O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve a segunda menor taxa do ano em maio, com elevação de 0,55 por cento ante 0,56 por cento em abril, dando, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), um primeiro passo rumo a uma trajetória de desaceleração.
Pela primeira vez no ano, a taxa acumulada em 12 meses desacelerou, encerrando maio com elevação de 10,44 por cento. Antes, de dezembro a abril, o IGP-10 em 12 meses estava estabilizado na casa de 11 por cento. “Pela primeira vez esse ano, em junho, o IGP-10 deve ficar abaixo de 10 por cento. Há uma gordura grande para queimar”, disse o economista da FGV Salomão Quadros.
Parte do movimento se deve a maiores taxas em 2010 –em maio de 2010 o IGP-10 foi de 1,11 por cento e em junho, de 1,30 por cento–, mas, segundo Quadros, há também fundamentos econômicos que dão base a uma trajetória de desaceleração da inflação.
“A partir de setembro espero uma trajetória sustentável de desaceleração. Há boas notícias no campo da oferta e da produção de agrícolas no mundo que abrem espaço para uma oportunidade para uma trajetória de desaceleração no segundo semestre.” Em maio, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou 0,26 por cento, ante 0,49 por cento antes.
O IPA agrícola caiu 1,20 por cento, depois de subir 0,66 por cento em abril. O IPA industrial, por outro lado, acelerou a alta para 0,81 por cento, ante 0,42 por cento. As principais quedas individuais de preços no atacado foram de algodão em caroço, laranja, soja em grão, aves e farelo de soja. “A soja está caindo aqui e na bolsa de Chicago, é um fenômeno global”, disse Quadros.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,98 por cento em maio, frente a 0,77 por cento em abril. Os custos do grupo Alimentação avançaram 1,04 por cento, ante 1,11 por cento. Foi o único grupo a apresentar alta menor. Os preços de Habitação subiram 0,68 por cento, contra 0,33 por cento no dado anterior. Os de Vestuário aceleraram a alta de 0,91 para 1,51 por cento, e os de Saúde e cuidados pessoais aceleraram de 0,71 para 1,13 por cento.
As maiores altas individuais de preços no varejo foram de gasolina, batata-inglesa, leite longa vida, tarifa de energia elétrica e manga. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve elevação de 1,57 por cento neste mês, ante 0,52 por cento no anterior. A pressão veio de Mão de obra, com salto de 2,74 por cento em maio, comparado a 0,66 por cento em abril.
“Houve aumento da data-base em quatro áreas (regiões), entre elas São Paulo, e resíduos em três”, explicou Quadros. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Vanessa Stelzer)
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Enviado por fgvtv em 16/05/2011
O IGP-10 registrou, em maio, variação de 0,55%. Em abril, a taxa foi de 0,56%. Os três componentes do IGP-10 apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de abril para maio: IPA, de 0,49% para 0,26%, IPC, de 0,77% para 0,98% e INCC, de 0,52% para 1,57%.