Nenhum médico é super-herói

Por Erasmo Leão

O texto se contradiz e até mesmo reforça os argumentos refutados por ele! Muito bom os comentários do texto e o texto de Gisele Katia! Ricardo Rizzo, pelo seu comentário, enxergou a complexidade do problema que Eymard Mourão Vasconcelos enxerga! É uma pena a classe política não enxergar essa dimensão! Atenção Primária não resolve MAZELAS de DÉCADAS!

O texto esqueceu, já que trata de Saúde Pública, de mostrar dados importantíssimos! Vamos falar de Cuba e os porquês da Saúde e a Atenção Primária funcionar bem na ilha, apesar do bloqueio. Em Cuba, 98% dos cubanos têm acesso a energia elétrica, ÁGUA POTÁVEL e SANEAMENTO BÁSICO. Antes de querer trazer 6 mil médicos Cubanos para o Brasil, seria bom informá-los da taxa de saneamento básico aqui do Brasil. Em Cuba, a taxa de analfabetismo é praticamente zero, o trabalhador cubano tem um nível de escolaridade equivalente ao ensino médio. E não existe analfabetismo funcional por lá, isso é o jeitinho brasileiro de mascarar índices alarmantes de analfabetismo por aqui. Seria bom também explicar isso aos médicos cubanos! Sem saneamento, sem água potável e sem educação, NÃO HÁ SAÚDE! Quanto do seu PIB CUBA investe em Saúde? Quase 20%.

Então como os médicos cubanos são despreparados, são ruins? Não! Eu não defendo isso! Há excelentes médicos cubanos, resta saber se são eles que virão para Brasil. Será que os melhores médicos de lá vão querer vir para o Brasil?

E se forem os melhores, ótimo, excelente! Mas um outro ponto a ser questionado e que ninguém cobrou e colocou em pauta é que médico nenhum é super-herói. Nem cubano, nem brasileiro, português, espanhol. Médico não é super-herói, e enquanto o médico, cubano ou brasileiro, não virar engenheiro, secretário de obras e de educação, professor, político e tenha verba para realizar tais obras, a complexidade desse problema de saúde no interior do Brasil continuará existindo!