Categories: Notícia

FGV confirma tendência de queda da inflação

Como se disse aqui – e não há nenhum mérito na previsão, porque um tanto obvia – o ano começa com sinais contraditórios na inflação que serão usados pela mídia para pressionar por uma interrupção na tendência de baixa dos juros públicos.

Hoje saiu o IGP-10, que mede a inflação do mês encerrado nos primeiros dez dias de janeiro. E o resultado foi uma estabilidade (deflação de 0,01%), registrada já pelo segundo mês consecutivo.

Mas isso não quer dizer que a inflação oficial em janeiro, medida pelo IPCA,  vá ser zero, e nem próximo a isso, embora a inflção acumulada em 12 meses deva ter uma ligeira queda.

Quer dizer – e é muito mais importante – que a tendência de inflação é de baixa, e essa tendência é muito expressiva, como era expressiva a de alta há um ano.

Os preços na base da cadeia produtiva tiveram uma reversão de sentido em sua evolução.

O Índice de Preços por Atacado, componente do IGP-10 que havia subido 1,46% e 0,35% em dezembro de 2010 e janeiro de 2011, respectivamente, inverteu sua evolução. Foi de menos 0,16% e menos 0,23% nos dois mesmos meses, em 2011 e 2012.

O Índice de Preços ao Consumidor, muito mais sujeito à variação sazonal nesta época, havia subido 1,05% e  0,9% nos mesmos meses, há um ano. Agora, as altas ainda foram expressivas, 0,33% e 0,56%, respectivamente. Expressivas, mas muito menores.

É por isso que é tão evidente da tendência de queda da inflação e não duvide que os analistas do mercado sabem disso. Só pode persistir alguma dúvida de que a inflação brasileira vai, este ano, aproximar-se da meta de 4,5% ao ano por dois fatores.

O primeiro, é a imprevisibilidade da crise externa, embora todos os sinais sejam de que ela vá seguir no “banho-maria” da estagnação.

A segunda, o fato de que o reajuste do salário mínimo impedirá uma retração no consumo dos bens menos sujeitos a esta tendência macroeconômica de baixa, os serviços e os alimentos in natura.

O cenário de baixa da taxa Selic está bem desenhado e evidente. Para evitá-la, podem crer, o biombo inflacionário será desculpa que vai, se for, até o fim do quadrimestre que se encerra em abril.

Ficar esperando, portanto, será um erro que não se pode acreditar que o BC – que fez o óbvio de começar a baixar os juros quando se iniciou esta fase da crise mundial – não vai cometer agora, diante de um panorama muito mais claro.

 

Por: Fernando Brito

Redação

Redação

Recent Posts

Copom reduz ritmo de corte e baixa Selic para 10,50% ao ano

Decisão foi tomada com voto de desempate de Roberto Campos Neto; tragédia no RS pode…

5 horas ago

AGU aciona influencer por disseminar fake news sobre RS

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com ação judicial pedindo direito de resposta por conta…

7 horas ago

Assembleia Legislativa de SP celebra Dia da Vitória contra o nazismo, por Valdir Bezerra

Para a Rússia trata-se de uma data em que os russos homenageiam os mais de…

8 horas ago

Diálogo com o Congresso não impede cobertura negativa do governo pela mídia, diz cientista

Para criador do Manchetômetro, mídia hegemônica se mostra sistematicamente contrária ou favorável à agenda fiscalista

8 horas ago

Tarso Genro aponta desafios e caminhos para a esquerda nas eleições municipais

O Fórum21 comemorou o seu segundo ano de existência no dia 1⁰ de Maio e,…

8 horas ago

Desmatamento na Amazônia cai 21,8% e no Pantanal 9,2%

A redução no desmatamento ocorreu entre agosto de 2022 e julho de 2023, em comparação…

9 horas ago