Meio século depois, família consegue enterrar e se despedir de desaparecido pela ditadura


Foto: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos
Jornal GGN – Após quase 50 anos de sua morte, perseguido e torturado pela ditadura do regime militar em 1971, a família de Dimas Antônio Casemiro pode se despedir em cerimônia de luto, na cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo, local aonde o desaparecido político nasceu.
Os restos mortais de Dimas foram identificados a partir de uma mobilização de um grupo de pesquisadores, o Grupo de Trabalho Perus (GTP-Perus), com o objetivo de dar respostas aos quase 30 anos de negligências com as ossadas encontradas na vala clandestina de Perus, localizada na zona Norte de São Paulo, no cemitério Dom Bosco.
Desde 2014, o Grupo de Trabalho Perus vem atuando em parceria da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos (CEMDP), pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e então representantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad.

Grupo de Perus comemora envio de resquícios a laboratório internacional
Em setembro do ano passado, parte destes materiais dos enterrados em Perus e respectivas mostras de sangue de familiares foram enviados à Bósnia, ao laboratório da Comissão Internacional para Pessoas Desaparecidas (ICMP), reconhecido internacionalmente, que conseguiu identificar as ossadas de Dimas Antônio Casemiro, em fevereiro deste ano.
Os resquícios do desaparecido político foram finalmente recebidos por seus familiares nesta quinta-feira (30), passados quase 50 anos desde que ele foi torturado e morto pela ditadura do regime militar em 1971.
A família escolheu o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados para realizar a despedida, em cerimônia de luto na cidade de origem do militante, Votuporanga, juntamente com um velório, e finalmente o enterro dos restos mortais.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Recent Posts

Deputadas de direita querem impedir fiscalização da Lei da Igualdade Salarial

Filiadas ao PL, União Brasil, Cidadania e ao Novo apresentaram proposta na Câmara Federal

2 horas ago

CNU: tire suas dúvidas sobre o adiamento do concurso

Fortes chuvas no sul levaram governo a adiar aplicação das provas em todo país

2 horas ago

Cozinhas solidárias distribuem marmitas aos atingidos pelas enchentes no RS; veja como colaborar

Distribuição começou nesta sexta-feira (3) e deve seguir durante o final de semana; movimentos pedem…

3 horas ago

Hamas chega ao Egito e acordo de cessar-fogo pode ser divulgado em breve, diz mídia árabe

Jornais árabes afirmaram o Hamas teria aprovado a implementação da primeira fase do acordo, que…

3 horas ago

SP: agora, até as águas correm para trás, por Rita Casaro

Empresa-símbolo da engenharia brasileira está à beira de privatização predatória e ilegal, que afetará serviços…

4 horas ago

Em apenas 24 horas, Brasil registra mais 35 mil casos prováveis de dengue

O número de mortes confirmadas pela doença nos primeiros meses deste ano chegou a 2.197

4 horas ago