O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou intervenção da mídia pública no país. A medida é uma das promessas da campanha do ultradireitista, que, mesmo sem a maioria no parlamento, pode acabar gerando a privatização dessas empresas.
Para que as empresas de mídia pública da Argentina sejam privatizadas, é necessária aprovação legislativa. No entanto, a aprovação pode ser consolidada, uma vez que os meios de comunicação públicos não têm tanta força no país.
Como justificativa para a intervenção, o governo argentino disse que é “necessário otimizar a eficácia e eficiência das ações” da mídia pública. O decreto de Milei exonerou a direção colegiada que dirigia as emissoras e veículos públicos e colocou interventores no lugar. Entre os poderes dos interventores, está o de “operar e manter as sociedades de modo a manter a gestão administrativa com objetivo de tornar sustentáveis ditas empresas”.
A Federação Argentina dos Trabalhadores da Imprensa (Fatpren) publicou uma declaração a respeito da intervenção de Milei. De acordo com o documento, o ato do presidente “viola a legislação vigente” e “passa por cima do Congresso e da Nação”.
Ainda na declaração, a Fatpren afirma que os veículos públicos funcionam de acordo com a legislação e através de um “controle democrático do parlamento e do povo”, que a intervenção é “absolutamente autoritária” e que fica clara a intenção do Poder Executivo de privatizar as mídias “para fazer com eles um negócio”.
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