JN chama Flávio de “chefe de organização criminosa” e expõe elo com miliciano

Jornal GGN – O Jornal Nacional de quinta-feira (19) afirmou que o filho do presidente da República, senador Flávio Bolsonaro, é possivelmente “chefe de organização criminosa”, de acordo com a investigação feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

A edição do JN expôs conversas que indicam que a preocupação de Fabrício Queiroz ao exonerar Danielle Mendonça do gabinete de Flávio, em dezembro de 2018, não era o esquema de rachadinha, mas o fato de que a mulher foi casada e era uma indicação do miliciano Adriano Nóbrega.

Danielle, como sugere as mensagens apreendidas em seu celular, preocupava os Bolsonaro porque ela prova o vínculo da família presidencial com grupos de milicianos que têm ascendência sobre Fabrício Queiroz. E para evitar que a imprensa descobrisse esse elo após a eleição de Jair, Danielle foi demitida por Flávio.

Se ex-marido, Adriano, segundo expôs o JN, faz parte do Escritório do Crime, uma facção que pratica vários delitos, inclusive assassinatos por encomenda. Ele e outros milicianos são suspeitos no caso Marielle Franco.

O JN teve acesso ao relatório do MP que embasou uma nova rodada de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro e Queiroz.

A reportagem mostra que Queiroz recolhia o salário dos assessores de Flávio. Que recebeu em sua conta mais de 400 depósitos que somam mais de R$ 2 milhões. E que a família Siqueira, da ex-esposa de Jair Bolsonaro, tinha vários integrantes “trabalhando” no gabinete. Juntos, eles receberam mais de R$ 4,8 milhões. E mais de 80% desse valor foram sacados em dinheiro vivo.

Para o MP, Queiroz não agia sem o conhecimento de seus superiores, o que indica que Flávio era um dos cabeças do esquema.

Ainda de acordo com as investigações, Flávio teria lavado parte do dinheiro que recebeu no esquema de rachadinha – quando os assessores devolvem o salário, total ou parcialmente – com a compra de imóveis no Rio de Janeiro. Depois, declarava as transações à Receita Federal, para dar um verniz de legalidade.

Ontem, a defesa de Queiroz renunciou.

Desde o final da semana passada, os Bolsonaro esperavam uma bomba das autoridades do Rio de Janeiro. Um deputado aliado gravou um vídeo, compartilhado por Carlos Bolsonaro, afirmando que um diálogo entre milicianos havia sido forjado para implicar os filhos do presidente e o próprio Jair Bolsonaro na morte de Marielle Franco.

Por enquanto, a imprensa só divulgou diálogos trocados entre Queiroz e a ex-assessora, Danielle, que tratam do esquema de rachadinha. No diálogo, também fica claro que Danielle repassava parte do dinheiro que recebia para Adriano.

É possível assistir à reportagem do JN aqui.

Redação

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