a retomada do Canal. 

    Manipulação midiática

    O papel dos grandes conglomerados midiáticos na derrocada das democracias da região, via fabricação da “opinião pública” para justificar “intervenções”, é bem lembrado ao longo da obra. 

    “A operação contra o Chile tem sido básica para analisar a importância da manipulação dos meios de comunicação para fins de desestabilização e guerra”, descreve Stela. 

    Nesse sentido, a escritora cita o sociólogo estadunidense Fred Landis, que analisou o papel da CIA sobre a mídia contra Allende, apontando a escolha pelo Comitê de Inteligência do Senado dos EUA, já em 1974 – isto é, um ano após o golpe no Chile –, para um estudo em que, “pela primeira vez, um governo estadunidense dava caráter oficial a um informe sobre atividades secretas da Agência Central de Inteligência dos EUA”.

    Diante da sequência de crimes, Perón lembrava que “cada vacilação, cada dia perdido, cada passo atrás na luta contra a penetração imperialista” representava “um êxito para aqueles que descaradamente seguem explorando nossa riqueza, enriquecendo-se até com o nosso sangue e nossa grandeza espiritual”.

    Quanto a cifras exatas do genocídio, Stela responde que, “ainda que resulte doloroso fazer uma soma nessas circunstâncias, podemos chegar à conclusão que mais de 400 mil latino-americanos foram vítimas de uma política de Estado terrorista, cuja base foi desenhada em Washington”.

    http://www.brasildefato.com.br/node/29218

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