Para entender a barbeiragem da PcW com o balanço da Petrobras

No artigo “O nonsense do balanço da Petrobras”  (http://migre.me/pDQM6mostrei as contradições na forma da PcW qualquer as perdas da empresa.

Uma explicação rápida para quem se interessa pelo tema:

1.     Suponha um investimento de US$ 1 bi, que teve um sobrepreço de US$ 300 milhões e uma corrupção de US$ 30 milhões. No total, o empreendimento custou US$ 1.330.000 e por esse valor foi contabilizado.

2.     Aí vem a PcW e aplica o teste do impairment, calculando quanto deveria ser contabilizado o investimento levando em conta o fluxo futuro de resultados que gerará. O valor final foi, digamos, de US$ 600 milhões.

3.     Na hora de dar a baixa contábil, a PcW pegará o valor total contabilizado do ativo (US$ 1.330.000) e abaterá o valor do impairment. A diferença de US$ 400 milhões será abatida do valor do ativo no balanço.

4.     Só que nesses US$ 1.330.000 já estava registrado o suposto valor da corrupção, que foi embutido no custo final do empreendimento.

5.     Ao abater do valor do impairment o suposto valor da corrupção, a PcW incorre em dupla contagem. Isto é, abateu duas vezes o suposto valor da corrupção. Logo, deixou um ativo subavaliado em pelo menos 3% (o cálculo da corrupção).

Tabela corrigida

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Fofoca

    E além disso, os 3% foram valores obtidos devido a fofocas e não através de levantamentos, documentos ou mesmo sentença judicial.

  • Simples assim,

    se a PcW consultasse o contador Leôncio Barbosa dos Santos, com escritório em Tapiraí, interior de São Paulo, no momento atarefado com as centenas de declarações do IR de contribuintes com renda e patrimônio que não alcançam os três dígitos, ele faria uma pausa em sua lida diária e esclareceria a famosa e renitente empresa de auditoria. Precisando de ajuda posso passar o telefone para a PcW consultá-lo em casos menores como o da Petrobras.

  • A  MEU  VER JA  QUE FOI

    A  MEU  VER JA  QUE FOI  CONTABILIZADO   1.330    ESSE  É O VALOR FINAL  DO EMPREENDIMENTO  NAO  HAVENDO AI  DESVIO. 

    a unica forma  seria  a empreiteira  receber os  30  milhoes  e  depois  repassar  para os funcionarios corruptos. Renato Duque ,Paulo  R,. Costa  e  aqueles  que  estao no esquema como  Youssef. o que  importa  é que  o preço final  ficou em  1.330. DENTRO DO ACERTO  da corrupçao entre empreiteiras  e  funcionarios  é repassado para eles  30  milhoes, mais  ai  é  um jogo  entre  eles. a Petrobras  so  sai  perdendo  porque  a obra poderia custar  30  milhoes  a  menos  como poderia custar tambem  330  milhoes  a menos  se nao  tivesse o  sobre-preço.

    Como se  vê  nao se  pode  atribuir  a petrobras  perdas  de  6  bilhoes  porque os  valores  acertados  nos contratos foram  pagos, e nao tem como  alguem dizer que  foi  tirado  qualquer  valor  da Petrobras  ja que  consta  na contabilidade da mesma  o valor  total. Por ai  se  ver  que  os  valores  devem ser contabilizados como  sobre  preço  inclusive  o da propina. Mais   diante  de tantos contratos  feitos pela  Petrobras   6  bilhoes  é  cafe pequeno  enao se  pode atribuir  esses  6 bilhoes  como  prejuizo ja que  foram contabilizados. no preço total da obra.

    Dessa forma  quem tirou dinheiro  da Petrobras  foram as empreiteiras  que  bolaram o sistema de propina  e  teve  conivencia com os  funcionarios  acima  CITADOS.  e para todo efeito  nao tem conselho da petrobras  que descubra  que  eles estavam pagando propina  ja que  tudo consta no contrato.  

     

  • Barbeiragem

    Uma empresa do porte da PcW cometer uma "barbeiragem" supostamente tão óbvia ? Certamente não haverá contestações dos envolvidos. A Petrobrás  supostamente não irá mexer neste vespeiro. Esperemos e veremos(ou nada será dito).

  • A PwC e a corrupção

    O Mauro Santayana lembra em seu artigo no JB esta semana que a PwC, que teria exigido esse tipo de malabarismos contábeis para aprovar as contas da Petrobrás, está longe de ser flor que se cheire, tendo uma história de altas pilantragens, entre elas a Luxemburgo Leaks que provocou um rombo de centenas de bilhões de US$ ao tesouro dos EUA. Ou seja, de confiável e séria, não tem nada a PwC, que foi obrigada a mudar de nome por causa da tanta sujeira, como, de número, aquele prédio da Barata Ribeiro, em Copacapana, do mal-afamado 200 para, se a memória recente não me trai, 220.

    Segue um trecho do artigo do Santayana:

    "Que autoridade e credibilidade moral e profissional tem a PricewaterhouseCoopers para fazer isso [as aludidas exigências]?

    Se a Petrobras, não tivesse, premida pela necessidade de responder de qualquer maneira à situação criada com as acusações de corrupção na empresa, sido obrigada a contratar empresas estrangeiras, devido à absurda internacionalização da companhia, iniciada no governo FHC, nos anos 90, e tivesse investigado a história da PwC, que contratou por milhões de dólares para realizar essa auditoria pífia - que não conseguiria provar as conclusões que apresenta - teria percebido que a PwC é uma das principais empresas responsáveis pelo escândalo dos Luxemburgo Leaks, um esquema bilionário de evasão de impostos por multinacionais norte-americanas, que causou, durante anos, um rombo de centenas de bilhões de dólares para o fisco dos EUA, que está sendo investigado desde o ano passado; que ela é a companhia que está por trás do escândalo envolvendo a Seguradora AIG em 2005; que está relacionada com o escândalo de fraude contábil do grupo japonês Kanebo, ligado à área de cosméticos, que levou funcionários da então ChuoAoyama, parceira da PwC no Japão, à prisão; com o escândalo da liquidação da TycoInternational, Ltd, no qual a  PricewaterhouseCoopers teve de pagar mais de 200 milhões de dólares de indenização por ter facilitado ou permitido o desvio de 600 milhões de dólares pelo Presidente Executivo e o Diretor Financeiro da empresa; com o escândalo da fraude de 1.5 bilhão de dólares da Satyam, uma empresa indiana de Tecnologia da Informação, listada na NASDAQ; que ela foi também acionada por negligência profissional no caso dos também indianos Global Trust Bank Ltd e DSK Software; e também no caso envolvendo acusações de evasão fiscal do grupo petrolífero russo Yukos; por ter, em trabalho de auditoria, feito exatamente o contrário do que está fazendo no caso da Petrobras, tendo ficado também sob suspeita, na Rússia, de ter acobertado um desvio de 4 bilhões de dólares na construção de um oleoduto da Transneft; que foi acusada por não alertar para o risco de quebra de empresas que auditava e assessorava, como a inglesa Northern Rock, que teve depois de ser resgatada pelo governo inglês na crise financeira de 2008; e no caso da JP Morgan Securities, em que foi multada pelo governo britânico; que está ligada ao escândalo da tentativa de privatização do sistema de águas de Nova Délhi, que levou à retirada de financiamento da operação pelo Banco Mundial; e também criticada por negligência em trabalhos de auditoria na Irlanda, país em que está sendo processada em um bilhão de dólares.

    Enfim, a  PricewaterhouseCoopers é tão séria - o que com certeza coloca em dúvida a qualidade de certos aspectos do balanço da Petrobras - que, para se ter ideia de sua competência, o  PublicCompanyAccountingOversightBoard dos Estados Unidos encontrou, em pesquisa realizada em 2012, deficiências e problemas significativos em 21 de 52 trabalhos de auditoria realizados pela PwC para companhias norte-americanas naquele ano."

    O artigo, que merece ser lido em sua íntegra pode ser encontrado aqui:

    http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2015/04/26/a-petrobras-e-o-dominio-do-boato/

  • Barbeiragem

    Gosto muito de vários de seus artigos, mas este está cheio de barbeiragens... melhor tirá-lo do blog e relê-lo umas 10 vezes antes de republicar... Pegou mal, já que era uma crítica ao trabalho dos outros... Possivelmente eles mereciam crítica, mas é preciso fazê-lo bem feito....

  • Urgente - Correção -

    Nassif, corrigir valores - D - E  - o cálculo foi feito considerando o valor base de 1.000.000e não o de 1.330.000... ou o valor do investimento 1.000.000 considerando embutidos os valores seria de 1.000.000 e não de 1.330.000.. ou ... ou...verificar os cálculos....

  • Está uma bagunça isso aí!

    Os eventuais sobrepreço e propina foram totalmente contabilizados. O impairment ajusta o valor do bem à realidade. Se a conta do ativo era devedora em 1.330 e o valor real foi estabelecido em 600, 730 serão creditados à conta para que o valor contábil coincida com o real. Pelo método das partidas dobradas, simultaneamente ao crédito de uma conta do ativo ocorre débito a conta(s) de resultado (despesa). É interessante separar as perdas por reavaliação (400) daquelas causadas por cota de crime (300 de sobrepreço e 30 de corrupção) pois somente assim não se corre o risco destas últimas serem não dedutíveis tributariamente, mas o valor final do ativo é 600, não 570.

  • O valor da corrupção,

    O valor da corrupção, estimado em 3% dos investimentos efetuados nos últimos 12 anos, pelo que se tem noticiado e narrado em delações recomendadas, será recuperado. Não sei se desde os tempos em que o Boechat denunciou ou do Paulo Francis. Quando o percentual, era maior. Esse valor, recuperável, terá de ser escriturado como realizável. Um ativo financeiro substituindo outro ativo de investimentos. Eu acho que esse valor será recuperado integralmente quando as investigações das contas do HSBC aparecerem. É possível que se recupere um valor maior pois desconfio que muitas transações tidas como corrupção da Petrobrás, alguns fiorinis, tem origem ilícita. E que não poderiam, se explicadas a origem verdadeira, propiciar os benefícios aos réus como o de não cumprirem em liberdade as penas. Portanto, é possível que até sobre dinheiro.  Como já comecei desconfiar, não custa desconfiar um pouco mais. Sobre os estoques. De produtos que encolhem com o frio e se dilatam com o calor. Nem vou me permitir desconfiar em diminuição de receitas como se indevidas fossem, cujos desembolsos, não aparecem nem como despesas muito menos como investimentos. Ainda bem que a nova contabilidade vai deixar tudo transparente. Como os balanços chineses. 

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