Petróleo e Gás

Participação da Petrobrás nos investimentos do Brasil despenca para 2,2%, o menor nível da história

da Federação Única dos Petroleiros – FUP

Participação da Petrobrás nos investimentos do Brasil despenca para 2,2%, o menor nível da história

[Da comunicação da FUP]

A participação da Petrobrás na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ficou em apenas 2,2% no primeiro trimestre deste ano – a menor taxa já registrada pela empresa. De janeiro a março de 2022, os investimentos totais da Petrobrás somaram R$ 9,2 bilhões, sendo R$ 7,2 bilhões, 78% do total, concentrados na atividade de exploração e produção (E&P); e R$ 1,3 bilhão em refino.

O atual baixo índice de investimentos da maior empresa do país segue o comportamento de 2021, quando a presença da Petrobrás na FBCF do Brasil ficou em somente 2,8%, refletindo a política de desinvestimentos da companhia.

Os cálculos foram feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção Federação Única dos Petroleiros – FUP), com base em relatórios da Petrobrás e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Gráfico: Dieese/FUP

Do total de R$ 47,4 bilhões investidos pela Petrobrás no ano passado, R$ 38,4 bilhões (80% do montante global) foram destinados à E&P, nos campos do pré -sal; e R$ 5 bilhões em refino (10,5% do total). “É o mais baixo montante investido em refino da história da empresa, que, com isso, viu as importações brasileiras de combustíveis aumentarem significativamente”, observa o economista Cloviomar Cararine, do Dieese/FUP.

Em linha com o encolhimento do nível dos investimentos, a produção de refinados da Petrobrás, nos primeiros três meses deste ano, atingiu 1,73 milhão de barris/dia, abaixo do total de 1,85 milhão de barris diários de 2021. No diesel – segmento sensível, que enfrenta riscos de desabastecimento do mercado –, a produção média da Petrobrás, de janeiro a março deste ano, foi de 684 mil barris/dia, inferior aos 726 mil barris/dia de 2021.

Enquanto isso, aumentou a dependência brasileira por importações de derivados. As compras de diesel e óleo combustível dos Estados Unidos, nosso maior fornecedor mundial, somaram 1.510 metros cúbicos (m³) no primeiro trimestre de 2022. Somente em março último, atingiram 830,5 m³, acima dos 679,8 m³ adquiridos no acumulado de janeiro/fevereiro deste ano, segundo dados da Energy Information Administration (EIA), agência norte-americana de energia. O movimento veio acompanhado pelo crescimento do número de importadores de derivados no Brasil, que pulou de 363 agentes em 2016, para 643 em dezembro de 2021.

Com base em projeções da EIA, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, observa que as regiões Norte e Nordeste irão apresentar fortes déficits na produção de derivados na próxima década. Para ele, a retomada do aumento da capacidade de refino da Petrobrás é estratégica, de modo a garantir o abastecimento do país. “Esse processo deve ser acompanhado pela exportação brasileira de derivados de petróleo e não de óleo cru”, afirma.

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