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Dono da oposição

Folha de S.Paulo – Aécio é recebido no Senado como líder da oposição – 02/02/2011

Aécio é recebido no Senado como líder da oposição

Lula Marques

Aécio Neves (PSDB) cumprimenta a colega Marta Suplicy (PT) na posse dos senadores

DE BRASÍLIA

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi recebido ontem no Congresso Nacional como o líder da oposição. Previamente convocados, seus aliados -incluído o comando do DEM -montaram uma recepção pela manhã na entrada do Senado.

“Vamos formar uma turma boa”, afirmava Aécio ao ser abordado por colaboradores.

A movimentação deixou explícitas disputas internas na oposição ao governo Dilma.

Hoje um dos maiores desafetos do ex-presidenciável José Serra (PSDB-SP), o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), também participou da recepção.

A cúpula do DEM, por sua vez, um dia depois de derrotar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), na disputa pela liderança do partido na Câmara, não só esperou por Aécio como posou para fotos ao seu lado.

Ao comentar por que o senador fora tratado como expoente, o novo líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), foi direto: “Ele é o líder da oposição”.

Minutos antes de trocar sorrisos com a apresentadora Sabrina Sato, do programa “Pânico da TV”, da RedeTV!, Aécio ensaiou um gesto de modéstia: “Não me julgo o líder da oposição. Serei uma das peças da oposição”.

“É preciso uma oposição vigorosa até para que o governo possa corrigir rumos eventualmente. Não há governo forte sem oposição forte”, afirmou o senador tucano.

PSDB

Sobre a disputa interna do PSDB, ele recomendou maturidade em defesa de uma esgarçada oposição.

Nesta semana, a divisão interna ficou evidente depois que aliados de Serra criticaram documento em favor da recondução de Sérgio Guerra à presidência nacional do PSDB.

O documento, na verdade um abaixo-assinado de deputados tucanos, foi articulado com aval de Aécio e após telefonema de políticos ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Em sua reestreia no Congresso Nacional, após 16 anos de Câmara dos Deputados, Aécio também deixou as portas abertas para os governistas.

Flagrado numa conversa amistosa com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, brincou: “Vamos dispersar que está todo mundo olhando”.

(CATIA SEABRA, RANIER BRAGON e MARIA CLARA CABRAL) 

Vitória de ACM tem Aécio como sócio – politica – Estadao.com.br

Senador trabalha nos bastidores, ajuda a emplacar deputado baiano na liderança do DEM e impõe derrota ao grupo de Serra e Kassab

01 de fevereiro de 2011 | 23h 01

Marcelo Moraes, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A folgada vitória do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) na eleição para a liderança da bancada do Democratas teve participação decisiva do senador tucano Aécio Neves (MG), pré-candidato à sucessão presidencial. Nos últimos dias, ele articulou diretamente com deputados do DEM e pediu apoio para a candidatura de ACM Neto. Nessas negociações, Aécio virou vários votos a favor do deputado baiano, como o dos deputados paulistas Jorge Tadeu Mudalen e Alexandre Leite.

ACM Neto derrotou o deputado Eduardo Sciarra (PR) em mais um round da disputa interna do DEM, rachado hoje entre os que apoiam uma eventual candidatura presidencial de Aécio e os que defendem o ex-governador de São Paulo José Serra, grupo que inclui o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

A maior surpresa dessa disputa, porém, foi a larga vantagem, de 11 votos, obtida pelo deputado baiano. O resultado é revelador da hegemonia dos aecistas dentro do partido e deverá se repetir na escolha do próximo presidente do DEM. A eleição será em março, com o favoritismo do senador José Agripino Maia (RN), candidato apoiado pelo grupo aecista.

Com o DEM atravessando grave crise interna por conta dos efeitos dessa divisão, ACM Neto diz que vai tentar unificar as duas alas. Seu primeiro alvo já está definido. Na próxima semana, ele viaja para São Paulo para conversar com Kassab e impedir sua saída do partido, rumo ao PMDB de Michel Temer.

“Meu trabalho agora será o de unir todo mundo outra vez. Acho que o prefeito Kassab é um grande quadro e precisamos ter todo o DEM agrupado novamente”, afirma. “Será muito importante que ele permaneça no nosso partido”, acrescentou.

Kassab não tem escondido de ninguém sua disposição de migrar para o PMDB para poder disputar o governo de São Paulo em 2014, possivelmente até com o apoio do governo federal. Apesar disso, o comando do DEM ainda acha possível reverter a situação e manter o controle da maior prefeitura do País.

O deputado ACM Neto também avalia que o partido não se tornou um satélite das discussões do PSDB, apesar da nítida influência de Aécio e Serra sobre o futuro da legenda e das alianças nas eleições presidenciais de 2006 e do ano passado. Como não tem um candidato próprio natural, o DEM sabe que seu projeto político é acoplado com o dos tucanos. Mas o novo líder acha precipitado deflagrar essa discussão.

“É muito cedo para se falar em candidatura presidencial. Assim como vou trabalhar para ter o DEM reunificado, temos total interesse em ter o PSDB unido e fortalecido porque são nossos parceiros naturais na oposição”, diz. “Assim como sou próximo de Aécio, também trabalhei por toda a Bahia pedindo votos para o Serra. Fiz sua campanha para presidente, suei para que fosse eleito. Mas o debate de sucessão presidencial não pode ser feito agora. Nossa prioridade precisa ser a discussão no Congresso de uma agenda de reformas.”

Do lado derrotado, Eduardo Sciarra afirma que também vai trabalhar pela união do partido. “Antes mesmo da votação, eu e o deputado ACM Neto já tínhamos conversado e combinado que trabalharíamos para acabar com a tensão do partido. Se ainda não existe essa união interna, acho que é possível que isso aconteça em breve. Acho que vai depender dos gestos do outro grupo nessa direção”, disse.

Fora do processo de disputa interno, ACM Neto insiste que o partido precisa se concentrar nas discussões em torno de reformas dentro do Congresso. O novo líder afirma que pretende abrir diálogo com a presidente Dilma Rousseff em torno de agendas comuns para governo e oposição. “O DEM está disposto a isso. O problema é que, até agora não existe nada”, critica.

 


Luis Nassif

Luis Nassif

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