Categories: Coluna Econômica

Comentarista da Globo sugere Francisco para governar o mundo

        Simplício ficou intrigado com o comentário de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo dizendo que o povo ama o Papa Francisco por causa da baixa credibilidade dos políticos. “O que tem bunda a ver com as calças?”, pensou. “Se isso fosse verdade”, refletiu, “estaremos no Brasil e no mundo em maus lençóis: como não há muitos papas disponíveis para a política, a solução é converter os políticos em franciscanos e jesuítas, ouainda entregar o poder civil mundial ao Papa Francisco”.

        “É possível que gente como Jabor ache que o azar do Brasil foi esses jesuítas terem perdido a guerra da República dos Guaranis para espanhóis e portugueses. Se tivessem ganho, hoje não teríamos os problemas com bispos em greve de fome contra a transposição do São Francisco e indígenas inconformados com a hidrelétrica de Belo Monte”. 

        “Viveríamos todos felizes, às escuras e sem esses incômodos aparelhos elétricos que entulham nossas casas e cozinhas, inclusive tevê, o que nos pouparia de certos noticiários de televisão e beneficiaria os romances em banhos de rios e à luz das estrelas com lindas índias saídas diretamente de livros de José de Alencar. Ah, e teríamos políticos assustadoramente honestos governando nossa vida bucólica como reproduções xerocadas do Papa Francisco depois de fazer a faxina do Banco do Vaticano e da Cúria”.

        Voltando à crua realidade, Simplício mergulhou em profunda especulação filosófica a respeito do que levava alguém a dizer asnices tão grandes na tevê mesmo quando representa um risco de instabilidade para o país porque recorre a generalizações irresponsáveis, sem apontar nomes e sem identificar circunstâncias. Depois de muito refletir, chegou à conclusão que lhe pareceu óbvia: “É a impunidade. O sujeito pode dizer o que quer e fica impune. A impunidade é o que possibilita a corrupção. Mas é o que possibilita também a irresponsabilidade na televisão, nas revistas e nos jornais.”

       Simplício então concebeu um plano pelo qual se criasse um comitê com plenos poderes para acabar com a impunidade da corrupção política junto com a impunidade da mídia quando cometesse crimes de divulgação de notícias e comentários provadamente falsos. Por outro lado, seria instituído um prêmio nacional para investigações jornalísticas e televisas que resultassem em processo e punição de corrupção, tanto no setor público quanto no setor privado, e também na mídia. O comitê, por sua vez, seria autorizado a dar uma olhadinha nas contas bancárias dos jornalistas e comentaristas que, sem apresentar provas, dizem que os políticos não têm credibilidade e são sempre ladrões.

        Simplício meteu sua mochila nas costas e rumou para Brasília na expectativa de encontrar um político que adotasse sua sugestão de comitê. E escreveu na agenda vermelha: “A chave dos males da política e da mídia é a impunidade.”

Redação

Redação

Recent Posts

TVGGN: Usuário insatisfeito com operadoras de saúde deve registrar queixa na ANS

Operadoras têm amparo jurídico e atuação política, mas ANS impõe prazo para resposta e pode…

15 minutos ago

Mães lutam por justiça aos filhos soterrados pela mineração

Diretora da Avabrum, Jacira Costa é uma das mães que lutam para fazer justiça às…

1 hora ago

Desenrola para MEI e micro e pequenas empresas começa nesta segunda

Para evitar golpes, cidadãos devem buscar ofertas e formalizar acordos apenas nas plataformas oficiais de…

2 horas ago

Cozinha Solidária do MTST distribui mais de 3 mil marmitas por dia a vítimas das enchentes no RS

Movimento tem a previsão de abrir mais uma Cozinha Solidária em Canoas e precisa de…

3 horas ago

Só deu tempo de salvar meu filho e pegar uma mochila, conta morador de Eldorado do Sul ao GGN

Em Eldorado do Sul, a sociedade civil por responsável por realocar 80% das famílias, mas…

5 horas ago

Xadrez do segundo tempo de 8 de janeiro e o New Deal de Lula, por Luís Nassif

Para o bem ou para o mal - espera-se que para o bem - o…

5 horas ago