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A crise no mercado global de PCs

Do Convergência Digital

Crise,tablets e smartphones impactam mercado global de PCs

Fábio Barros

O Gartner anunciou nesta terça-feira, 25, durante o Gartner Symposium ITxpo, em São Paulo, que está cortando as previsões globais de crescimento de vendas de computadores pessoais feitas no início deste ano, de 9,3% para 3,8%. Os motivos, segundo a consultoria, são a crise econômica que atinge a Europa Ocidental e os Estados Unidos e o crescimento da preferência do consumidor por tablets.

De acordo com a consultoria, as pesquisas indicam que, em janeiro de 2012, as vendas de PCs devem atingir 352 milhões de unidades – quase 54 milhões que o previsto no início deste ano. É a segunda vez este ano que o Gartner reduz as expectativas de vendas globais de PCs.

“A expectativa inicial era que a economia se estabilizaria no segundo semestre e que os consumidores que não atualizaram seus PCs seriam atraídos de volta para o mercado. Mas isso não aconteceu, e os PCs vêm perdendo ainda mais preferência na hora da compra”, avalia Ranjit Atwal, diretor de análises do Gartner.

As vendas no segundo trimestre deste ano foram muito menores que o esperado nos Estados Unidos e os primeiros sinais são de que os gastos na volta às aulas foram desapontadores. Muitos consumidores estão comprando smartphones e tablets, mas mantendo seus computadores de mesa e laptops por mais alguns anos.

Em contrapartida, o Gartner prevê que as vendas mundiais de smartphones deverão crescer 57,7% este ano, chegando a 468 milhões de unidades, e que as vendas de tablets devem mais que triplicar, chegando a 70 milhões de unidades. “Só no fim de 2012 poderemos ver um estímulo para a indústria de PCs, se companhias como Intel e Microsoft começarem a vender laptops mais finos, leves e mais baratos. Se isso não acontecer, vamos reduzir as previsões mais uma vez”, afirma.

A recente decisão da HP de desmembrar sua área de PCs reforça as dificuldades que o setor enfrenta. Em agosto, a Acer – quarta maior fabricante de PCs do mundo – projetou prejuízo para este ano e a Dell cortou suas previsões de receita. “O modelo de negócio destas empresas precisa mudar. Ele era baseado em preço baixo, altos volumes e margens pequenas. Sem os volumes anteriores, o modelo entra em colapso”, analisa Atwal.

Para o Gartner, os fabricantes terão que evoluir e produzir uma variedade maior de aparelhos, de telefones a tablets e TVs. “A Apple vem mostrando o caminho, mas não sabemos se outras empresas conseguirão fazer o mesmo”, diz, lembrando que, por enquanto, as vendas em mercados emergentes como o Brasil, Rússia e China têm sustentado o setor. Se houver mudança no comportamento de compra destes países, o mercado vai se estagnar ainda mais.

Luis Nassif

Luis Nassif

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