Gay assumido, boxeador luta por título mundial

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Do Extra

Boxeador quer se tornar o primeiro gay assumido campeão mundial e acabar com preconceito no mundo das lutas

Orlando Cruz treina para seu combate contra o mexicano Orlando Salido, no sábado em Las Vegas Foto: Maddie Meyer/AFPRafael Oliveira

Com 23 lutas no cartel (20 vitórias, duas derrotas e um empate) e 25 anos dedicados ao boxe, o portorriquenho Orlando Cruz vai decidir, no sábado, contra o mexicano Orlando Salido, o cinturão dos pesos-pena pela Organização Mundial de Boxe (OMB). Mas a luta mais importante de sua vida começou há um ano, quando ele revelou publicamente sua homossexualidade. Se vencer o próximo combate, será o primeiro gay assumido campeão do mundo no boxe, esporte predominantemente machista.

Não foi fácil para ele deixar o armário. Assim como vem fazendo para enfrentar Salido, o portorriquenho se preparou com afinco. Só que psicologicamente. Foram dois anos de tratamento até que estivesse pronto para o anúncio, feito em um comunicado.

— Quero dedicar minha luta ao (movimento) LGBT e a todo Porto Rico, porque eles terão um novo campeão — disse o pugilista, durante a conferência de imprensa feita para promover o combate.

Depois do anúncio, foram duas vitórias por nocaute, muitas entrevistas e um pedido de casamento para o namorado, José Manuel, via rede social. A cada vitória, Orlando dá um soco na cultura machista que impera no esporte onde os gays são estranhos no ninho.

— A gente não pode recriminar. É um cara de coragem. Lutador de boxe, um ambiente masculino, fazer o que ele fez (se assumir)… — defendeu Acelino Popó, ex-campeão superpena pela OMB e pela Associação Mundial de Boxe, que, no entanto, não percebeu o preconceito existente no esporte ao contar o caso de um treinador gay muito conhecido na Bahia.

 

— É a piada do boxe. Sempre que um lutador passa por ele todo mundo pergunta: “E aí, fez massagem na sua virilha?”.

Nunca um pugilista havia assumido a homossexualidade na ativa. Há vários motivos em jogo: medo de discriminação entre colegas, de perder convites e até da fuga de patrocinadores. No sábado, Orlando pode encerrar sua luta particular com um nocaute e servir de exemplo para todo o mundo.

— No MMA também tem homossexual. Conheço um que tem até namorado. E ele é casca grossa, cumpre o papel de lutador — revela Wallid Ismail, presidente do Jungle Fight, que, como empresário, acredita estar na hora de o preconceito sair dos ringues. — Hoje, 60% do público do Jungle Fight é feminino. Não pode haver espaço para machismo.

Redação

Redação

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  • Não sei se o Gunter

    Não sei se o Gunter concordará comigo, mas eu acho que as lutas do MMA são direcionadas aos gays. São abraços dados, caem e se rolam no tablado, como se fosse uma transa composta por muita violência. São sentimentos ambivalentes de amor e ódio. Outro dia, vi um lutador cujo rosto tinha se transformado em algo parecido com um tomate estourado. Mesmo assim, ao final, ele tomou a iniciativa de abraçar o oponente antes deste, só faltou beijá-lo. Acho que os psicanalistas concordarão comigo, as lutas do MMA são lutas gays, embora muitos não sejam gays, pelo menos no aspecto consciente.

    • Na margem esquerda do rio

      Isso me lembra  lutas de rapazes atracados na beira de rio, com o vencedor tendo direito a tudo, a lei do mais forte,  melhor se fossem mais de leve, como manda o amor,  mas o amor e o ódio se irmanam na mesma fogueira da vaidades e das paixões, disse o poeta

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=Y334LFRnqWg%5D

    • Eu não saberia dizer

      Conheço poucos gays, Cafezá. E nenhum desses poucos, ao que eu saiba, gosta de assistir nenhum tipo de luta. Eu então detesto. Já acho o boxe aflitivo, MMA mais ainda.

      Mas, como tudo, lutas têm seus fãs junto a qualquer público.

      Tampouco vi uma explicação psicanalítica dessas. Eu, pessoalmente, acho que o gosto por lutas é uma construção sócio-cultural. Por mim desestimularia isso completamente.

       

  • Quem foi que disse que para

    Quem foi que disse que para ser gay tem que ser frágil ?

    Muito pelo contrário.

    Madama Satã, lendário gay que viveu no RJ no bairro da lapa, dava muita porrada nos valentões  da época.

    Tem um episódio que ele esfaqueou um malandro .Na delegacia o delegado lhe perguntou porque  ele matou o cidadão.

    Madame Satã respondeu " Delegado eu não matei, quem matou foi Deus, eu só enfiei a faca. Se Deus quisese que esse filho da puta vivesse ele agora estaria vivo enchendo a minha paciência"

  • SOMOS TODAS AMARYLIS.
    Somos todas Amarylis.

    O Homossexualismo masculino não pode ser mais uma ferramenta de opressão para nós mulheres!.
     A personagem Amarylis já nasceu perdendo!. Na novela “Amor a vida”,cheia de personagens femininos fracassadas, Amarylis é uma médica, de 40 anos, que sonha em casar e ter filhos, mais vários motivos a impede de realizar os seus sonhos - Não ter um parceiro ideal para ser o pai do seu filho, sua idade diminui as chances de gerar uma vida, problemas financeiros para sustentar a sua mãe que sofre de Mal de Alzheimer – então, resolve ser barriga solidária. Mas, no decorrer da trama, ela se apaixona por um dos parceiros gays e começa a questionar a entrega da criança!. Toda essa estória, é só um pano de fundo para discutirem a verdadeira polêmica da novela que é o fato de um homem bisexual, trocar a a mulher e a
    mãe do seu filho, pelo seu parceiro gay!.E tudo indica que quem se dará mal nessa é a Amarylis, tanto na área jurídica como emocional.
      Como mulher, questiono os seguintes fatos: no Brasil é crime ser barriga de aluguel, restando somente a opção de ser barriga solidária, mais para isso, tem que fazer por solidariedade, por amor, tem que abdicar totalmente do bebê,concordar e não sentir arrependimento na entrega da criança, não ter dúvida e não se sentir diminuída como mãe e como mulher. Diferentemente de tudo do que a personagem sente.Se é gravidez solidária, não pode ter um contrato, se tem um contrato, tem um negócio, se tem um negócio, então é barriga de aluguel, portanto é crime!. Em uma adoção,quando a mãe biológica hesita em entregar a criança , a adoção é cancelada e o entendimento é que ela mudou de ideia, e nem por isso é chamada de oportunista, e por que, nesse caso, tem que ser diferente?!. Vejo um movimento contra a personagem Amarylis. O que mais me espanta é o fato de a grande maioria ser mulheres; talvez não tenham consciência do que realmente está acontecendo, a derrota de Amarylis será uma vitória do ativismo gay masculino, pois , com o avanço de uma sociedade homosexual masculina, essa situação sairá da ficção tornando-se cada vez mais freqüente!. E qual será o papel da mulher nessa sociedade??. Hoje a maioria das mulheres que alugam suas barrigas são pobres, sem estudo, semprofissão definida, e que não tiveram oportunidades. Quem faz as leis ainda, são os homens,o poder ainda é masculino, as grandes empresas, política e dinheiro é controlados por homens, e com uma sociedade homosexual, com sua maioria homens e um número bem menor de mulheres, essa concentração de poder será maior. E se essas perdas não ficarem somente em questões familiares, estendendo-se também no campo do trabalho??. Atualmente é comum em vários desfiles de moda, trocaremmodelos mulheres por transexual....Será que vamos perder as poucas vitórias que conquistamos???!. 

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