René Amaral

Que saudades dos tempos em que a direita era embasada não somente em interesses materiais e políticos, tinha ainda estofo filosófico, conseguiam até debater dignamente e defender suas propostas de forma organizada e intelectualizada.

Que saudades de uma direita que produzia um Wagner, e tentava até usurpar um Nietzsche, sem precisar de mentiras e mistificações. Tenho saudades dos tempos de Nelson Rodrigues, direitista genial, reacionário talentosíssimo!

E que dizer de Hitler e Mussolini, que mesmo sendo assassinos cruéis, conseguiam mobilizar multidões com seus discursos e idéias. Por mais escrotos que fossem, eram geniais. Isso sem falar de Churchil e De Gaulle, mais medíocres, mas anos luz à frente dos tukanus atuais.

Até mesmo Carlos Lacerda, o pior dos direitistas por ser ex esquerdista, conseguia se manifestar de seu bueirozinho midiático com inteligência e mordacidade. Monteiro Lobato, então, adepto da eugenia e admirador dos EUA, era um direitista a ser respeitado.

A lista é grande, e mais que brilhante em alguns momentos.

Logo ali, na nossa vizinha Argentina, estava Jorge Luiz Borges, filiado ao Partido Conservador porque “somente os ilustres defendem causas perdidas”.

Salvador Dali, apoiando Franco incondicionalmente e ávido por dólares, se propunha a qualquer maluquice para se projetar. Podia, era Salvador Dali, a quem tudo (ou quase) se perdoava, mesmo ser direitista.

Meu avô e meu bisavô, integralistas a ponto de serem presos por Getúlio, amavam a cultura brasileira, e Villa Lobos, apesar de este ser apoiador e colaborador do governo Vargas. 

A direita era mais digna, mais diversificada e menos babenta_também, tinham poder, que hoje lhes foi confiscado (em parte). Mas produziam cultura e arte.

Hoje estão limitados intelectualmente a Olavo de Carvalho, Pondé (isso pode?),  Marco Antônio Villa (com toda sua vileza) e, pasmem, Lobão e Roger!!! 

Idiotas de plantão no vestibular da história, penetras chegando atrasados para uma festa que já acabou!

No campo do jorNazismo militam escrotidões como SuWaacko e Garcia, Magnolio e Bocanegra, seres que, em outras épocas, mesmo sob o poder da direita, não se sentariam nem embaixo da mesa de um banquete fascista.

Querem ser levados a sério, enquanto os luminares citados no início deste arrazoado se revolvem em seus túmulos se interrogando “Onde foi que eu errei, pra produzir prole tão estúpida?”.

Se a imbecilidade parece ter se apoderado até das mais altas castas de pensadores de direita, as castas mais baixas estão tomadas por descerebrados robotizados, androides teleguiados, fortes de tanta bomba (esteroides anabolizantes) mas totalmente imbecis. 

Interpelados com inteligência, só conseguem largar seus halteres e partir pro “vamu vê”. Incapazes de formular raciocínio lógico,  incapazes de construir um discurso que não seja cheio de slogans e lugares comuns, usam e abusam do senso comum, patinando na total ausência de senso crítico.

Considerando os eventos dos últimos dias, a petição infantilmente redigida, postada num site de cidadania estadunidense (dedicado a maiores de 13 anos naturais dos EUA), assinada por 80.000 panacas, chegamos a conclusão de que nas prateleiras dos mercados que atendem às necessidades da extrema direita, falta vergonha na cara e senso de ridículo!