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PIB de 2020 registra queda de -4,1%, o maior recuo em 24 anos

Jornal GGN – O Produto Interno Bruto (PIB) do país encerrou o ano de 2020 com queda de 4,1%, chegando a R$ 7,4 trilhões, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o país registrou seu maior recuo na série iniciada em 1996.

Ao longo do ano, os serviços encolheram 4,5% e a indústria, 3,5% – esses dois segmentos representam 95% da economia brasileira. Já a agropecuária cresceu 2,0%.

“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, analisa a coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca Palis, em nota. O resultado interrompeu um ciclo de três anos de alta, quando o crescimento acumulado foi de 4,6%. Já o PIB per capita apresentou um recuo recorde de 4,8%, chegando a R$ 35.172.

Em linhas gerais, os serviços prestados às famílias foram os mais afetados pelas restrições de funcionamento. Segundo o IBGE, o menor resultado do setor de serviços veio de outras atividades de serviços (-12,1%), que são os restaurantes, academias, e hotéis.

Em seguida, destaque para a queda de -9,2% nos transportes, armazenagem e correio (-9,2%), além das atividades de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-4,7%), comércio (-3,1%), informação e comunicação (-0,2%). Já atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%) e as atividades imobiliárias (2,5%) avançaram em 2020.

Na indústria (-3,5), o destaque negativo foi o desempenho da construção (-7%), seguido das indústrias de transformação (-4,3%), e eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que caíram 0,4%. As indústrias extrativas avançaram 1,3%, devido à alta na produção de petróleo e gás que compensou a queda da extração de minério de ferro.

Já o avanço do setor agropecuário foi puxado pela soja (7,1%) e o café (24,4%), que alcançaram produções recordes na série histórica, mas outras lavouras registraram variação negativa no ano, como laranja (-10,6%) e fumo (-8,4%).

Pelo lado da demanda, todos os componentes recuaram em 2020, na comparação com o ano anterior, sendo que o consumo das famílias teve o menor resultado da série histórica (-5,5%), graças à piora no mercado de trabalho e a necessidade de distanciamento social.

A queda no consumo do governo também foi recorde (-4,7%), por conta do fechamento de escolas, universidades, museus e parques ao longo do ano. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 0,8%, enquanto a balança de bens e serviços registrou queda de 10% nas importações e 1,8% nas exportações.

Redação

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