Não à toa o governo brasileiro dá sinais explícitos de insatisfação com a Argentina. As barreiras comerciais impostas pela presidente Cristina Kirchner estão resultando em um alto custo ao país. Em outubro, o país vizinho registrou superavit comercial com o Brasil, de US$ 40 milhões, o primeiro saldo positivo desde junho de 2009, conforme levantamento do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as importações brasileiras somaram US$ 1,666 bilhão e as exportações, US$ 1,626 bilhão. “Pela primeira vez, em um mês, a Argentina caiu para o quarto lugar como maior destino dos produtos brasileiros, atrás de China, Estados Unidos e Holanda”, afirmou.
As medidas protecionistas adotadas pelo governo de Cristina fizeram com que as exportações à Argentina despencassem 25,8%, o mesmo recuo nos embarques para a China. Esse tombo é mais que o dobro do declínio de 10,6% observado no conjunto em todas as exportações brasileiras, que somaram US$ 21,76 bilhões no mês passado. Em outubro de 2009, ainda auge da crise financeira global, o volume embarcado pelo país havia recuado 20,3%.
“A China é um parceiro importante para o Brasil. E, como todos os países, está sendo afetada pela crise global. Por isso, o recuo geral das exportações”, explicou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. O resultado em relação ao país asiático deveu-se, sobretudo, à retração dos embarques de minério de ferro e petróleo. “O minério de ferro teve queda de preço. Ele é o principal produto da nossa pauta de mercadorias embarcadas para a China”, destacou ela, lembrando que, de janeiro a outubro, houve queda de 26,6% no valor total exportado da commodity. Em quantidade, porém, a variação foi pequena, de 1,3%.
Em relação à Argentina, Tatiana demonstrou uma preocupação maior. O país vizinho é um importante destino de produtos industrializados brasileiros e a queda em outubro é decorrente, além das barreiras impostas pelo governo de Cristina, da desaceleração da economia portenha. “O governo está preocupado. Temos nos reunido com frequência com representantes argentinos”, completou. A próxima reunião será semana que vem, ainda sem local definido. Um dos objetivos será tentar solucionar os problemas para obter licença de exportação de setores como o de carne bovina e o de máquinas agrícolas.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras recuaram 5,5%, somando US$ 202,3 bilhões. As importações caíram 1,9%, para US$ 184,9 bilhões. O superavit ficou em US$ 17,3 bilhões, 31,6% abaixo dos US$ 25,4 bilhões registrados no mesmo período de 2011. “É evidente que a crise global está afetando o nosso comércio”, reconheceu a secretária do Mdic. O saldo só não foi menor porque as importações de alguns produtos, como veículos, despencaram 30%, graças ao aumento de impostos para os carros que vêm de fora, recordou o consultor Welber Barral.
Os Estados Unidos perderam para a China o posto de maior origem das importações brasileiras. “Se esse ritmo continuar até dezembro, será a primeira vez na história que os EUA deixarão de ser o maior exportador de produtos para o Brasil em um ano inteiro”, disse a secretária de comércio exterior do Mdic, Tatiana Prazeres. Os EUA foram os únicos entre os principais parceiros comerciais do Brasil a registrar alta nas exportações de janeiro a outubro: 9,6% em relação a 2011. No mesmo período, a China teve recuo de 6,1%, acima dos 5,5% acumulados das exportações totais.
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