Da Folha
A quatro dias da eleição, Dilma tem 56% e Serra registra 44%, aponta Datafolha
Quadro é idêntico ao registrado na pesquisa da semana passada; variações se restringem a grupos específicos
Depois de se aproximar da petista no início da 2ª fase, tucano parou de crescer; entre os mais jovens, ela cai e ele sobe
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Pesquisa Datafolha realizada ontem em todo o país indica estabilidade na disputa pela Presidência da República, com Dilma Rousseff (PT) 12 pontos à frente de José Serra (PSDB), exatamente a mesma diferença que os separava na semana passada.
Quando se consideram os votos válidos (excluindo-se brancos, nulos e indecisos), a petista pontuou 56% contra 44% de Serra -mesmos percentuais da última quinta.
O levantamento do Datafolha, encomendado pela Folha e pela Rede Globo, foi realizado em 246 cidades com 4.066 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
QuanQuando são observadas as curvas de Dilma e Serra no Datafolha ao longo do segundo turno, notam-se dois momentos distintos.
Nos primeiros 15 dias deste mês, a petista e o tucano estiveram mais próximos. Mas havia indícios de que Dilma havia estancado sua perda de votos, registrada no final de setembro. Enquanto isso, Serra não se movia.
A partir da segunda quinzena, o Datafolha confirmou que Dilma tinha parado de perder apoio -e até reconquistado parte dos votos. Serra continuou parado.
Na contabilidade dos votos totais, houve algumas alterações -mas todas próximas da margem de erro.
Dilma tinha 50% e aparece com 49%. Serra oscilou de 40% para 38%.
Os que dizem votar em branco, nulo ou nenhum são 5%, contra 4% na semana passada. Os indecisos oscilaram de 6% para 8%.
Essa mexida de três pontos nos dois grupos indica haver uma parcela dos eleitores que continua propensa a mudar o voto. Mas não há como saber se o movimento é consistente a ponto de provocar mudança no quadro.
Há sinais de que as alterações ocorrem em grupos específicos. Por exemplo, Dilma variou negativamente de 50% para 47% entre o grupo de 16 a 24 anos (18% do total do país). Nesse mesmo grupo, Serra melhorou seu desempenho de 39% para 42%.
Já entre os mais idosos, eleitores com 60 anos ou mais (15% do total), ocorreu o inverso. Dilma saiu de 44% na semana passada para 48% agora. E Serra desceu de 44% para 38%.
Petista cresce entre mulheres e evangélicos
DE BRASÍLIA
Dilma Rousseff (PT) melhorou de maneira lenta e gradual sua situação neste mês entre eleitores mulheres e os que se declaram evangélicos pentecostais.
No início do mês, a petista tinha 43% e estava empatada tecnicamente com os 44% de José Serra (PSDB) no voto feminino (52% do total do país). Aos poucos, o cenário foi se alterando, sempre com oscilações na margem de erro.
Ontem, Dilma oscilou de 45% para 46% entre mulheres. Já o tucano apenas desidratou ao longo deste mês. Na semana passada já estava com 41%. Agora, pontuou 39%.
No caso dos eleitores evangélicos pentecostais (18% do total do país), Serra liderava com folga no início do mês. Tinha 49% contra 40% de Dilma. Essa foi a época em que o noticiário estava dominado pelo debate sobre temas religiosos e liberalização da lei do aborto.
Depois de quase um mês, Serra acumulou uma perda de seis pontos entre os pentecostais, numa queda lenta e gradual. Na semana passada, estava com 44% e no Datafolha de ontem pontuou 43%.
Dilma começou o mês com 40% e agora tem 42% no segmento pentecostal. Do ponto de vista estatístico, empatou com Serra. Quando são analisadas as regiões do país, a única variação relevante foi a oscilação para baixo do tucano no Sudeste: de 43% para 40% -dentro da margem de erro. Dilma está na frente com 44%.
O Datafolha perguntou aos eleitores quais atributos são considerados relevantes na hora de escolher o candidato. Houve poucas variações em relação a levantamentos anteriores.
Uma nova pergunta foi sobre “ter um passado político conhecido”. Para 70%, esse é uma atributo “muito importante”.Outros 28% consideraram “pouco importante” ou “nada importante”. Sobre “nunca ter se envolvido em casos de corrupção”, 87% responderam que essa é uma condição “muito importante” para postulantes à Presidência. Há três anos, em 2007, o percentual foi 91%. (FR)
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