Metalúrgicos da Embraer suspendem greve após intimidação da PM

Os metalúrgicos de uma fábrica da Embraer em São José dos Campos, interior de São Paulo, paralisaram a produção da unidade Ozires Silva por três horas, na manhã desta terça-feira (3). 

A paralisação, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, busca reivindicar a renovação da convenção coletiva e o aumento salarial acima da inflação.

O Sindicato anunciou a greve às 5h45, por tempo indeterminado. Contudo, a ação foi suspensa por causa do forte contingente da Polícia Militar e de seguranças da fabricante, informou a Folha de S. Paulo.

O sindicato declarou, por meio de nota, que “repudia o método usado pela Embraer para intimidar os trabalhadores que exerciam o seu legítimo direito à greve“.

Uma assembleia está marcada para às 15h, na entrada dos funcionários do segundo turno. Na ocasião, o sindicato deve propor uma nova paralisação.

“A condição imposta pela Embraer para a assinatura da convenção é a redução da estabilidade no emprego para trabalhadores vítimas de doença ou acidente ocupacional. A convenção de 2017 garante estabilidade até a aposentadoria, mas a empresa quer reduzir esse período para 21 meses (em caso de doença ocupacional) e 60 meses (acidente ocupacional)”, afirmou o sindicato.

Bloqueio de financiamento

O sindicato, filiado à CSP-Conlutas, também encaminhou nesta manhã um ofício ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloisio Mercadante, solicitando uma reunião sobre a necessidade de se bloquear financiamento para empresas que não tenham convenção coletiva assinada com sindicatos.

Só no mês, o BNDES aprovou R$ 2,4 bilhões em financiamentos para exportação de aeronaves da Embraer.

A Embraer

Em nota, a Embraer alegou que as negociações entre Fiesp e entidades sindicais continuam e que a “unidade opera normalmente, assim como as demais fábricas da empresa“, segundo a reportagem.

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