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‘F….Europe’

do LewRockwell

By Eric Margolis

February 10, 2014

 

“F …. Europe! “Estas foram as palavras usadas em Kiev, Ucrânia, por Victoria Nuland, a secretária-assistente do Departamento de Estado dos EUA para a Europa.

Nuland estava se referindo à relutância da União Européia em se envolver profundamente no atual conflito da Ucrânia, ou de impor sanções contra a ex-república soviética. Mas, Nuland refletiu, perfeitamente, a visão de desdém que Washington tem da Europa, um conjunto de repúblicas fracas e de bananas.

Nuland é uma proeminente americana neoconservadora. Igual aos seus companheiros neocons, ela desdenha da Europa por ser contra guerra, com crítica moderada à Israel, e muitas vezes, insuficientemente, cumpridora das demandas de Washington ou até insubordinável como a inexplicável França.

Foi bom ouvir essa expressiva referência de Nuland à Europa, e seus planos para um novo governo ucraniano confeitado pelo ocidente – quando os EUA insistem em dizer que não estão interferindo, foram pegos pela inteligência eletrônica da Rússia e mostrados ao mundo. Como foi idiota a Madame Nuland, em falar tão impensadamente no seu telefone celular.

Depois, Nuland e a outra autoridade norte-americana criticaram Moscou por sua “intromissão” na Ucrânia. A gravação da conversa que vazou mostra Nuland dizendo ao embaixador dos EUA para Kiev, qual dos três candidatos da oposição, Washington quer para governar a Ucrânia.

O plano de Nuland para a mudança de regime em Kiev caiu como uma luva em Moscou, que alega que os EUA e a UE estão por trás do levante na Ucrânia. Ela prejudicou a oposição democrática ucraniana, fazendo seus participantes parecerem fantoches dos americanos.

Ponto para os espiões da Rússia. Tudo que Nuland poderia fazer seria esbravejar sobre como a inteligência russa interceptou seu telefone celular. Isto, depois que a Agência de Segurança Nacional dos EUA foi pega interceptando telefones e e-mails da maioria dos líderes europeus, seria o roto falando do esfarrapado.

Nuland, a língua solta, deveria renunciar.

Tudo isso foi muito divertido – exceto o fato de ter destacado que o crescente confronto russo-americano, sobre a Ucrânia, pode se transformar em um risco muito perigoso.

Um alto funcionário russo, próximo do presidente Vladimir Putin, advertiu Washington para cair fora da Ucrânia – ou sofrerá as consequências. A Europa está certa em temer que a crise da Ucrânia possa causar um choque frontal entre Washington e Moscou – assim como quase aconteceu na pequena guerra Rússia –Geórgia em relação a Ossétia, em 2008.

Curiosamente, durante tal crise, os EUA apressaram-se em enviar seus navios de guerra para o Mar Negro. Desta vez, os navios de guerra da Marinha dos EUA estão de volta ao Mar Negro sob o risível pretexto de evacuarem os turistas norte-americanos dos Jogos Olímpicos de Sochi, caso ocorra violência.

Dia após dia, vemos crescer o rancor entre os EUA e a Rússia. A maior parte é crítica sem fundamento e discussões infantis, mas, na verdade, isso cria um clima de guerra. A mesma encrenca, com crítica barata e ódio manuseado, gerou a base psicológica na Grã-Bretanha para a catastrófica Primeira Guerra Mundial. Três anos mais tarde, repetiram a mesma coisa nos Estados Unidos para estimular a febre anti-Alemanha.

A mídia dos EUA está cobrindo a Rússia e Putin com ataques incessantes de histórias negativas. Os Jogos Olímpicos de Sochi serviram para as implacáveis, inúteis e vulgares críticas.

Qualquer pessoa, que conheça a Rússia, estaria surpresa ao ver que os atrapalhados e desorganizados russos conseguiram construir seus ginásios olímpicos, mais ou menos, em tempo – e ainda permanecem de pé. Os russos costumam perder várias batalhas no inicio, mas, geralmente, acabam ganhando as guerras.

E daí que a Rússia gastou bilhões nos Jogos Olímpicos de Sochi. Quem é Washington para criticar Moscou, depois de derramar US$ 2 tri nas estúpidas guerras do Afeganistão, Iraque, e agora a Síria, sem nada para exibir além de enormes dívidas, exércitos de refugiados e cemitérios?

O establishment americano – que na Grã-Bretanha costumava ser chamado de imperialista – está agora voltando suas armas para a Rússia, ajudados pela sua mídia corporativa. A Rússia de Vlad Putin ressurgiu como inimigo número um da América. Os muçulmanos já se foram. Às vezes, a Guerra Fria parece estar de volta. Os EUA, por pouco, escaparam de um confronto militar perigoso, devido à destemperada investida do presidente Barack Obama em declarar guerra à Síria.

As potências nucleares não devem entrar em rixas de pátio de escolas. A I Guerra Mundial, cujo centenário acontecerá na próxima estação deste ano, começou exatamente dessa forma.

A Rússia de Putin não é Utopia, mas será que realmente queremos os raivosos e expansionistas russos novamente em nossas fronteiras orientais? Melhor eles se concentrarem em jogos olímpicos e se embriagarem. Ao contrário dos americanos, eles não começaram nenhuma guerra recentemente.

Redação

Redação

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