Bendine vai aumentar o controle financeiro da Petrobras

Jornal GGN – O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, está recebendo carta branca da presidente Dilma para aumentar o controle financeiro da estatal e defendê-la do escândalo de corrupção deflagrado pela Lava-Jato. A prioridade é resolver a questão contábil, será feita uma avaliação de perdas e testes de retorno financeiro sobre os ativos.

Novo presidente assume com carta branca de Dilma para aumentar controle financeiro da estatal

Por Gabriela Valente

Do O Globo

Com poucas horas no cargo, Aldemir Bendine traçou um plano para blindar a estatal do maior escândalo de corrupção do país

Bendine e Dilma durante a celebração de um milhão de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil – Eliária Andrade/22-08-2013 / O Globo

BRASÍLIA – Com poucas horas no cargo, o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, traçou um plano para blindar a estatal do maior escândalo de corrupção do país. São três metas, segundo o novo presidente informou a fontes ouvidas pelo GLOBO. A missão mais urgente é resolver a questão contábil, que levou a empresa a não ter seu balanço financeiro auditado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). Bendine deve passar o fim de semana lendo 800 páginas sobre as metodologias utilizadas na empresa para começar a ter noção do trabalho que tem de ser feito. E já avisou a alguns funcionários que urgência não significa trabalho malfeito.

Para isso, será feita uma avaliação de perdas e alguns testes de retorno financeiros sobre vários ativos. A nova diretoria ainda pretende fortalecer a área financeira com um novo plano de negócios. O terceiro objetivo é fazer com que a petrolífera atravesse a investigação da Operação Lava-Jato com o mínimo de danos. Bendine recebeu carta branca da presidente Dilma Rousseff para fazer o que for preciso, até reformar o estatuto da Petrobras.

As tarefas mais árduas já foram repassadas a Ivan Monteiro, o novo diretor financeiro, segundo fontes do setor. O técnico era até ontem o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, e subordinado a Bendine na instituição. A primeira avaliação do técnico foi que é preciso criar um processo financeiro mais confiável, como o que teria feito no BB. A primeira ação é resolver a questão do balanço, já que isso influencia diretamente na imagem da estatal no mercado financeiro. A divulgação das perdas de R$ 88 bilhões com corrupção na semana passada foi considerada uma “barbeiragem” pelo governo, que alega que a avaliação não seguiu a melhor metodologia para o cálculo.

Em segundo lugar, o objetivo é fortalecer a área financeira. Para isso, Monteiro — considerado pelo mercado um dos melhores na área — deve analisar a situação de caixa e promover novas captações para resolver problemas mais urgentes. A intenção é fazer um “novo mix” nas finanças da instituição. A nova diretoria quer rediscutir papéis dentro do corpo técnico. E, depois disso, criar um novo plano de negócios, de investimentos e de capital.

A terceira missão é enfrentar a Lava-Jato, mas a avaliação do novo presidente é que a empresa tem tratado a investigação com transparência e colaborado com a PF e o Ministério Público.

Antes da reunião de ontem do conselho da Petrobras, Graça Foster, que renunciou ao cargo de presidente da empresa dois dias antes, conversou com Bendine e se colocou à disposição para colaborar numa transição mais tranquila. Segundo funcionários da estatal, Graça está abalada emocionalmente com o escândalo e com a forma que a levou a sair da empresa, na renúncia coletiva da diretoria.

Bendine não participou da primeira parte da reunião do conselho da estatal e só entrou na sala após ter o nome aprovado. Enquanto o ex-ministro da Fazenda e ainda atual presidente do colegiado, Guido Mantega, conduzia a reunião que votava sua escolha, Bendine aguardava em uma sala ao lado. Segundo participantes, os acionistas minoritários se incomodaram quando souberam que o nome de Bendine havia sido veiculado pela imprensa como o novo presidente mesmo antes da votação.

Bendine foi convidado para o posto na quarta-feira, quando Dilma o chamou para uma conversa e apresentou a missão. No encontro, ela teria dado autonomia total para o executivo.

Redação

Redação

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  • Uma ótima escolha. Se o novo

    Uma ótima escolha. Se o novo presidente é um neófito com relação anos negócios do Petróleo, tem, em contrapartida, expertise em finanças e gestão administração.  A Petrobrás, conforme se extrai desse escândalo de corrupção, padecia, padece, de elementares estruturas de contrôle o que sobremaneira facilitou, ou até mesmo induziu, a vida dos larápios. 

    A petrolífera tem quadros de excelência na atividade-fim. Cabe ao presidente requisitá-los para assessorá-lo. 

    Quanto a essa denúncia acerca de um empréstimo a uma socialite fora das normas do banco, não dou uma pataca por ela(denùncia, não a mutuária). Afirmo ser inverossímil se ponderadas as informações prestadas pela Folha de São Paulo. A começar que ninguém, nem o o presidente do Banco, tem poderes para deferir empréstimos de forma solitária, ou não solidária, As operações são analisadas por um corpo técnico totalmente apartado da área negocial e em todas as suas fases(proposta-estudo-deferimento-formalização-liberação dos recursos) há as chamadas "averiguação de conformidades".

     

      • Vamos lá, Walker,repassa

        Vamos lá, Walker,repassa alguma coisa que eu não saiba. A que tragédia aludes? 

        Vocês são pregoeiros das desgraças, isto sim. Tal qual abutres, vivem de carniça. 

        Tudo em vão: a Petrobrás operacionalmente vai bem, obrigado. Apó Bendine arrumar as finanças e os procedimentos internos  ela voltará nos "trinques".

        Aí, mais uma vez, o projeto de privatizá-la(Petrobrax, lembra?) será frustado. 

        PS: compre ações da companhia enquanto é tempo. 

  • Por que alguns homens se entregam tão facilmente?

    JANOT PEDE AJUDA DOS EUA PARA INVESTIGAR PETROBRAS

    Essa é a manchete do Brasil 247.

    O que deseja de fato esse homem?

  • espero que dê tudo

    espero que dê tudo certo.

    sempre haverá urubus torcendo contra em busca de

    carniças para alimentar seu desejos vorazes....

    espero que bendine sobrevoe acima dessas aves agourentas

    e drible as sacanagens aprontadas pelos interesses contrários à empresa

    e marque  um gol de letra na sua administração...

     

  • acredito que não se entregam...

    quando se torna difícil conseguir por aqui, se desesperam, impacientam-se com quem conduz as investigações e pedem um empurrão em direção ao futuro............................................

    mas que futuro? um futuro desejado por nós, brasileiros? claro que não

    nunca deixou de ser um futuro irresistivelmente desejado pelos controladores do mercado

  • PETR não é o problema, mas a PBR pode ser

      PETR são as ações e/ou ADRs listados em bolsa, sobem e descem de acrdo com os "humores e rumores " do mercado, já estiveram em 24,90, hj. estão em torno de 9,00, o que é do "jogo", é mercado, um prato cheio para a midia, afinal são cotados diariamente, e convenhamos, a verdade é a seguinte, a esmagadora maioria da população não entende p.n. de como funciona a Bolsa de Valores, mas mesmo assim se espanta, com quedas abruptas, ainda amis quando veiculadas de forma estrepitosa, confundindo coisas completamente diferentes, colocando tudo no mesmo saco.

       Por que o balanço - auditado até março, é fundamental ?

       Os "papéis de divida ", os 21 bonus corporativos, os PBR ( conheçam todos em www1.nyse.com/bonds/nysebonds/CorporateBonds.html), alguns com vencimento até 2043, que a Petrobrás utilizou para captar dinheiro no mercado internacional e nacional, se financiar, sendo que a grande maioria destes papéis, avalizados na época da emissão, pelas agencias de risco, como "investment grade", foram adquiridos , por Bancos e varios "fundos de pensão", sendo entesourados - recebendo juros até o vencimento - ou transacionados nos mercados de dividas ( como derivativos ).

         Portanto sem um balanço auditado, e queda de investment grade para especulativo, todos os 21 bonus, podem ser exigiveis - liquidados antecipadamente, impedindo que a Petrobrás se financie no mercado.

          Alem deste balanço auditado pela PWC, com assessoria da Deolittle e do BNP Paribas, uma das funções do Monteiro, será a de renegociar alguns destes papéis, os trocando por outros - suapando a  divida - liberando a Petrobrás do pagamento dos juros por um prazo determinado - "renovando o dinheiro ", para tanto, alem de um balanço crivel e auditado, é necessária uma apresentação da reavaliação dos ativos, novo plano de investimentos, e séria apresentação de um fluxo de caixa constante e futuramente positivo.

          P.S.: Sei que as pessoas que acessam este site acham que as "agencias de classificação de risco" e empresas de auditoria externa, são quase como uma máfia, mas o problema é que os investidores acreditam nelas.

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