Por que a desindustrialização é um mau negócio para o Brasil

Fragilizado parque industrial brasileiro tende a ser menos capaz de desenvolver novas tecnologias e de competir na Revolução 4.0

Foto Agência Brasil
Jornal GGN – O resultado da desindustrialização e perda de complexidade do setor produtivo brasileiro é a incapacidade de avançar nas novas tecnologias da revolução industrial 4.0, pondera Marco Antonio Rocha, coordenador e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT-IE/Unicamp), um dos palestrantes do Fórum Brasilianas Desenvolvimento Produtivo e a 4ª Revolução Industrial, realizado nesta segunda-feira (21), na PUC de São Paulo.
“Quanto menos saber fazer coisas a gente sabe, menor a nossa capacidade também de fazer coisas novas. Essa perda de complexidade vai se referindo também na perda do nosso tecido industria, na perda de empresas importantes do ponto de vista da difusão de novas tecnologias, do aproveitamento de novas tecnologia, o que torna o processo de retomada do crescimento industrial um novo paradigma tecnológico ainda mais difícil dentro do horizonte da industria brasileira”, completa o economia.
https://www.youtube.com/watch?v=NyP6aAJeR4M height:400
Acontece que o domínio do desenvolvimento tecnológico e de parques tecnológicos sustentáveis e robustos estão na história de todos os países desenvolvidos. Por essa razão, Antonio Rocha não acredita que o Brasil será capaz de obter um nível satisfatório de bem estar social apenas sendo uma economia baseada em serviços e commodities.
“Não tem nenhum país desenvolvido que seja baseado, que tenha a sua economia baseada na exportação de commodities. Todos os países desenvolvidos são desenvolvidos porque eles têm uma manufatura complexo e produzem bens intensivos em tecnologia. E isso fornece pra eles competitividade internacional, mercados domésticos muito mais dinâmicos para ser a base do próprio desenvolvimento produtivo do país”
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Redação

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  • Basta olhar o que houve com a

    Basta olhar o que houve com a desindustrialização da Argentina. O fim da indústria como principal fator de geração de emprego e imposto é a principal explicação pro empobrecimento brutal dos Argentinos nos últimos 40 anos. E lá, se não me engano, são 40 milhões de habitantes - um Estado de SP. Imagina um país de 200 milhões a base de comoddites = isso só é possível com uma política ao estilo tonton macout do Haiti pra afastar os milhões de brasileiros que simplesmente estarão na margem da margem. 

  • real sobrevalorizado

    O duro é convencer a classe-média estragada/mimada pelo fetiche de uma moeda forte da importancia de se consumir o produto nacional.

    Porque não é só com projeto que se faz um desenvolvimento. Precisa de mercado.

     

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