Petroleiros fecham acordo e voltam ao trabalho

Jornal GGN – Os sindicatos dos petroleiros fecharam acordo com a Petrobras, e retornaram ao trabalho nesta sexta-feira (21/02), após 20 dias de uma greve que é apontada como o mais importante movimento de resistência dos trabalhadores nas últimas duas décadas.

Durante a paralisação, a categoria conseguiu suspender as demissões na Fafen-PR, revertendo também as que já haviam sido aplicadas contra 144 trabalhadores. A greve também forçou a gestão da Petrobrás a negociar com a Comissão da FUP (Federação Única dos Petroleiros), que se reuniu nesta sexta-feira com a estatal, em encontro mediado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) e acompanhamento do Ministério Público do Trabalho.

As duas partes fecharam acordo, e os sindicatos conseguiram ajustes em tabela de turnos – uma das reivindicações propostas – além de avançar em outras negociações. O ministro do TST Ives Gandra Martins Filho (que, inclusive, assinou o decreto que considerava a paralisação ilegal) vai mediar nova audiência entre as partes na próxima quinta-feira, para tratar das demissões dos trabalhadores da fábrica de fertilizantes desativada pela Petrobras no Paraná. Os desligamentos na unidade permanecem suspensos até o dia 06 de março.

A greve dos petroleiros despertou um movimento de solidariedade em todo o país e também fora do Brasil, com apoio de centrais e confederações sindicais, inclusive internacionais; intelectuais estrangeiros, como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos; entidades da sociedade civil, juristas, partidos políticos das mais diversas matizes no campo progressista, estudantes, trabalhadores de várias categorias, movimentos sociais e organizações populares.

Segundo nota divulgada pela FUP, tanto a federação como seus sindicatos voltam a se reunir neste sábado para avaliar os resltados da negociação e “discutir os próximos passos do enfrentamento aos ataques da gestão Castello Branco contra os trabalhadores”. A greve está temporariamente suspensa e voltará a ser chamada, se não houver avanços no atendimento da pauta da categoria. “A luta é contínua e permanente”, ressalta o sindicato.

 

(com UOL)

Redação

Redação

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  • Afora as outras vantagens possibilitadas pela greve dos petroleiros referidas, todas muitos controversas, dizer que tenha sido uma vitória da classe é alucinação, um exagero. Na realidade, uma verdadeira vitória de Pirro. Foram movimentados mais de 20.000 trabalhadores para uma pauta que incluía, além da não concretização pela Petrobras da demissão em massa de trabalhadores, modificar a danosa política de preços dos derivados de petróleo, que desemprega no país por manter capacidade de refino ociosa, empregando no exterior através da importação, e enfrentar a política de privatização da Petrobras que está sendo encaminhada por Paulo Guedes/Bolsonaro, entre outros itens menores. De concreto, só foi obtida a possibilidade de aumentar a indenização de demitidos, e nestes duros termos, o aproveitamento de alguns trabalhadores em outras áreas da companhia (como disse Machado de Assis: "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas".). Se houve vitorioso, foi o juiz da justiça das empresas, o famigerado direitista religioso (só bondade e temor de Deus), Ives Gandra Martins, que cerceou a greve, multou o sindicato (por magnanimidade reduziu a multa para apenas dois milhões de reais), e impôs perdas salarias aos petroleiros grevistas, que pagarão trabalhando as horas que estiveram parados. Não dá para se iludir, ou querer iludir, foi derrota muito grande, porque pouco foi conseguido. De concreto, vá lá, pode ter sido um pontapé mais forte (a Casa da Moeda, o DATAPREV e o SERPRO já estão em greve e continuam nessa condição), indicando um dos caminhos que pode e deve ser utilizado pela resistência ao segundo governo do golpe de 2016, principalmente às classes médias nos seus diversos níveis, agora com as Forças Armadas no comando de fato, pelos ruídos, querendo se livrar de Paulo Guedes e do Bozo, para levar mais um General, no caso para assumir a Presidência da República, o Vice-Presidente, Hamilton Mourão. A mídia, principalmente a Globo, que escondia a greve da população, fazendo alarde do seu término e referindo aos termos da capitulação, expressa com nitidez os resultados. Como diria Chicó: -só sei que foi assim.

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