“Eu iria na jugular”, diz ex-procurador sobre usar morte de Marisa contra Lula

Jornal GGN – O ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima sugeriu, em um grupo de Telegram entre membros da força-tarefa e a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal em Curitiba, que a Lava Jato deveria usar a morte de Marisa Letícia em ataque público a Lula.

Segundo conversas reveladas pelo The Intercept Brasil na noite de sexta-feira, 14, a mando de Sergio Moro, a Lava Jato teve de elaborar uma manifestação à imprensa para rebater o “showzinho da defesa” de Lula, logo após o primeiro depoimento do ex-presidente no julgamento do caso triplex, em 2017.

Os procuradores e os assessores passaram algumas horas discutindo o que deveria ser rebatido ou se era melhor para o MPF ficar em silêncio – já que a cobertura da grande mídia pendia naturalmente a favor da Lava Jato e contra Lula.

Em uma das mensagens, Santos Lima sugeriu que o MPF deveria ir “direto na jugular” e usar a morte de Marisa no confronto com Lula, endossando a narrativa de que o petista atribuiu exclusivamente à esposa o interesse no apartamento no Guarujá, reformado pela OAS.

Santos Lima, ao contrário de alguns colegas do grupo, parecia ansioso para falar à grande mídia após o depoimento de Lula.

O então procurador – hoje tem um escritório de advocacia dedicado à compliance – até chegou a solicitar à assessoria algum jornalista da Globo para entrevistá-lo.

A assessoria explicou que era mais vantajoso para o MPF aguardar os desdobramentos e monitorar os jornais.

No final, Santos Lima acabou abordado por um jornalista no aeroporto e concedeu uma na qual usou a tática que havia sugerido no grupo.

Atingido pela Vaza Jato, o ex-procurador emitiu a nota abaixo, se negando a admitir o teor das conversas e afirmando que a liberdade de imprensa tem limites.

Ele adotou a mesma linha de defesa de Sergio Moro, para quem o dossiê é fruto de crime e deve ser periciado.

Redação

Redação

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  • GREENWALD

    cavalgaura

    CarlosFernandes, fico imaginando que sua vida virou um inferno. O sono é agitado (isto quando ele vem), vc tem pesadelos vendo-se de algemas e quiçá sendo estuprado na prisão. O apetite desaparece e a comida parece insossa. Tesão? Nem pensar. Os amigos começam a sumir, alguns nem o telefone atendem mais. E aquele cunhado a repetir "eu sabia, eu sabia". A tortura passa a ser diária: será que hoje vai aparecer mais na imprensa? Ou então: meu Deus, não consigo lembrar de todas as conversas. Vc descobre que escafismo não é a pior tortura inventada pois, embora muito doloroso, ele tem um fim. Livre-se disso, cidadão, considere fazer delação ou suicidar-se e vc enfim encontrará a paz

    • Há tempos comento aqui que o MPF deveria ser extinto.
      Foi criado para para defender o cidadão da tirania do estado e não para dar golpes na democracia.
      Quanto a TODOS os participantes da lava jato sou a favor do fuzilamento.
      Vejam o que estes celerados fizeram com o país e milhões de brasileiros. Arruinaram as indústrias de petróleo, construção pesada, naval, de energia nuclear e até a aeroespacial.
      Deixaram milhões de brasileiros sem emprego, levaram milhões para a fome e a miséria além de jogar o país em um buraco sem fundo na economia, na geopolítica e na relação entre pessoas.
      Isto NÃO PODE SER PERDOADO.

  • Como fica o crime de previsão do futuro? Como pode um "procurador e um juiz" saberem exatamente o que sairá no jornal do dia seguinte?

  • Esses diálogos são arquivados ou guardados pela
    empresa Telegram?
    Se são, porque os procuradores da lavajato não pedem
    formalmente à Telegram cópias dos diálogos já que, agora,
    possuem as datas e horários que foram feitos?
    Aí, então, poderiam se certificar se os diálogos mostrados
    são ou não verdadeiros.

  • Agora quem iria na JUGULAR da quadliha constituída por vossa excrescência e sua gangue seria o povo brasileiro, enganado por um bando de corruptos que destruíram o pais e seus sonhos.

  • crápula
    substantivo feminino
    1.
    desregramento de certos hábitos; excesso cometido esp. na bebida, na comida, no jogo etc.
    2.
    vida devassa, libertina; devassidão.

  • EX DR CARLOS : NÃO surpreende que não reconheça suas falas ,e típico dos sócio patas negar o que fazem ,e patológico ex dr., e o pior segundo a literatura não há cura !

  • Essas distorções da noção do que é fato e do que é fake se deve basicamente à concentração do monopólio midiático, Globo à frente ,seguida por todas as rádios . O povo está completamente destituído de informação e recebe as notícias distorcidas ideologicamente. É assustador. Soma-se a isso os grupos de Whatsapp da família e das igrejas, que replicam fake news nas odiosas correntes. Como sair desse atoleiro? Não sei.

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