Jurado passa mal e júri do Carandiru é interrompido novamente

O julgamento do Massacre do Carandiru, considerado o maior no histórico prisional brasileiro, foi suspenso pela segunda vez nesta quarta-feira (17), e pelo mesmo motivo: o mal-estar de um jurado. O primeiro caso ocorreu no último dia 8, quando uma jurada passou mal. Com isso, a retomada foi marcada para segunda-feira (15). Desta vez, o Tribunal de Justiça de São Paulo não tem data para retomar os trabalhos.

O massacre que causou a morte de 111 detentos ocorreu em 2 de outubro de 1992.  Vinte e seis PMs estão sendo julgamentos por envolvimento nas mortes em massa.

Naquela ocasião, o governador do Estado era Luiz Antônio Fleury Filho, à época filiado ao PMDB. Apontado como mandante da ação policial, o coronel da Polícia Militar Ubiratan Guimarães foi condenado a 600 anos de prisão, em 2001, mas teve sua sentença anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em 2006. No mesmo ano, ele foi assassinado.

Leia apuração do portal UOL:

Jurado passa mal e júri do Carandiru é interrompido

Gabriela Fujita e Janaina Garcia
do UOL, em São Paulo

O júri dos Policiais Militares acusados pela mortes dos presos do Carandiru foi interrompido na manhã desta quarta-feira (17), por que um dos jurados passou mal. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, o jurado, um dos seis homens que compõem o grupo de sete pessoas, apresentou um “mal estar” nesta manhã, foi avaliado por um médico e permanecerá em repouso.

“O juiz conversou com o jurado, que diz estar disposto a continuar, mas por precaução, o magistrado achou por bem seguir a orientação médica [ou seja, repouso]”, diz trecho do comunicado repassado a jornalistas pela assessoria do TJ há pouco no Fórum Criminal da Barra Funda, onde acontece o júri desde segunda (15). É também no fórum onde o jurado, conforme o TJ-SP, está cumprindo o repouso médico.

Para esta manhã, estava previsto a leitura de peças do processo para que, à tarde, quatro de 26 réus fossem interrogados. Não há previsão de retomada do júri.

Entenda o caso

O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante uma invasão policial. À época, o governador do Estado era Luiz Antonio Fleury Filho.

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Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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