Política

Vídeo de Bill Maher sobre a democracia brasileira volta a viralizar; confira

O comentário do humorista norte-americano Bill Maher sobre a diferença entre Brasil e Estados Unidos em defesa de suas democracias voltou a viralizar nas redes sociais.

Em conteúdo originalmente divulgado em janeiro de 2024, Maher fez um comparativo sobre a forma como a Suprema Corte norte-americana e o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro agiram contra aqueles que atentaram contra o sistema democrático.

Durante o programa “Real Time with Bill Maher” (HBO, com cortes disponíveis no YouTube), o apresentador chegou a comparar as tentativas de golpes sofridas por ambos os países como um “experimento científico” com resultados extremamente diferentes.

Como lembra o apresentador, o republicano Donald Trump perdeu as eleições de 2020 e, a partir daí, se deu início a uma campanha de mentiras contra o processo eleitoral norte-americano, o que resultou no cerco da capital federal em 06 de janeiro de 2021.

“Dois anos depois, no dia 08 de janeiro de 2023, Jair Bolsonaro – um populista brasileiro conhecido como ‘Trump dos trópicos’ (…) repete exatamente o manual de Trump depois de perder as eleições, e milhares de seus apoiadores atacam a capital brasileira”

As diferenças entre duas democracias

Os ataques nos dois países falharam e, como lembra Maher, é a partir daí que se vê a diferença entre uma democracia e uma que está ‘pendurada por um fio’.

No caso, Maher diz que quem está por um fio é a democracia norte-americana, ‘onde não se puniu quase ninguém ao contrário do Brasil’.

O humorista destaca que “praticamente todo o Brasil se virou contra os conspiradores, e fez de Bolsonaro um pária”, e que o ex-presidente foi ‘banido de concorrer novamente’.

“O Brasil se uniu em torno de um novo líder, que andou de braços dados com líderes parlamentares da esquerda e da direita”, disse, lembrando a caminhada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com parlamentares e os ministros do STF.

Justiça Eleitoral

Ao mesmo tempo, Maher destacou a Justiça Eleitoral brasileira, um sistema de fiscalização eleitoral que não existe nos Estados Unidos.

“No Brasil, as eleições são supervisionadas por um Tribunal Eleitoral especial, com juízes que cumprem dois mandatos, mas aqui na América (EUA) não temos isso”, lembrou.

O apresentador também criticou o sistema de apuração norte-americano, que leva em torno de dois meses para decretar um vencedor – “tempo suficiente para os perdedores tramarem e bagunçarem”.

“Fizemos um experimento e perdemos. No Brasil, contestar falsamente as urnas tem um limite, mas infelizmente aqui (EUA) não. Há 172 negacionistas no Congresso (dos EUA, em referência aos republicanos eleitos) nesse momento (…)”, pontuou, relembrando que a democracia brasileira é muito mais jovem que a norte-americana.

“Todas as crianças deveriam estudar a Constituição – mas não a nossa, e sim a do Brasil, porque a Constituição deles está funcionando muito melhor do que a nossa”.

Veja abaixo a íntegra do comentário de Bill Maher, originalmente divulgado em 26 de janeiro de 2024.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

View Comments

  • What the heck?

    Ainda bem que o moço em questão é humorista.

    Faltou ele dizer que nos EUA, apesar das supostas similaridades com Pindorama, foi justamente um arranjo entre ricos, mídia e judiciário que:

    Derrubaram uma presidenta, em um golpe jurídico parlamentar, prenderam o favorito às eleições e elegeram um débil mental.

    Essa narrativa da (pretensa) superioridade brasileira é um ufanismo boboca e caipira.

    Lula de braço dado com a esquerda e a direita

    Deixa eu rir.

    Afinal, que democracias são essas que flertam todo o tempo com o fascismo?

    Aliás, nem EUA, nem Brasil nunca chegaram nem perto de um modelo representativo amplo.

    Por lá, negros foram excluídos até 1968.

    E ainda são, junto com outros indesejáveis, o nome do processo é gerrymandering.

    Os EUA são quase um sistema censitário bi partidário.

    Aqui, quem faz o trabalho sujo é o TSE, com normativas e regras que continuaram as eleições entre quatro paredes, sob o falso argumento da tutela constitucional.

    Alguém se lembra da exigência absurda em 2018, da biometria, que subtraiu milhões de votos nordestinos para Haddad e o PT?

    Acho que nem eles lembram, pior, nem querem

    Tivemos uns poucos anos de voto universal em todos os níveis, sempre suspensos ao sabor do humor das elites.

    A diferença entre Brasil e EUA?

    A ausência de hipocrisia nos EUA.

    É poder econômico dirigindo o poder político sem rédeas, e com pouca interferência judicial, que quando há, pende sempre para os ricos neste caso, tanto faz se democratas ou republicanos.

  • Antigamente, era a febre do "deu no New York Times"; agora, qualquer celebridade de internet, youtube, ou coisa que o valha, já serve. Lembro de um outro youtuber famoso, Jimmy Dore, encantado com a Operação Lavajato, quando esta começou a prender gente "poderosa", lamentando que "no Brasil estão fazendo isso, por que nós aqui não podemos?" Alguns seguidores brasileiros, nos comentários, tentavam fazê-lo entender a natureza eminentemente política da operação, mas ele só se deu conta disso quando a vazajato começou. Americano não entende nada de qualquer coisa situada abaixo do Río Grande. E nem estão interessados.

  • A gente se orgulha de cada coisa. Mas, tirando os exageros, comparativamente, o gringo tem razão. Em termos de organização eleitoral os estados unidos são menos organizados que eleição de condomínio em conjunto habitacional popular.

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