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Crime: As Primeiras Confissões da Volkswagen

Em auditoria interna da montadora alemã, engenheiros admitem ter instalado software manipulador em motores a diesel. Ainda não se sabe, no entanto, de onde veio a ordem para a instalação do programa.

Em investigação interna da montadora Volkswagen, diversos engenheiros admitiram ter instalado um software de manipulação em 2008, com vista a maquiar os valores de emissões de gases tóxicos, informa a edição deste domingo (04/10) do jornal Bild.

Naquele momento, o motor a diesel EA 189, que havia sido desenvolvido pela empresa de Wolfsburg desde 2005, estava prestes a ser produzido em série, escreve o tabloide.

De acordo com a reportagem, naquela ocasião, não havia sido encontrada nenhuma solução para adequar os padrões de emissões especificados com os requisitos de custos do motor. Por esse motivo, foi decidido o uso do software manipulador. Os funcionários interrogados informaram que, de outra forma, não teria sido possível dar continuidade ao projeto de propulsão de grande importância para a companhia.

Os motores manipulados foram instalados em carros a diesel da Volkswagen em todo o mundo. Somente na Alemanha, foram afetados 2,8 milhões de automóveis.

Quem deu a ordem?

Segundo o Bild am Sonntag, ainda não se sabe quem deu a ordem para a instalação do software. Questionados pela auditoria interna da empresa, diversos engenheiros teriam levantado acusações contra o ex-chefe do setor de desenvolvimento Ulrich Hackenberg. Segundo o jornal, ele estava ciente da fraude.

No entanto, existem afirmações conflitantes sobre a sua responsabilidade quanto à ordem de instalação do software. Hackeberg, que chefia o departamento de desenvolvimento da Audi desde 2013 e também faz parte da diretoria da empresa de Ingolstadt, foi licenciado do cargo uma semana atrás. Até agora, ele não se posicionou à mídia sobre o seu papel no escândalo da Volks.

Hans Dieter Pötsch, que deverá assumir em novembro o cargo de presidente do conselho de administração da Volks, após Martin Winterkorn ter se demitido, afirmou ver a companhia numa situação difícil. Segundo o Bild am Sonntag, num evento interno da empresa em Wolfsburg, Pötsch falou de uma “crise ameaçadora” para a existência da montadora. Ao mesmo tempo, o futuro chefe da Volks também disse que, se todos participarem, é possível superar os atuais problemas.

A reportagem informou ainda que o planejado orçamento de investimentos até 2018 na ordem de 100 bilhões de euros está sendo reavaliado. A Volkswagen não quis comentar as possíveis medidas a ser tomadas.

 

Redação

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