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Mais fusões e aquisições no 2º semestre

As fusões e aquisições globais movimentaram mais de US$ 8 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento realizado pela Ernst & Young. Esses negócios devem se acentuar nos próximos meses, com a retomada de planos de crescimento das empresas, paralisados durante o período de recessão. Mercados em crescimento, como Brasil e China, devem protagonizar essa cena no próximo semestre do ano. O documento também aponta as perspectivas para os setores de energia, serviços financeiros, saúde e tecnologia

Nos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), houve um avanço de 60% nas fusões e aquisições no primeiro semestre do ano em relação ao ano anterior. No período, o Brasil foi responsável por cerca de 4% de toda atividade global, ante menos de 3% em igual período de 2009. O mesmo percentual foi verificado na China, 4%, mantendo-se estável na mesma base de comparação.

De acordo com o relatório, o Brasil tem se apresenta como um destino interessante para a s empresas que buscam se capitalizar, já que o país possui classe média e consumo interno crescentes, fatores que tornam o ambiente atrente para novos investimentos.
Nos primeiros seis meses do ano, o mercado apresentou sinais mistos aos analistas, mas o cenário para o segundo semestre é de empresas mais capitalizadas e aplicações em mercados emergentes, expandindo geograficamente sua atuação. Estudo recente da consultoria, realizado com 800 executivos do planeta, 57% afirmaram que é provável adquirir outras empresas nos próximos 12 meses, quase o dobro dos 33% pesquisados em novembro de 2009.

Petróleo

Para a indústria de petróleo e gás, a onda de fusões vai envolver agentes já conhecidos. De acordo com a consultoria, a maior parte dos negócios deve se dar entre os fornecedores de bens e serviços já atuantes no mercado nacional. Considerando os investimentos de empresas fornecedoras, petroleiras nacionais e internacionais e da Petrobras, o setor vai receber uma injeção de até US$ 190 bilhões em investimentos diretos até 2013.

A definição do marco regulatório para a exploração da camada pré-sal, independente da modelagem, amplia a segurança jurídica, o que somado às positivas perspectivas de exploração das reservas, amplia o interesse das empresas em concretizar negócios, avalia Carlos Alberto de Assis, sócio de serviços de assessoria da Ernst & Young.

No entanto, questões estruturais ainda são obstáculos aos investidores. De acordo com Assis, após participar de reunião com investidores norte-americanos interessados no pré-sal, gargalos logísticos, falta de mão-de-obra qualificada e a complexidade da tributação são alguns dos principais pontos de atenção para os estrangeiros. Ele afirma que a previsão de lucratividade e projeção de crescimento da economia local são fatores que mantêm os investidores interessados.

A maior parte dos analistas vê um reequilíbrio do mercado de petróleo neste ano, com uma ampla capacidade de reservas capaz de atender aos aumentos da demanda. Os preços subiram significativamente, e essa tendência deve se manter com o aquecimento do setor. “A recuperação do preço do petróleo, aproximadamente US$ 60-80 o barril, significa que aumentou o número de projetos que se tornaram economicamente viáveis. É o caso dos projetos de exploração em águas profundas, que demandam investimento de capital de grande escala”, explica Assis.

De acordo com a consultoria, os megaprojetos do pré-sal favorecem uma abordagem colaborativa, o que já é possível se observar no mercado, com a associação da Petrobras a outras empresas para explorar em águas profundas das bacias de Santos e Campos. Logo, essa ação já reforça a previsão de novas acordos entre as empresas e investimentos em novas regiões, no segundo semestre, os negócios devem ser menos números, mas envolvendo um volume maior de recursos, acredita Assis.

A avaliação é de que, a partir deste momento, os negócios serão realizados em duas etapas: na primeira, por meio de associações entre as empresas estrangeiras e a Petrobras, com objetivo de explorar as reservas do pré-sal. Depois, uma segunda frente de negócios será aberta por meio de parcerias e fusões, tanto por fornecedoras estrangeiras quanto nacionais, em busca de adequação aos padrões nacionais de conteúdo local.

Veja aqui a íntegra do relatório (em inglês)

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