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O papelão do Brasil nas olimpíadas

As olimpíadas no Brasil serão um enorme fiasco; por que isso ocorrerá?

O fracasso ocorrerá em dois níveis, no esportivo e no organizacional. A atuação dos atletas brasileiros ficará muito abaixo do esperado, não tendo havido um desenvolvimento esportivo equivalente ao que aconteceu nos últimos países que hospedaram os jogos. Quanto à organização, será um festival de trapalhadas, com uma insatisfação transbordante e má vontade generalizada para com os organizadores. Acresce a situação política do país, o descontentamento da população, a polícia aterrorizante; estamos à beira do caos.

As delegações de atletas chegaram para encontrar a vila olímpica ainda em construção, os atletas das delegações ricas consideraram a vila inabitável, fico imaginando o que reservaram para os pobres.

 

Tenho acompanhado de longe, da praia, a construção da arena de vôlei, a descrição dessa estrutura dará uma ideia do que deve ocorrer durante os jogos.

Antes, relembremos o acidente absurdo resultante no desmoronamento de parte da ciclovia. O desabamento ocorreu porque os engenheiros não levaram em consideração a possibilidade de uma onda vinda de baixo para cima, guiada pela rocha em que se apoiava a construção, evento natural e frequente no local. Não tendo imaginado o óbvio, consideraram desnecessário prender a plataforma aos alicerces de sustentação, deixando-a solta, mantida apenas por seu próprio peso; teriam bastado uns pinos fixando a pista para evitar o desastre. Assim, um fenômeno natural e comum no local, uma onda, destruiu uma parte enorme da obra, um despautério. Não é necessário ser um engenheiro para compreender o erro e avaliar o tamanho da incompetência.

A praia de Copacabana tem recebido competições de vôlei há muitos anos. Nessas ocasiões, constroem-se arenas com armações metálicas; isso já foi feito dezenas de vezes no local. Para as olimpíadas, planejaram uma arena maior, para mais espectadores, acrescida de uma estrutura adicional necessária como suporte aos meios de comunicação e condizente com a grandiosidade do evento. A necessidade de ampliação da obra levou os projetistas a ganhar espaço em direção ao mar, situando a arena olímpica bem próxima das águas. Tal expansão poderia ter sido planejada buscando espaço lateralmente e se aproximando menos das águas.

Habituado a passar pelo local, me desagradou o avanço da obra até quase as águas, deixando apenas uma faixa muito exígua, perto da água, para a passagem dos banhistas. Considerei a situação perigosa devido à possibilidade de “captura” dos banhistas pelas ondas (não explicarei isso, mas era bem real).

Ocorreu, no entanto, que uma ressaca forte (não fortíssima) destruiu o muro que delimitava a obra e causou outros transtornos. Penso que a lembrança do desmoronamento da ciclovia, somado a temores de uma ressaca fortíssima, deva ter feito os organizadores desconfiarem da segurança da obra obrigando a uma alteração improvisada no projeto.

Não conheço o projeto original, sou apenas um banhista, mas ao passar pelo local percebo, nitidamente, o improviso da obra. A arena de vôlei, ainda não acabada, consiste em um projeto improvisado, fruto de um remendo do projeto original. Será uma arena ruim. Deve ter tido redução de capacidade de público.

O remendo eliminou a ameaça aos banhistas e outros transtornos causados na praia. Forçou o avanço lateral da obra, ocupando parte enorme da areia. Provavelmente, um projeto intermediário teria sido mais seguro que o original, e melhor que o remendo. O resultado será uma obra improvisada e ruim. (Ainda não está terminada, há 9 dias do primeiro jogo; fico imaginando se o remendo tem um projeto autorizado).

Suspeito que situações análogas, resultados do improviso, tenham sido a norma em parte considerável das construções olímpicas.

 

Nos últimos anos os meios de comunicação mantiveram-se ocupados em criticar o PT, fazendo vista grossa para todo o resto, de modo que as obras olímpicas transcorreram, praticamente sem essa vigilância. Pode-se imaginar o descalabro.

Os jogos olímpicos estão no calendário dos ricos. Quando o Brasil foi escolhido para receber os jogos, o país começava a ser apresentado como uma alternativa ao modelo chinês. Houve uma forte propaganda do Brasil, na época, que teria gerado um enorme desenvolvimento ao país; em poucos anos se veriam enormes mudanças e os jogos serviriam como belíssima vitrine, como ocorreu em Pequim, 8 anos atrás. As riquezas naturais brasileiras facilitariam um crescimento sem precedentes, apresentando o país como alternativa ocidental à China. Esse era o plano original.

O surgimento dos BRICS, no entanto colocou o Brasil “do lado errado” aos olhos dos donos do mundo, e promotores da festa. Os BRICS ameaçavam fortemente a imposição de uma nova moeda de reserva internacional, o que significaria a derrocada do dólar, e a morte da galinha dos ovos de ouro: a autorização para fabricar dinheiro concedida ao FED, uma instituição privada que produz o dólar.

Os caras que fabricam dinheiro são poderosíssimos, tinham decidido apostar no Brasil, mas a adesão aos BRICS constituiu ameaça temerosíssima, inaceitável aos seus olhos. Então decidiram melar tudo. Esses caras são os donos do mundo, mandam em tudo.

Optaram por uma estratégia branda: o descrédito do governo a partir de críticas estrondosas e incessantes através dos meios de comunicação, após a derrubada de preços dos produtos produzidos aqui. A mesma receita foi repetida em boa parte do mundo, o que sugere preparativos para uma grande guerra em implementação há pelo menos 3 anos.

Em 2013, a campanha para a derrubada do governo brasileiro já estava em plena ação, seguindo outras anteriores, como uma campanha análoga na Venezuela. Movimentações na Ucrânia e no Oriente Médio também preparam o palco para a grande guerra, assim como a implantação de novas bases militares americanas, especialmente em torno de China e Rússia.

 

Após a organização dos BRICS, o Brasil não só perdeu o apoio que começava a receber, mas se tornou alvo do ataque dos donos do mundo. Sem esse apoio, os esportes brasileiros não receberam o respaldo necessário para serem colocados na elite mundial. Temos aqui a tradição dos esportes coletivos, manteremos isso, torço. A participação geral brasileira, no entanto, será pífia, os jogos funcionarão como uma propaganda às avessas.

Quanto à organização, seremos alvo de uma avalanche de críticas e piadas, será tudo uma lástima. Conseguirão boicotar até nossa festa. (Atentemos para esse fato, somos bons nisso, sabemos fazer festas).

Os meios de comunicação guardam para nós, como uma espécie de escárnio final, um papel de destaque apenas nos jogos paraolimpícos. Nessa variedade, graças a nossas estradas e sistema de saúde, angariaremos uma franca hegemonia.

 

Haverá um outro aspecto tão ridículo quanto alarmante nesses jogos, a preocupação com terrorismo. Nesse momento, existem navios de guerra patrulhando os mares do Rio de Janeiro. Imagino que sejam “justificados” como agentes tranquilizadores, para dar segurança, talvez frente ao temor de uma invasão naval por uma esquadra do ISIS. Na semana passada um avião de guerra, um caça, caiu durante treinamento antiterror! Navios de guerra e aviões não funcionam contra terroristas. Que tipo de ameaça terão imaginado? Temo policiais e soldados espalhados pelas ruas portando armas de guerra. Tais armas, se usadas, causarão matanças absurdas; não tem nenhum sentido colocá-las no meio do povo.

Armas de guerra não são artefatos tranquilizadores. As metralhadoras no meio da multidão me apavoram.

Os navios e aviões de guerra têm como objetivo realçar o clima de guerra por todo o planeta. Os que aqui chegarem perceberão esses preparativos com seus próprios olhos, na presença de navios de guerra desnecessários em dias de festa e em tempos de paz. Possíveis demonstrações aéreas terão o mesmo efeito.

 

Estamos divididos e enfraquecidos; continuo achando que devemos participar dos principais eventos mundiais, continuo achando que os jogos poderiam constituir uma festa maravilhosa, sabemos fazer festa como nenhum outro povo. Mas temos sido boicotados. Causaremos uma impressão lastimável, será tudo um imenso festival de trapalhadas narrado por línguas ferinas tentadas a menosprezar tudo o que for visto por aqui. Temos jogado contra nós mesmos, e nos próximos dias esse fato será evidenciado dentro e fora da competição.

 

O dólar está prestes a ruir causando uma depressão mundial sem precedentes, pressionando toda a economia mundial, reduzindo drasticamente toda a produção de bens e empobrecendo a todos. Os jogos que se iniciam serão lembrados, no futuro, como a última grande festa de uma era de abundância. Divirtam-se todos! Façam desses jogos uma festa grandiosíssima, divirtam-se como se não houvesse amanhã! Talvez não haja.

Redação

Redação

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