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Petroleiros decidem entrar em greve a partir do dia 16

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – Os trabalhadores da Petrobras decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, com parada e controle de produção, a partir do dia 16, informou comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta segunda-feira.

O sindicato informou que os trabalhadores da estatal rejeitaram, em assembleias, contraproposta apresentada pela Petrobras no dia 31 de outubro.

“Nas sete rodadas de negociação, a empresa desprezou as principais reivindicações sociais da categoria, principalmente no que diz respeito à saúde e segurança”, afirma a FUP na nota.

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Além de 10% de reajuste salarial real, os petroleiros reivindicam reforço na política de segurança, aumento no total de trabalhadores, melhoria nos benefícios e igualdade de direitos para trabalhadores terceirizados.

De acordo com os sindicalistas, 16 trabalhadores morreram neste ano em acidentes na Petrobras, dos quais 14 eram terceirizados.

“Um número alarmante que reflete a insegurança crônica que vivem os petroleiros, principalmente os terceirizados, que são as maiores vítimas de acidentes na empresa. Desde 1995, pelo menos 310 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobras e subsidiárias”, afirma a FUP.

A Petrobras informou por meio de nota, também nesta segunda-feira, que apresentou às entidades sindicais proposta de um reajuste de 9% e gratificação de 90%, além de outras ofertas.

“A empresa propõe avanços em diversos itens relacionados ao plano de saúde e previdência dos empregados, condições de saúde e segurança, entre outras questões”, informou a empresa em nota.

As ameaças de greve com parada de produção têm sido uma constante nos movimentos reivindicatórios da FUP nos últimos anos, mas as paralisações parciais raramente chegaram a trazer problemas operacionais significativos para a estatal.

Encomenda de mais navios ao Eisa

A Petrobras fechará nos próximos dias com o estaleiro Eisa contrato para a construção de oito navios para transporte de produtos de petróleo – a última encomenda da segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef 2).

Com o final desta etapa e a entrega do primeiro petroleiro construído no âmbito do programa, prevista para a próxima semana, a estatal deve anunciar em seguida a terceira fase do Promef, com a encomenda de mais 20 navios, afirmou nesta segunda-feira Sérgio Machado, presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras para logística.

Segundo Machado, Petrobras e Eisa chegaram a um consenso sobre o preço dos oito navios e faltam apenas “alguns acertos técnicos” para a conclusão do contrato.

– Já encerramos a fase de negociação comercial – disse ele após participar de evento organizado pela indústria naval, em Niterói, região metropolitana do Rio.

Representantes da indústria naval já tratam o negócio como fechado.

– A informação que tive nesta manhã é que os dois fecharam acordo – afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Construção e Reparação Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha.

Com o contrato fechado junto ao Eisa para a construção de oito navios para o transporte de derivados de petróleo, a Petrobras encerra as encomendas de 49 navios previstos nas duas fases do Promef.

Localizado no Rio de Janeiro, o estaleiro Eisa, do grupo Synergy, poderá dividir a encomenda com o estaleiro Mauá, do mesmo grupo, localizado em Niterói, disseram os presidentes da Transpetro e do Mauá, Manoel Ribeiro.

Os primeiros 41 navios encomendados demandaram investimentos de 9,6 bilhões de reais e estão sendo feitos nos estaleiros Atlântico Sul (EAS), Promar, Mauá, Superpesa e o mesmo Eisa. Onze navios estão sendo construídos no Rio de Janeiro e outros 30 em Pernambuco pelos estaleiros Atlântico Sul e Promar.

O programa de construção naval da Transpetro é um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

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