O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dois assessores passaram, de acordo com imagens obtidas pelo jornal The New York Times, dois dias asilados na Embaixada da Hungria depois que a Polícia Federal (PF) confiscou o passaporte do ex-mandatário, acusado de planejar um golpe de Estado depois da derrota no pleito de 2022.
Ao se refugiar em uma embaixada, Bolsonaro adota uma manobra para escapar da Justiça brasileira, pois não pode ser preso legalmente por estar fora do alcance das autoridades nacionais.
As imagens do circuito interno de segurança mostram que o ex-presidente passou duas noites nas dependências da embaixada. Ele chegou ao local na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro, e partiu na tarde de quarta-feira, 14 de fevereiro.
Em off, um funcionário da embaixada confirmou o plano de receber Bolsonaro.
Bolsonaro e o primeiro ministro da Hungria, Viktor Orban, mantêm um relacionamento próximo há anos, tanto que o ex-presidente brasileiro chamou Orban de irmão durante visita em 2022. também naquele ano, o ministro das Relações Exteriores da Hungria perguntou a um funcionário do governo Bolsonaro se a Hungria poderia fazer alguma coisa para ajudar a reeleger Bolsonaro.
Já Orban se referiu a Bolsonaro como ‘heroi’ em encontro na Argentina, durante a posse de Javier Milei.
Após o mandado de busca e apreensão nas residências do clã Bolsonaro, Orban enviou mensagens motivacionais ao ex-presidente, chamando-o de ‘um patriota honesto’, que deveria continuar lutando.
Bolsonaro foi recebido, em 12 de fevereiro, pelo próprio embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, que indicou onde o motorista deveria estacionar o carro em que estava o ex-presidente e assessores.
As imagens das câmeras internas registraram ainda funcionários fazendo diversas viagens em direção a uma área do prédio onde há apartamentos de hóspedes. Entre os itens, eles carregavam roupas de cama e água.
Na manhã seguinte, Halmai levou uma cafeteira para a área residencial da embaixada. Mais tarde, Bolsonaro passeou pelo estacionamento da embaixada acompanhado dos seguranças.
No dia 14 de fevereiro, Bolsonaro é visto pela primeira vez nas imagens da câmera de segurança às 16h14, quando ele e seus dois guardas saíram da área residencial carregando duas mochilas e se dirigiram diretamente para o carro. Halmai os seguiu, observou o carro partir e acenou em despedida.
O ex-presidente é acusado de planejar um golpe de Estado para se manter no poder, falsificar cartões de vacinação e peculato por se apropriar de joias sauditas destinadas ao governo brasileiro, entre outros crimes.
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Em se tratando de covardia, ninguém supera o Coiso.