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Será que estamos ajudando Bolsonaro sem querer?

Será que estamos ajudando Bolsonaro sem querer?

Venho me perguntando há algum tempo se os absurdos proferidos pelo facista Bolsonaro (PSC/RJ) não são feitos estrategicamente para gerar publicidade para ele.

Tudo bem que na imensa maioria dos casos, é publicidade negativa, mas uma das coisas centrais para um político que concorre a uma vaga proporcional (deputados e vereadores) é a visibilidade e aí vale o velho ditado: “falem mal, mas falem de mim”.

Porque falar de mim, mesmo que mal? Ajuda na minha divulgação. Se eu tenho 9% de intenções de voto e uma parcela significativa do meu eleitorado não sabe da minha existência, eu preciso me fazer ser conhecido por esse eleitorado. Pouco importa se a maioria vai me achar um escroto, facista, ignorante, homofóbico, machista, etc… Os adjetivos para esse ser são muitos. Vai existir uma minoria que se sintoniza com essas ideias que vai gostar do que ele fala.

 As centenas ou milhares de sites, páginas e perfis pessoais nas redes sociais, geralmente de esquerda, que vão criticar, vão fazer aumentar o ódio por parte da maioria da população, mas dentro da outra parte, mesmo que minoritária, que não conhece as suas ideias, vai haver um grupo que vai se sintonizar com suas falas simples e impactantes, típicas do facismo. Ou será que alguém acha que Bolsonaro fala aquelas besteiras todas sem achar que vai ser super noticiado depois? Vocês acham que ele não tem uma assessoria de imprensa para orientá-lo?

 Estou achando cada vez mais, que sem querer, nós que o criticamos, estamos ajudando a publicidade de Bolsonaro.

 Muito do que é publicado sobre Bolsonaro vem de sites de esquerda o criticando veementemente. Para um parlamentar, que não precisa agradar a maioria (50% + 1), publicidade é tudo o que ele precisa.

Vão ter 10 pessoas que vão me odiar? Claro. Ele sabe disso. Mas será que uma ou duas a cada dez (mera suposição aqui) não vão gostar? Ainda há muitos eleitores ultraconservadores e com tendências facistas, os mais velhos e os sem acesso à internet, etc. principalmente no interior do Brasil que não conhecem Bolsonaro e estou suspeitando que estamos ajudando a divulgá-lo, de tanto que falamos mal dele.

Quando o Flávio Bolsonaro compartilhou meu texto, “Professor, o senhor é gay?” para me criticar, gerou uma guerra no meu facebook. Recebi ameaças de morte e tudo. Mas sabe qual o saldo final? Aumentou mais ainda o meu número de meus seguidores e até alguns seguidores dos Bolsos discordaram dele, ou seja, o tiro saiu pela culatra e ajudou a divulgar ideias (no caso, o meu texto) contrarias às dele.

Cada vez mais estou achando que ele está fazendo uma inteligente estratégia de marketing com essas besteiras que fala e que é tudo de propósito.

Os que acham que devemos combatê-lo criticando-o nas redes sociais, argumentam que precisamos mostrar para o povo o que esse facista é; que precisamos fazer um contraponto às páginas de extrema-direita que o apoia, etc. Eu entendo esse ponto de vista. Eu mesmo o critico bastante nas redes, mas pretendo diminuir muito a frequência.

Será que nosso “tiro” não está saindo pela culatra? Será que não estamos ajudando sua estratégia de marketing? Será que não seria melhor em muitos casos, mesmo com raiva, ignorar para deixar cair no ridículo?

 

 

Redação

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