Eleição de 2014 fez petista perder vantagem nas pesquisas – Recife

Para especialista, popularidade de Eduardo Campos foi outro empecilho para que Humberto Costa permanecesse líder no Recife. Em pouco mais de um mês, o panorama da eleição municipal do Recife modificou totalmente, gerando rumores de que a relação entre o PSB e o PT poderia estar se desgastando. 

Em 21 de julho, o candidato petista Humberto Costa aparecia na liderança das pesquisas com 35% dos votos, enquanto Geraldo Júlio do PSB tinha 7% do apoio do eleitorado. Na quarta-feira (29/8), uma nova leitura sobre a corrida eleitoral da capital pernambucana apontou que os dois candidatos estariam empatados com 29% das intenções de voto. 

De acordo com Frederico de Oliveira Henriques, professor da faculdade de Ciências Sociais da PUC Campinas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi peça fundamental para que a distância fosse encurtada pelo candidato do seu partido.

“Campos tem uma popularidade enorme no estado e se estranhava muito o desempenho do socialista nas pesquisas. O principal fator foi que Campos passou a aparecer mais para atribuir força ao candidato. Com isso, o crescimento de Geraldo foi inevitável”.

Além disso, Henriques explica que a relação de Campos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria estremecida e isso foi considerado para que o governador do Recife passasse a apoiar Geraldo Júlio.

“Supostamente, Campos era nome seguro para as eleições presidenciais em 2018 na chapa PT-PSB. Há algum tempo, porém, isso deixou de ser uma determinação e se transformou em um rumor. Com isso, Campos mudou sua postura nas eleições municipais deste ano”.

Por outro lado, o especialista considera que a união entre os dois partidos fez com que Costa não fosse tão contundente em suas críticas ao opositor.

“Mesmo com o apoio de Lula, o petista evitou críticas duras a Geraldo para que a relação entre os partidos permanecesse saudável”, explica Henriques. “O PSB está ganhando força no nordeste e o apoio deles pode fazer falta nas próximas presidenciais. Podemos dizer que a eleição de 2014 fez petista perder vantagem nas pesquisas”, conclui.