A esquerda precisa de moderação, por Rodrigo de Almeida

A esquerda precisa de moderação

por Rodrigo de Almeida

“Vale a pena ser moderado?”, foi a pergunta que fez, com a pertinência habitual, o sociólogo Celso Rocha de Barros em seu artigo na Folha de S.Paulo, publicado nesta segunda-feira, 23/3. No artigo, Barros lembra, com razão, que a maioria dos textos apresentados na preparação do próximo Congresso do PT propõe um partido mais radical e mais intervencionista – alguns chamariam de mais bolivarianista. “Há quem faça a autocrítica dos casos de corrupção”, escreveu, “mas pouca gente parece disposta à moderação em questões programáticas”. A fuga da moderação obviamente não se resume à esquerda – não há muita gente, ou mesmo ninguém, disposta a conversar do outro lado.

Eis um grande risco para a esquerda brasileira e, em particular, para o PT: atacada pela violência institucional sofrida por Dilma Rousseff em 2016, tisnada pela sucessão de citações na Lava Jato, alvejada pela crença generalizada de que o experimento desenvolvimentista dos anos Dilma fracassou, é bem possível que a maioria da esquerda prefira recorrer a imagens dos tempos heroicos, da fase pré-chegada ao poder, e a convicções ilusórias em torno da necessidade de uma “guinada à esquerda”. Guinada, aliás, era uma das mudanças mais pedidas por gente do PT, de movimentos sociais e de sindicatos nos últimos 13 meses de governo Dilma – para muitos, seria a única resposta adequada para enfrentar o golpe que se avizinhava.

Como estratégia de guerrilha política, tudo bem. Talvez faça sentido para reaquecer a autoestima da militância, recobrar os brios perdidos, reaquecer os ânimos para enfrentar a batalha eleitoral e a ocupação dos espaços perdidos e devidos. Mas custo a crer em sua eficácia como estratégia partidária e eleitoral visando à retomada do poder por meio das urnas. Parece difícil não imaginar que a maioria dos eleitores pensa como Celso Rocha de Barros: não adianta proteger demais o flanco esquerdo e perder o centro.

Se agir assim, o PT vai ignorar não só a história das democracias ocidentais – nas quais dificilmente uma coalizão de partidos chega ao poder se não abraçar o centro dos eleitores – como a própria história. Afinal, a moderação foi uma das razões que levaram Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002. E foi a moderação que o ajudou a enfrentar uma crise como a do mensalão e deixar o Palácio do Planalto com a mais alta aprovação popular da história (moderação conjugada com a sorte e a eficácia de suas escolhas, claro, pois como ensinou Maquiavel, fortuna e virtú, ou sorte e virtude, andam lado a lado).

Será um erro duplo para um PT que está de olho simultaneamente na recuperação da própria imagem e nas eleições de 2018: moderação na autocrítica dos casos de corrupção e radicalização em questões programáticas. Sobretudo ao lembrar o quão desleixada foi a esquerda ao desprezar a ascensão, na sociedade, de um pensamento liberal-conservador. Por soberba diante dos próprios feitos e/ou pela sua dificuldade crônica em aceitar que o diferente e o crítico possam ser simplesmente um diferente e um crítico, e não um golpista, a esquerda deixou emergir na sociedade, sem o devido confronto de ideias, esse viés liberal-conservador. E do crítico nasceu o estridente, e do estridente nasceu o assustador.

Luis Nassif tinha razão ao mencionar, em artigo recente sobre a frente das esquerdas (de 4/3), o “fracasso do petismo e sua estratégia de conciliação”. E mais ainda na “dificuldade imensa em identificar os pontos centrais de uma estratégia política”. Concordo com ele sobre a dificuldade em consolidar um projeto de país que expurgue da social-democracia as “concessões absurdas feitas ao mercado” mas que, ao mesmo tempo, não embarque na visão de um socialismo utópico. Faz sentido também sua ideia de que constituem um dos desafios presentes o fracasso das políticas de conciliação e a dificuldade em definir as novas bandeiras– bandeiras que ampliem o campo de alianças e não limitem as esquerdas a uma militância de guetos.

Mas acrescento: é preciso neste momento definir com clareza o que chamamos de fracasso das estratégias de conciliação do petismo e/ou do lulismo. Convém distinguir, por exemplo, o que foi a conciliação proposta, iniciada e executada pelo ex-presidente Lula e suas diferenças em relação à revisão de rota promovida pela ex-presidenta Dilma – esta por convicção mas, sobretudo, por força das circunstâncias.

Na aparência e com moderação, Lula manteve a ordem liberalizante estabelecida nos mandatos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Evitou confronto com o capital e adotou uma política econômica conservadora. Propôs uma reforma conservadora da Previdência Social dos servidores públicos. Oito anos depois, ao fim do segundo mandato, sabemos, o Brasil se dava conta de que seu governo se assentava em três pilares fundamentais: crescimento econômico, distribuição de renda e incorporação social. Sem Antonio Palocci e com Guido Mantega e Dilma Rousseff, mas sem confrontar o capital e sem guinadas à esquerda. Com estratégia e política conciliatória, todos ganharam em seu governo. Uns mais, outros menos, como todo capitalismo. Mas todos ganharam.

Dilma pegou um país muito melhor do que Lula recebera, mas viveu e padeceu em condições internacionais radicalmente diferentes. Também lhe faltou sorte, como sublinhou FHC em declaração recente que virou motivo de piada nas redes sociais (de novo Maquiavel: no poder, dificilmente há fortuna sem virtude). Seu governo enfrentou, inclusive, uma fase do capitalismo internacional marcada por uma política mundial de austeridade – algo bem distinto do que Lula enfrentara. Também recebeu uma tendência brutal à desindustrialização da economia. Ela então respondeu a tudo isso com uma política de crescimento ancorada na industrialização.

Vale aqui o conhecido diagnóstico de André Singer sobre a crise do lulismo: Dilma adotou medidas que atendiam diretamente o que pedia o setor industrial – o mesmo setor que a abandonaria em 2015 e 2016. Redução forçada e sistemática dos juros, desvalorização do real, controle de capital especulativo, prioridade para o produto nacional nas compras do Estado e taxação de produtos importados estavam entre essas medidas. E, conforme Dilma as implementava, o empresariado industrial ia ficando mais e mais contra ela.

Como ela própria reconheceu, forçou a mão na continuidade de certas políticas, como a da desoneração. Continuou a tratar como crise o que a tendência iniciada em 2008 se revelou como perene. O seu experimento equivocadamente interpretou como cíclico o que se mostrou uma mudança estrutural ou perene – caso da queda dos preços das commodities. A manutenção de políticas anti-crise até o fim do primeiro mandato de Dilma, como isenções fiscais e os estímulos de crédito, previa uma recuperação que não chegaria. Deveriam ter sido desmontadas progressivamente após seu sucesso no período 2008-2010, mas em alguns casos foram até aprofundadas.

Tais equívocos não são exatamente um experimento desenvolvimentista, mas em muitos casos erros pura e simplesmente. A saúde fiscal deteriorada, por um lado, e as escolhas feitas para medicá-la, por outro, ajudaram a compor o cenário de horror que adornou a profunda crise de 2015-16 – sem esquecer a natureza da crise política, dos efeitos da Lava Jato sobre as incertezas e a insegurança dos agentes econômicos, e da debilidade com que Dilma II tratou Congresso e empresariado… A conciliação fora para o brejo.

O experimento desenvolvimentista à moda Dilma foi menos uma ruptura, como querem alguns, e muito mais uma tentativa de preservar o compromisso lulista num contexto muito mais hostil, como defendem outros. Para tanto, tencionou o pacto lulista, para o bem e para o mal.

Qualquer que seja a interpretação sobre a raiz de tais problemas (nunca é demais lembrar que ser crítico de obra pronta é fácil), o fato é que o país assistiu a um gravíssimo fracasso econômico que contribuiu para levar a esquerda às cordas. E tal fracasso também teve seus fatores endógenos – para usar uma expressão de que os economistas gostam. Em outras palavras, a culpa também foi da esquerda que estava no poder.

Não dá, portanto, para a esquerda tentar reerguer-se para 2018 pensando em radicalizar sua estratégia “à esquerda” ou continuar a interpretar os problemas que enfrentou tão-somente pelo viés externo: Lava Jato, Sergio Moro, a crise internacional, o Congresso, o Judiciário, a banda violenta da direita, tudo tem sido cadastrada na pasta das explicações com muita ênfase. Mas timidamente se coloca a própria culpa, os próprios erros, os próprios equívocos. Na economia e na corrupção, dois dos temas principais que marcarão o debate eleitoral em 2018.

Esse reconhecimento pode ser um bom começo para pensar a orientação a partir daqui – de preferência, contendo a ação dos radicais livres.

Rodrigo de Almeida é jornalista e cientista político. Foi secretário de Imprensa da Presidência da República nos últimos meses do governo da presidenta Dilma Rousseff (2015-2016). Ocupou diversos cargos na imprensa, entre os quais editor-executivo do Jornal do Brasil, editor da revista Insight-Inteligência e diretor de Jornalismo do iG.

 

Redação

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  • A esquerda não precisa de radicalização, mas de superficialidade

    "As armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte em força material uma vez que se apossa dos homens. A teoria é capaz de prender os homens desde que demonstre sua verdade face ao homem, desde que se torne radical. Ser radical é atacar o problema em suas raízes. Para o homem, porém, a raiz é o próprio homem". Karl Marx

    Foram tipos de pessoas superficiais como Rodrigo Almeida que fizeram do PT um partido igual ou até pior do que os partidos de direita.

    Por medo da concorrência, temos que abandonar a radicalidade?

    Quer merda!

  • Não sei o que é mais notável

    Não sei o que é mais notável nesse texto, se a covardia ou a burrice.

    A esquerda não existe para ganhar eleições a qualquer preço, moço. Existe para implementar um programa, e um programa de esquerda, não o programa do "centro do eleitorado". Portanto a tarefa não é adequar a esquerda ao neoreacionarismo do eleitorado brasileiro, mas deslocar o eleitorado para a esquerda.

    • perfeito!

      o autor, subestimando o leitor, teve o desplante de afirmar que houve "redução forçada de juros" em 2015.

      com joaquim levi ....

      impressionante como não se aproveita nada.

      dilma caiu porque cercou-se de raposas e ineptos, somada a sua fantástica incapacidade política, peculiar aos tecnocratas.

      • "Dilma caiu porque cercou-se

        "Dilma caiu porque cercou-se de raposas e ineptos, somada a sua fantástica incapacidade política, peculiar aos tecnocratas.'

        Inclusive o referido autor...

        Resta saber a qual categoria destas ele se enquadra ?? É raposa ou inepto ??

        Se eleger com o tipo e programa que o autor propõe é a consolidação do golpe.

        Um governo Temer é o mínimo que a plutocracia aceita. 

        • De qual autor estás a falar, Camarada Marcelo 33?

          Marcelo33, tu estás a falar do autor do texto, Rodrigo Almeida, ou do autor do comentário intitulado "perfeito", o Sr. Mauro Silva 2?

          • Ficou confuso mesmo... mas eu

            Ficou confuso mesmo... mas eu concordo com o autor do comentário perfeito e eu me refiro ao autor do texto.

            Eu relendo o comentário realmente o que eu escrevi parece querer se referir ao Mauro Silva 2, mas na verdade é ao Rogério Almeida

    • Concordo inteiramente, Luiz

      Concordo inteiramente, Luiz Henrique. O medinho "a la Dilma" da radicalização é inutil, irrelevante diante da realidade catastrófica que vivemos. Me faz lembrar a frase de Galileu quando condenado por afirmar que é a terra que se move em torno do sol: ...eppure si muove. O número daqueles que não tem nada ou quase nada a perder é muitíssmo maior que aqueles que têm alguma coisa ou muito a perder. Estes últimos têm o poder garantido por instituições falidas, funcionando apenas para garantir a estabilidade de ladrões e entreguistas. Estas instituições, governo, judiciário e seus apêndices, imprensa, estão de costas ao país e são inimigas declaradas, explícitas do povo. Por que o povo, o trabalhador, quando se conscientizar disso, terá leniência com estas ionstituições? Porque o povo terá paciência com um governo e instituições feitas de homens, brancos, velhos e ricos que não têm nada a ver, em nenhum destes aspectos, com  o Brasil de fato? 

  • Não sei o que é mais notável

    Não sei o que é mais notável nesse texto, se a covardia ou a burrice.

    A esquerda não existe para ganhar eleições a qualquer preço, moço. Existe para implementar um programa, e um programa de esquerda, não o programa do "centro do eleitorado". Portanto a tarefa não é adequar a esquerda ao neoreacionarismo do eleitorado brasileiro, mas deslocar o eleitorado para a esquerda.

  • LULA fez o 1o mandato do PAZ

    LULA fez o 1o mandato do PAZ e AMOR, sem ele nada aconteceria ..provou que era possível, saiu com 85 % de aprovação

    Podia ter feito MUITO mais do que fez, no segundo mandato talvez, arregou

    DILMA, assim com THC, pegaram crises externas, verdade (e LULA TAMBÉM, em 2008-10 !!!)

     ..DILMA foi vítima dum ciclo violento (das commodidites) ..porém ambos, DILMA e THC, foram INCOMPETENTES ao exagerarem na ancora cambial por exemplo (fora de outras peculiaridades temerárias que ambos cometeram)

    Agora tá difícil, o CORPORATIVISMO dos Ssindicatos, Fiesp e Febraban, JUDICIÁRIO, grande MÍDIA e MILITARES criminalizaram a política..

    ..nem o agro escapou (forao AMPLO setor das empreiteiras e do petróleo que já foram pro cacete)..

    ..tudo virou propina, roubo  ..o toma lá da cá - democrático e parcimonioso, agregador e atenuante das demandas mais urgentes, dos acordos, o que justificava a razão de ser da boa política - tudo virou CRIME pela boca de pessoas pequenas que acham que o que pode valer numa democracia é só o que eles pensam e querem pro momento. 

    • discordo

      acho que ele meio que arregou no 1º mas no final deste e todo 2º se aproximou mais do desenvolvimentismo.

      mas foi moderado em certos pontos quando não precisava, como, por exemplo, não obrigar a globo a buscar no mercado os remédios que recita aos outros, franqueando a ela as burras do bndes.

      outra cagada foi não ter ido prá cima do gilmar mendes como um trator no episódio do grampo sem audio. era para ter tirado o cara do supremo ali.

      e mais: indicar cesar peluzo .... puta que pariu!

      pior que isso, só palocci na fazenda ou 6 anos de 'rolandolero' na justiça.

  • É só uma questão de vontade política?

    É plenamente compreensível o discurso da radialização à esquerda. Radical no sentido de ir à causa das coisas e não como uma vontade política. Vontade política é vontade de poder, nada mais. Os tempos atuais são radicais no Brasil e no mundo. Lula costumava dizer que sua postura como presidente era de "poder moderador". Ele foi pragmático quando via que uma ou duas teses não vingariam numa disputa no congresso. Evitava o prior. Isso mudou. Hoje em dia não há moderação no executivo, judiciário  e legislativo. Por que razão a esquerda seria? Marcelo Freixo, por exemplo, tem o discurso mais articulado e moderado que qualquer candidatura já conhecida (Lula, Ciro, Marina, Aécio, Alckmin...), mas qual a possibilidade dele ser competitivo numa eleição que promete começar e não terminar em 2018, podendo tornar-se a mais polarizada da história recente do Brasil? Moderação não é como canja de galinha, não a encontramos em qualquer lugar. A sua escassez é brutal. A realidade política, social e econômica é o mais radical dos temas. Os moderados estarão condenados à forca. Uma vez eleitos, serão engolidos pela máquina.

  • Com este artigo RA garantiu a empregabilidade do PIG/PPV

    Prezados,

    Há cerca de um mês concluí a leitura do livro "À sombra do poder: bastidores da crise que derrubou Dilma Rousseff", cujo autor é Rodrigo de Almeida. Assim que li um artigo do mestre Jânio de Freitas sobre o livro, fiquei interessado, o adquiri e li. Trata-se de um livro-reportagem feito de forma cuidadosa, atendo-se à narrativa dos fatos; o jornalista em nenhum momento apela para o colunismo opinativo. Como todo livro-reportagem e como qualquer trabalho jornalístico honesto, não se vê no livro uma neutralidade forçada (aliás, não existe neutralidade em jornalismo) ou uso da técnica "uma no cravo, outra na ferradura"; as críticas ao governo e à Presidenta Dilma Rousseff e a Joaquim Levy, de quem Rodrigo de Almeida foi assessor de imprensa, são bem fundamentadas e baseadas no olhar de um repórter.

    Se no livro que citei Rodrigo de Almeida merece muito mais elogios do que críticas, neste artigo o oposto se aplica. Embora todos saibamos que o radicalismo jamais permitiria o PT chegar ao GF - com Lula e depois com Dilma - ou se chegasse o presidente eleito e o partido jamais conseguiriam governar, correndo o risco de ser deposto já no primeiro ano de mandato, pedir moderação à Esquerda neste momento parece uma concordância explícita com a perseguição, a repressão, a opressão de que essa Esquerda tem sido vítima há pelo menos 10 anos, com as sucessivas tentativas de golpe de Estado, persecução penal e prisão, para tirar de cena os líderes petistas, tentativas de proscrição do PT, inabilitação política de Lula, etc. A excessiva moderação e o republicanismo ingênuo e suicida adotados pelos governos petistas desmobilizaram as bases e a militância. Tivesse o PT mantido ativa a militância e governado mais de acordo com o programa originalmente defendido pelo partido, certamente o golpe de Estado que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff não teria ocorrido de forma tão descarada e quase sem resistência. Foi preciso quase um ano e a degola dos direitos trabalhistas, previdenciários e programas sociais do governo, além do desmonte de todos os setores econômicos em que o Brasil era competitivo mundialmente, gerando 25 milhões de pessoas desempregadas,  para que as classes trabalhadoras e populares caíssem na real e saíssem às ruas em grande número, pedindo a derrubada do governo golpista (formado pelas quadrilhas políticas da direita golpista, oligárquica, plutocrática, escravocrata, privatista e  entreguista e pelas quadrilhas judicárias e midiáticas).

    O que se percebe é que, ao escrever este artigo, Rodrigo de Almeida está, de forma velada, se oferecendo para prestar serviços a algum veículo do PIG/PPV, numa clara tentativa de manter sua empregabilidade e dizer para os donos dos veículos doo PIG/PPV: "Olhem, estou aqui. A Dilma já foi derrubada e não sou mais assesor de imprensa dela ou do ministro da Fazenda. E tem mais: como assessor de imprensa, pude conhecer algusn bastidores do poder". 

    Uma coisa é certa: se Rodrigo de Almeida costear o almbrado e passar para o outro lado, é provável que diante das críticas se tornará ressentido e rancoroso. Na política vemos vários exemplos disso, como é o caso de Aloysio Nunes Ferreira, Luciana Genro e outros do PSOL, Zé Maria e seu PSTU. E no joprnalismo/política os deprimentes exemplos de Fernando Gabeira, Roberto Freire, Eugênio Bucci, Clóvis Rossi, Carlos Heitor Cony, etc., mostram o estado de ecadência e degradação ético-moral que podem atingir aqueles que renegam o passado ou as origens ou mostram a verdadeira face daqueles que usaram entidades e instituições identificadas com a Esquerda, mas que no fundo sempre tiveram apenas uma sede de poder e ambição apenas deles.

  • A era das ilusões acabou. A

    A era das ilusões acabou. A esquerda tem que apelar para a Realpolitik e usar Maquiavel. Dentre os pontos destaco:

    1. Ênfase no nacionalismo;

    2. Atrair as forças armadas (profeta armado vence, profeta desarmado perde), mesmo sendo um ninho de conservadores;

    3. Declarar a Globo "inimiga numero 1 do Brasil";

    4. Fazer propaganda política incessante junto sua base eleitoral;

    5. Afagar o capital com um único objetivo: submetê-lo. Não destruí-lo, porque precisamos dele;

    6. Proibir sites vinculados a ONG sabidamente neoconservadoras e neoliberais dos EUA;

    7. Perseguir os pensadores de "mercado", com o objetivo de destruí-los;

    8. Caçar os trolls da direita.

    9. Usar palavras de afago e afeto para esconder as verdadeiras intenções

    A direita faz isso o tempo todo. Mas agroa é luta de vida e morte. Ou admitimos que estamos em guerra ou nunca venceremos.

      • Outra criança ingênua da

        Outra criança ingênua da esquerda soft, que prega paz, amor diálogo e é revolucionário de manual.

        Vai dialogar com essa gente, vai. Lula tentou e olha no que deu.

        Faça um favor: fique quieto.

        Gente como você nunca aprende nada.

  • Hoje às 16h, na Paulista - sem conciliação

    Esta crise política tem um aspecto altamente positivo: revelou o que é a luta de classes e destruiu as ilusões de quem as tinha.

    Alguém tem dúvida que o Paulinho da Força é um pelego pós-moderno e que ainda apoia o criminoso Eduardo Cunha ?

    Está claro que a plutocracia continua com o poder, tem mentalidade escravagista e é entreguista. Aos democratas compete reunir forças políticas para derrotar definitivamente a plutocracia. Não pode haver conciliação.

     

     

  • Os dois grandes erros do PT

    1) Não ocupar o Estado, praticando o republicanismo suicida. Lula nomeou 8 ministros pro STF, Dilma nomeou 5. Por conta de um republicanismo suicida nomearam pessoas sem afinamento com o estado social e as ideias da esquerda, só porque uma hora precisava nomear um negro, outra hora precisava nomear uma mulher, outra hora tinha que atender governadores (caso do Fux, cria do Sérgio Cabral), ou então nomear o jurista da moda (caso do Barroso e do Teori). Nomearam os seus maiores algozes pra PGR, em nome de um respeito ao MPF que este nunca teve com o PT. Deixaram que cargos chave da Administração federal ficassem na mão de direitistas, em nome do republicanismo suicida. Deu no que deu...

    2) Lula se afastou da arena política. Em 2014, quando estourou a Lava-Jato, Lula e Dilma não avaliaram corretamente o potencial daquilo, ingenuidade inaceitável em pessoas com a experiência dos dois e que já tinham visto os protestos dirigidos de 2013. Naquele momento Lula deveria ter disputado um mandato de deputado federal. Teria um caminhão de votos, elegeria mais uns dois com ele, e no parlamento não só estaria a salvo da sanha morista como teria dado outro rumo à história. Com Lula no parlamento o impeachment jamais existiria, Cunha nem seria presidente da Câmara. E agora Lula fica correndo atrás do prejuízo e contra o tempo...

  • Ajuntamento de parágrafos.

    O texto "A esquerda precisa de moderação", deve ser moderado, não expoem logicamente nada, é um conjunto de frases e parágrafos sem articulação e sentido, banal e superficial!

    • Pensou na possibilidade de

      Pensou na possibilidade de você não ter entendido o texto? Para mim ele se encaixa na eterna discussão da esquerda: Revolução ou Reforma? Discussão que eu acho tola porque a sociedade não pode fazer essa escolha assim tão facilmente. Revoluções não acontecem assim tão facilmente e Reformas muitas vezes são importantíssimas, tanto para o despertar de uma consciência quanto para preparar futuros caminhos para a Revolução. Achar que fazer reformas, optar pela via eleitoral, é um travamento da Revolução é um pensamento nocivo, pernicioso e recorrente de uma parte da esquerda. Mas a discussão é longa... 

      • Provável

        Avaliei segundo a lógica (aristólelica-hegeliana, claro), voce segundo a Política. 

        Talvez, a posição de Eduardo seja não precisar e manter a confução sobre reforma e revolução.

        • Humm, pode ser. Acabei de ler

          Humm, pode ser. Acabei de ler um texto no excelente blog mberublue.blogspot.com.br que contém a seguinte citação: "Romper a gradação", anotava Lênin à margem de A Grande Lógica de Hegel. E sublinhava: "A gradação nada explica sem os saltos. Os saltos! Os saltos! Os saltos."**              Só fico com medo de os saltos imponderados levarem a rã a cair na panela de óleo fervente.

           

    • Pois é, o texto fala que

      Pois é, o texto fala que Dilma fez o possível para ajudar o setor industrial e mesmo assim perdia apoio.

      Qual a lógica disso? O autor não faz nenhuma conclusão.

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