Da Agência Brasil
Ações de transparência nos gastos do Brasil são exemplo, diz Hillary Clinton
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, citou nesta terça-feira (12/07), em Washington, as ações de transparência implementadas pelo governo brasileiro como “um bom exemplo”.
“O Portal da Transparência, que dá a cada cidadão a oportunidade de ver como o dinheiro de seu governo está sendo gasto, é uma inovação extraordinária, que nós admiramos”, disse a secretária, referindo-se ao site do governo que divulga os gastos federais.
Hillary Clinton fez a declaração em um evento que discute a Open Government Partnership (OGP, ou Parceria sobre Transparência Governamental, em tradução livre), iniciativa que tem entre seus objetivos o combate à corrupção.
Em uma cerimônia no Departamento de Estado com a participação de representantes de 60 países, a secretária também citou o exemplo do Brasil ao falar da relação entre transparência no governo e sucesso na esfera econômica.
“Governos que não ganharam a confiança do povo lutam para gerar a receita em impostos necessária para financiar progressos em desenvolvimento sustentável”, disse.
“O que o Brasil fez nos últimos 25 anos é notável. Porque expandiu sua base de impostos, aumentou sua receita como porcentagem do PIB [Produto Interno Bruto] e não enriqueceu uma pequena elite, mas espalhou esses recursos amplamente entre o povo brasileiro, em um esforço que tirou tantos da pobreza e ao mesmo tempo aumentou o cada vez mais forte estabelecimento de instituições democráticas e resultados positivos”, completou.
Presidida de forma conjunta pelo Brasil e pelos Estados Unidos, a parceria tem o objetivo de facilitar a troca de experiências entre os países e discutir formas de combater a corrupção e promover maior transparência, participação da sociedade civil e o uso de novas tecnologias para fortalecer a governança.
Na cerimônia em Washington, o Brasil foi representado pelos ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Jorge Hage Sobrinho, chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), que atualmente investiga denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes.
Perguntado sobre uma possível contradição no fato de o Brasil liderar uma iniciativa contra corrupção ao mesmo tempo em que registra um escândalo envolvendo acusações de propina e superfaturamento em obras, o ministro das Relações Exteriores disse que “os países todos têm desafios a superar”.
“Em países altamente desenvolvidos, existem situações às vezes de inadequação de políticas e de falta de transparência”, declarou Patriota.
O chanceler brasileiro disse ainda que a participação dos países na parceria – que será lançada oficialmente em setembro, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York – é voluntária e que a proposta não é “ensinar a ninguém como se comportar”.
Patriota declarou também que essa parceria decorre de uma evolução gradual nas relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos, refletindo o “compromisso dos dois países, no espírito de igualdade de condições, de trocar experiências e dar um exemplo de compromisso com boas práticas”.
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