Kirchner quer evitar que Estado venda participação em empresas

Jornal GGN – A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou ao Congresso do país um projeto de lei que dificulta a venda, pelo governo, de participações em empresas locais. Uma agência seria criada para administrar a fatia que o governo argentino tem em companhias, que vão desde bancos regionais até o grupo de mídia Clarín.

Em discurso na TV, Cristina disse que a lei “é uma garantia para que ninguém possa dispor do patrimônio argentino” e utilizou o exemplo das privatizações recentes na Grécia para justificar a necessidade da lei. 

Do O Globo
Em discurso na TV, a presidente argentina citou o caso das privatizações gregas para justificar o projeto

BUENOS AIRES – A presidente argentina Cristina Kirchner disse, nesta quinta-feira, que estava enviando ao Congresso o rascunho de uma lei que dificulta a venda, pelo governo, de participações em empresas locais, dois meses antes das eleições que devem levar ao poder um líder mais alinhado com o mercado.

A nova lei criaria uma agência para administrar a fatia que o governo tem em companhias que vão de bancos regionais ao conglomerado de mídia Clarín. Pelo texto, o governo precisaria ter a aprovação de dois terços do congresso para poder realizar a venda.

“É muito importante que isso… é uma garantia para que ninguém possa, frivolamente, dispor do patrimônio argentino” disse Cristina em um discurso transmitido pela televisão argentina, completando: “nós não estamos prevenindo que eles sejam vendidos, mas eles deveriam ser vendidos apenas depois de um debate”.

Cristina citou o exemplo das recentes privatizações na Grécia — condições para obter o pacote de resgate internacional — para ilustrar a necessidade da lei.

A presidente expropriou uma série de empresas ao longo dos anos, incluindo a petroleira YPF e a maior companhia aérea do país, a Aerolíneas Argentinas. O Estado também adquiriu participação em firmas quando nacionalizou seus sistema de previdência privada.

Esta política, que afastou muitos investidores internacionais, foi popular entre os argentinos. Muitos temem que o próximo presidente possa levar o país de volta às políticas neoliberais e privatizações vistas na década de 1990.

 

Redação

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