Jornal GGN – O CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, detalhou à CPI da Pandemia, na manhã desta quinta (13), as ofertas que foram feitas ao governo brasileiro para aquisição de vacinas contra Covid-19 ao longo de 2020, todas ignoradas. As tratativas em torno do imunizante começaram em maio de 2020, mas o governo Bolsonaro só assinou o contrato, por 100 milhões de doses, em março de 2021.
Murillo também revelou que um segundo contrato de 100 milhões de doses adicionais da vacina da Pfizer, que está em vias de ser assinado pelo Ministério da Saúde, previa, inicialmente, a entrega de 30 milhões de doses adicionais no terceiro trimestre de 2021 e 70 milhões no quarto trimestre. Mas o acordo final acabará deixando a entrega de todo o lote de 100 milhões para o último trimestre de 2021.
A Pfizer vendeu vacinas ao Brasil ao custo de 10 dólares por dose.
CRONOGRAMA DOS FATOS E DOSES
As tratativas em torno da vacina, ainda em desenvolvimento, começaram em maio de 2020. Ao longo de julho, a Pfizer manteve negociações e entregou, no dia 16, um documento chamado “expressão de interesse”. Em 6 de agosto de 2020, “o Ministério da Saúde manifestou possível interesse na vacina. Em 14 de agosto foi feita a primeira oferta vinculante”.
Segundo Murillo, duas ofertas estavam em discussão: um contrato de 30 milhões de doses e outro, de 70 milhões de doses.
O cronograma era o seguinte:
PRIMEIRA OFERTA – 14 DE AGOSTO DE 2020
Para 30 MILHÕES:
Entrega de 500 mil doses ainda em 2020.
1,5 milhão no primeiro trimestre de 2021.
5 milhões no segundo trimestre de 2021.
14 milhões no terceiro trimestre.
9 milhões no quatro trimestre.
Para 70 MILHÕES:
Entrega de 500 mil em 2020
1,5 milhão no primeiro trimestre.
5 milhões no segundo trimes.
33 milhões no terceiro trimestre.
30 milhões no quatro trimestre.
SEGUNDA OFERTA – 18 DE AGOSTO DE 2020
Na segunda oferta, a Pfizer ofereceu aumentar o lote de dezembro de 2020 de 500 para 1,5 milhão, deduzindo a quantidade do lote previsto para ser entregue somente no quarto trimestre de 2021.
TERCEIRA OFERTA – 26 DE AGOSTO DE 2020
Para contrato de 30 MILHÕES:
1,5 milhão de doses em 2020.
2,5 no primeiro trimestre de 2021.
8 milhões no segundo trimestre de 2021.
10 milhões no terceiro trimestre de 2021.
8 milhões no quatro trimestre de 2021.
Para fornecimento de 70 MILHÕES:
1,5 milhão em 2020.
3 milhões no primeiro trimestre de 2021.
14 milhões no segundo trimestre de 2021.
26,5 mi no terceiro trimestre de 2021.
25 milhões no quatro trimestre de 2021.
QUARTA OFERTA – EM 11 DE NOVEMBRO DE 2020
Contrato em discussão era apenas um, de 70 milhões de doses, com entrega a partir de 2021.
2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021.
6,5 milhões no segundo trimestre de 2021.
33 milhões no terceiro trimestre de 2021.
29,5 milhões no quarto trimestre de 2021.
QUINTA OFERTA – 24 DE NOVEMBRO DE 2020
Em 24 de novembro de 2020, a Pfizer reiterou a oferta de 11 de novembro, e o Ministério da Saúde sinalizou que aguardaria a aprovação do registro da vacina pela Anvisa para assinar o contrato.
SEXTA OFERTA – 15 DE FEVEREIRO DE 2021
OFERTA ÚNICA, DE 100 MILHÕES DE DOSES:
8,4 milhões de doses no segundo trimestre de 2021.
32 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021.
59 milhões de doses no quatro trimestre de 2021.
Em 23 de fevereiro de 2021, a Anvisa aprovou o registro definitivo da Pfizer.
PRIMEIRO CONTRATO É ASSINADO – MARÇO DE 2021
Somente em 19 de março de 2021, o Ministério da Saúde assinou um contrato de 100 milhões de doses, que está em vigor. O cronograma atualmente prevê:
13,5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021.
86,5 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021.
SEGUNDO CONTRATO ADICIONAL DE MAIS 100 MILHÕES DE DOSES
De acordo com Carlos Murillo, da Pfizer, o governo está acertando os últimos detalhes para assinar um segundo contrato, para mais 100 milhões de doses. A Pfizer ofereceu, primeiro, entregar 30 milhões no terceiro trimestre de 2021 e 70 milhões no último trimestre de 2021. Mas o governo deve assinar o contrato com entrega das 100 milhões no quarto trimestre de 2021.
Murillo confirmou à CPI que a primeira oferta feita ao governo era de 30 milhões, e depois subiu para 70 milhões, e o governo tinha as duas opções para escolher. As ofertas iniciais expiravam em 15 dias e o Ministério da Saúde simplesmente não dava respostas. “Eu não poderia afirmar objetivamente que se dificultou a conversa. Objetivamente o que posso afirmar é que foram ofertadas e tinha uma validade essa oferta. Não teve resposta positiva nem negativa.”
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