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Os ataques de Israel à faixa de Gaza

EM OBSERVAÇÃO

ISRAEL BOMBARDEIA GAZA SOB O SILÊNCIO DESESPERADOR DA MÍDIA.

Juan Santiago e Fernando Casares. Rompiendo Muros/Rebelión 11/02/2011.

            Sob o silêncio desesperador da mídia e em meio à escuridão da noite, exatamente à uma hora da manhã, Israel lançou 7 ataques contra a Faixa de Gaza. Duas bombas de caças F16 (de fabricação estadunidense) caíram na fábrica de suprimentos médicos Al-Querem, em Jabalya, norte de Gaza. O prédio está totalmente destruído, do mesmo modo que os suprimentos e as matérias-primas. A Faixa de Gaza já se encontra em estado crítico por falta de suprimentos médicos e este bombardeio significará que as mais básicas necessidades médicas continuarão sendo impossíveis de serem atendidas na Faixa de Gaza. O prédio era o terceiro em importância e armazenamento desses suprimentos.

            Os demais ataques foram contra edifícios em Khan Yunis, Zaytoon e na área de Rafah.

            Nesses momentos em que o mundo observa com suma atenção os acontecimentos no Egito, as forças sionistas parecem aproveitar a situação para arremeter mais uma vez contra a população da Faixa de Gaza. Neste caso, atacando alvos-chave da necessidade da população, como são os medicamentos.

            Ao mesmo tempo, a rebelião popular no Egito mantém fechada a passagem de fronteira de Rafah desde o dia 30 de janeiro, porta de oxigênio de Gaza por cujos túneis entram todo tipo de matérias-primas e combustíveis. Quem costumava contrabandear combustível não está mais fazendo isso ou se uniram à rebelião popular. O contrabando diminuiu a seu nível mais baixo desde a época em que se intensificaram os enfrentamentos entre a população do norte da península do Sinai e as forças de segurança.

            “Gaza precisa de 800.000 litros de diesel, dos quais 200.000 são para a principal usina de energia, e 300.000 litros de gasolina todos os dias”, sublinhou Mahmoud Al-Shawa, presidente da junta de diretores da Autoridade de Recursos Naturais e Energia da Palestina. Agora só chega a metade. A maior parte dos combustíveis entra pelos túneis entre o Egito e a Faixa de Gaza, já que o que chega de Israel não só é pouco, como é caro demais para a maioria dos moradores da Faixa de Gaza.

            “Um litro de diesel egípcio custa 45 centavos de dólar, bem menos do que o 1,66 dólar que custa o de Israel”, sublinhou Al-Shawa.

            “Peço ao primeiro ministro Salam Fayyad, designado pela ANP, e a Abbas que eliminem os impostos para que a população possa comprar gasolina. Já faz quatro anos que Gaza suporta o bloqueio israelense e o povo não tem trabalho”, acrescentou. “Temos um problema grave. Peço ao mundo e aos Estados Unidos que lembrem de Gaza. Haverá um desastre se não fizermos nada”, alertou.

            Antes do dia 30 de janeiro, a passagem de Rafah estava aberta cinco dias por semana para os estrangeiros e palestinos que circulavam para receber cuidados médicos, visitar familiares e estudar. Por dia, saíam cerca de 400 moradores da Faixa de Gaza e voltavam uns 200. Agora o terminal está vazio, todos os funcionários e encarregados foram embora.

            De acordo com as declarações de Ken O’Keefe que mora na região, há pelo menos uma criança morta nos ataques do exército israelense a Gaza.

Luis Nassif

Luis Nassif

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