Em Santa Catarina, mulher recebe ‘presente’ racista

Sugerido por Nilva de Souza

Da Rádio Educadora

Um dos fatos mais sórdidos e nojentos da história dos 65 anos da cidade de Taió aconteceu na manhã deste sábado (08), em pleno Dia Internacional da Mulher.
Amanhecia o dia que deveria ser de alegria total para todas as pessoas do sexo feminino que comemoram o seu dia. A cidade inclusive promove alguns eventos neste final de semana para homenagear a mulher.
Porém, em pleno século XXI, a técnica de enfermagem Cátia Regina dos Passos que tem a pele negra, abriu a porta do seu apartamento e encontrou uma caixinha com um bilhete escrito: “Bom dia, Macaca”. E na caixa, havia uma banana. “E ainda me pedem pra que eu respeite essas pessoas porque elas são ignorantes e não sabem o que estão fazendo” postou Cátia em seu perfil no facebook.

Nossa equipe de reportagens entrou em contato com ela que autorizou a publicação deste fato, detalhando ainda que o bilhete estava escrito a mão num papel de caderno normal, letra de forma bem grande, “BOM DIA MACACA”.
A Rádio Educadora manifesta-se CONTRÁRIA a esse tipo de ação e posiciona-se, classificando como um ato inadmissível o que aconteceu na cidade de Taió que entristece todos os munícipes num dia de tanta alegria e comemoração e solicita a atenção das autoridades policiais para este caso.
-x-x-
PS.: Em 1988 eu trabalhava na Eletropaulo e no dia do aniversário de 16 anos do boy, chamado Anselmo, na hora de cortar o bolo o pessoal deu um presente pra ele. Quando abriu tinha um bilhete e um canho de bananas. Estava escrito “Ansímio, este é teu presente de aniversáro”. O menino engoliu o choro e enxugou as lágrimas que caíam dos seus olhos. Eu não aguentei e falei na hora que se ele quisesse iríamos abrir um B.O. e denunciar o pessoal, inclusive chefes que se matavam de rir. Ele preferiu deixar pra lá. Mas eu falei alto pra que todos ouvissem. Mexam comigo, não com uma criança, seus filhos da puta e virei pro garoto : nunca mais permita que te façam isto. Prometa pra mim e pra você mesmo. Da próxima vez, dê um soco na cara que eu serei sua testemunha. Fiquei quase um mês sem falar com ninguém, nem com chefia. Fui embora chorando no meio da rua. Queria matar aqueles filhos da puta. O pior é que a secretária que teve a ideia, era mulata, filha de um “morenão”, como ela dizia.
Redação

Redação

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  • Em 1960, eu estava no 1º ano

    Em 1960, eu estava no 1º ano do Ginásio e tínhamos um professor negro. No dia do seu aniversário, foi deixada sobre sua mesa uma caixa embrulhada para presente. Ao entrar na sala o profssor foi recebido com o "Parabéns prá você". O professor, emocionado agradeceu e abriu o presente. Era uma caixa de sapato cheia de capim e uma banana. Aturdido e decepcionado o professor fecho a caixa deixou-a sobre a mesa e deua aula normalmente. Quando tocou o sinal para o fim da aula, ele pediu à turma que aguardasse um instante. ensamos "Lá vem bronca!". Calmamente, ele pegou a caixa de sapato e solenemente anunciou: "O aluno que esqueceu aqui o seu lanche pode pegá-lo antes de ir para o recreio."

    Nunca me esqueci dese episódio nem desse professor.

  • E ainda há idiotas q dizem q sao só "brincadeiras inocentes"

    E que quem reclama contra a discriminaçao nao tem espírito de humor. Isso vale para piadas racistas, homofóbicas ou machistas. 

    • COISAS DISTINTAS

      Raça e preferencia sexual são coisas bem distintas, não ponha tudo no mesmo saco.

      Cor de pele não faz de ninguém melhor ou pior que os outros. Neste aspecto somos todos iguais.

      Preferencia sexual é outra história totalmente diferente!

  • A classe política perdedora,

    A classe política perdedora, que mergulhou grande parte do país nas trevas do retrocesso com o apoio irrestrito da mídia maldita, pode celebrar mais essa "conquista". Achavam que as sementes de ódio, mentiras e radicalismo iriam florescer somente com folhas e flores anti-petistas? Achavam que seus bombardeios preconceituosos seriam cirúrgicos apenas contra Lula e Dilma? Pois é, Sr. Joaquim Barbosa, olha só com quem o senhor foi se aliar. Abra os olhos Dona Marina Silva. Todos nós, que carregamos sangue negro ou índio em nossas peles, voltamos a correr o risco secular de sempre, que nos mantém há séculos observando a festa de longe. 

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