Profissionais da saúde marcham pela democracia

Jornal GGN – Profissionais da área da saúde assinam manifesto de repúdio a qualquer tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  “O impedimento de quem galgou o posto de presidenta da República sem que tenha cometido crime de responsabilidade, devidamente comprovado, é GOLPE”, dizem.

Para eles, a atenção universal e gratuita representada pelo SUS também está em risco. “Compreendemos que a promoção, a produção da saúde e o enfrentamento dos determinantes sociais, que possam garantir vida com mais qualidade e saúde para a nossa população, são indissociáveis da garantia de direitos sociais e da democracia, conquistados com muita luta e ameaçados”.

Assinam o manifesto indivíduos e entidades de classe. Hoje, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, os profissionais realizam uma caminhada em defesa do SUS.

Via Facebook

Postado por Vânia Grossi

A saúde em defesa da democracia – Não ao golpe!

Nós, militantes da saúde (usuários, gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades de trabalhadores, docentes, pesquisadores, residentes, estudantes, conselheiros e ativistas de movimentos populares da saúde), que dedicamos nossas vidas nas últimas décadas ao processo de construção e implementação do Sistema Único de Saúde, a partir da visão de que a saúde é um direito social, de cidadania e, portanto, um dever do Estado, manifestamos o nosso repúdio a qualquer tentativa de impeachment de uma presidenta eleita pelo voto popular descumprindo o estabelecido na Constituição.

O impedimento de quem galgou o posto de presidenta da República sem que tenha cometido crime de responsabilidade, devidamente comprovado, é GOLPE. Golpe também sobre os avanços democráticos, na atenção universal e gratuita representados pelo SUS.

Compreendemos que a promoção, a produção da saúde e o enfrentamento dos determinantes sociais, que possam garantir vida com mais qualidade e saúde para a nossa população, são indissociáveis da garantia de direitos sociais e da democracia, conquistados com muita luta e ameaçados. Aqueles que não obtiveram aprovação nas urnas e que se associam aos interesses de empresários e financistas inescrupulosos, setores do judiciário e da mídia, mancomunados para produzir atalhos que poderão escrever, se tiverem êxitos, uma história de trevas e atraso para o nosso país.

Nós, que prezamos e lutamos pela democracia, não podemos aceitar essa afronta ao Estado Democrático de Direito.

Saúde, democracia e cidadania em nosso país foram conquistas estabelecidas no contexto da luta política pela redemocratização. Também execramos a corrupção e esperamos que o país seja passado a limpo. Todos que cometeram ilícitos – mas todos mesmo – devem ser investigados e punidos, dando-lhes o direito de responderem as acusações respeitado o devido processo legal. Não vamos permitir retrocessos. Conclamamos todos os democratas a se unirem na luta pela democracia e contra o golpe.

Repudiamos também o clima de ódio fomentado. Se nos calarmos diante desta ilegalidade democrática, estaremos nos calando diante da intolerância com o desigual, diante da violência contra a comunidade LGBTT, mulheres, negros periféricos. Respeito à diferença coerente com os princípios do SUS como a equidade.

O SUS sofre há muitos anos com ataques constantes dos mesmos setores da mídia que apoiam hoje o golpe. Uma política pública ameaçada de ampliar seu desfinanciamento com a agenda apresentada por grupos golpistas, com graves consequências à universalidade, integralidade e equidade.

Só existe SUS na democracia!

Saúde é luta!!!

Não vai ter golpe!!!

Assinam esta Petição

Pessoas

Alexandre Padilha – Ex-Ministro da Saúde

Arthur Chioro – Ex-Ministro da Saúde

Humberto Costa – Ex-Ministro da Saúde

José Gomes Temporão – Ex-Ministro da Saúde

José Agenor – Ex-Ministro da Saúde

Conceição Lemes – jornalista

Ronald Ferreira dos Santos – CNS

Antonio Carlos Cruz – SIMESP

Gabriela Braga Bordon – CEBES SP

Thiago Henrique – CEBES/ REDE DE MÉDICOS

Paula Morena Silveira – CEBES

Luana Xavier dos Santos – OBSTETRICIA/ EACH

Pericles Cristiano B. Flores – SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Cátia Cristina Dias da Silva – PARTIDO DOS TRABALHADORES – DIRETÓRIO MUNICIPAL SÃO PAULO

Maria Cícera da Silva – SMS – G

Edilaine Rosin – FRENTE ESTADUAL ANTIMANICOMIAL

Akinyele Kayode Ferreira Barbosa – REDE DE MÉDICOS POPULARES

Célia C. P. Bortoletto – SMS

Juliana Sales – CUT NACIONAL

Doralice Severo da Cruz – ABRASBUCO

Cícero Marcolino da Silva Junior – UNEAFRO BRASIL/ MÉDICO RESIDENTE

Marisilda da Silva – SETORIAL DE SAÚDE PARTIDO DOS TRABALHADORES

Gabriela Martins da Silva – CEBES

Ana Figueiredo

Silvana Pereira

Entidades

Faculdade de Saúde Pública/USP

APSP

ABRASCO

CEBES

COSEMS SP

Hoje, 07 de abril, às 10 H na Praça da República

Redação

Redação

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  • É fundamental que todos nós

    É fundamental que todos nós tenhamos clareza que tanto a defesa da Democracia diz respeito a todos nós.

    Não é a defesa de um partido ou outro.

    Da mesma forma, o Pré-sal (e os royalties) do Pré-sal dizem respeito a todos os brasileiros.

    Os recursos do Pré-sal começam a entrar para Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia a partir deste ano de 2016.

    Assim como a Democracia, o Pré-sal não pertence a um partido ou governo. É a possibilidade de emancipação da Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia para um país de 205 milhões de habitantes.

    O Golpe está intimamente associado ao controle dos recursos do Pré-sal.

    Assim, defesa da Democracia e defesa do Pré-sal pertencem a todos os brasileiros.

    Assim, as caminhadas, articulações e manifestos, podem (devem!) ser articular as duas questões: Pré-sal/Royalties e Democracia. 

    Não tem por que os profissinais da Petrobrás organizarem manifestações/passeates sem contarem com o apoio dos profissionais da Educação, Saúde, Universidades e Centros de Pesquisa.

    O mesmo vale para os profissionais da Educação, Saúde, Universidades e Centros de Pesquisa: devem buscar contato com os petroleiros.

     

  • o setor de saúde foi um dos

    o setor de saúde foi um dos mais expressivos nas lutas para a implantação do atual

     sus na constituição de 88..

    percebem que o golpé não é só o impedimento da presidente,

    mas uma reversão de todas as conquistas memoráveis da época.....

  • Sei q o sindicato dos psicólogos do Rio d Janeiro tb faz ato hoj

    Na sede do SISEJUFE (?), Av. Presidente Vargas 509 décimo-primeiro andar.

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