Comentário ao post A contratação de estrangeiros nas federais
O problema não é contratar professores estrangeiros; o problema é contratar os melhores para professores. O concurso não é, seguramente, a melhor forma de contratação dos melhores. Principalmente porque o período probatório é uma piada: alguém conhece alguém que não foi aprovado no período?
Algumas providências têm sido sugeridas de há muito tempo. Uma delas “copiada” dos Estados Unidos, de onde copiamos quase tudo… menos o que presta: o sujeito formado numa universidade não entra nessa universidade como professor antes de passar por outras e demonstrar a sua capacidade. Isto evita que se formem verdadeiras “igrejas” endógenas dentro das universidades que não permitem a entrada de estrangeiros e que dificultam a entrada de pessoas “de fora” das pós graduações locais. Criam-se vínculos de compadrismo entre orientadores e orientandos futuros professores. Um dos piores males da universidade federal atualmente é esse endogenismo e a falta absoluta de avaliação posterior ao concurso.
Também não adianta trazer profissionais de fora sem estruturar a avaliação permanente.
Um concurso para professor é para a vida toda, e isso é um absurdo num lugar que pretende ter sempre os melhores. A qualidade do professor-investigador deve ser avaliada periodicamente e de forma não corporativa.
“Redes” ideológicas ou simplesmente corporativas são correntes nas universidades federais. E isso, além de ser uma atitude anti-universitária, onde a discussão deveria ser permanente, é a porta de entrada dos menos competentes porém “afinados” com os grupos existentes.
Enquanto isso, perdemos gradativamente o bonde da história em termos científicos e de educação superior, malgrado o número de publicações e congressos (via CNPq-Tour) cresça ano a ano (e o número de patentes continue pífio).
Não nego que há vontade de melhorar. As intenções são boas. A caracterização dos mestrados profissionais como stricto sensu é um avanço…. na portaria. Mas a implementação corre o risco de seguir os mesmos critérios de seleção, aprovação e estruturação de corpo de professores dos mestrados “acadêmicos”.
Uma verdadeira revolução na política científica e educacional nas universidades federais é questão de sobrevivência do sistema e do próprio país. A entrada de profissionais estrangeiros será apenas uma das consequências.
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