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MACONHA: A COMISSÃO GLOBAL E OS ACIDENTES

         A Comissão Global sobre Política de Drogas, da qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz parte, reunida nesta quinta- feira em  Washington, no exato instante que se anuncia a ida de 5 mil militares das Forças Armadas para as fronteiras para combater o tráfico de armas e de drogas, acaba de propor ao mundo, sob o pretexto de que a “guerra às drogas” fracassou, a legalização da maconha para ajudar a enfraquecer o poder do crime organizado. 
         Contrário à tal propositura, chamo a atenção, por exemplo, para um ponto importante na discussão sobre a pretensa descriminalização e legalização da cannabis, como almeja a chamada “corrente progressita”, no que tange ao possível aumento da violência no trânsito com a liberação da droga, como senão bastassem os embriagados do volante. Num país onde, em média, uma pessoa morre a cada quinze minutos, vítima da barbárie no trânsito (35 mil óbitos/ano), é preciso todo o cuidado na análise do tema. O uso da maconha, por exemplo, tal e qual o álcool (droga lícita), afeta diretamente o cérebro, onde são processadas as informações necessárias para a condução de um veículo, retardando a atitude do motorista ante os obstáculos que se apresentem na via.
        Um estudo divulgado num congresso médico na França, mostrou que cerca de 40% das pessoas, com menos de 30 anos, que morreram em acidentes rodoviários naquele país, num período de quatro anos, dirigiam sob o efeito de maconha. Entre os mortos ao volante que haviam fumado a droga – cerca de 800 pessoas por ano – quase ¾ o fizeram uma hora antes do acidente.
        Há que se considerar ainda que hoje, o princípio ativo da “cannabis sativa”, o tetrahidrocanabinol, é mais potente, trazendo seríssimos danos ao sistema nervoso central, dando causa inclusive à chamada síndrome amotivacional em alguns usuários. ”Uma falta de motivação para a vida” diz a Doutora Maria Tereza de Aquino, com vários anos de experiência à frente do NEPAD/UERJ.
        Legalizar a droga significa, portanto, escancarar, ainda mais, a perigosa porta de entrada para o caminho da destruição por onde ingressarão mais e mais jovens. Temos o dever, pois, de zelar pela criação de uma juventude sadia onde os valores de positividade se reflitam. Diante de experiências  e fatos negativos do dia a dia, liberar o uso da droga significa pois correr o risco de assumirmos, como sociedade organizada, uma perigosa tolerância onde, certamente, a emenda será pior que o soneto.
         O falso prazer e o “mundo colorido”, oferecidos pela drogas, devem ser substituídos pelo mundo real apregoado pelo incentivo aos estudos, ao amor à família, ao trabalho, ao lazer, à prática esportiva, à religião e à cidadania consciente, verdadeiros pilares da liberdade, da paz e do equilíbrio humano.
         Drogas não agregam valores nem desenvolvem talentos. A melhor estratégia de prevenção começa no seio familiar onde deve existir a abertura para o diálogo franco, claro e objetivo com os filhos. Se o jovem conhecesse os males da droga, antes do uso, certamente que não a usaria.

Redação

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