– Melhor maneira de verificar, antes, se já não estou morto.
– Mas não se mata cavalos e malfeitores?
– Pelo menos eu driblaria o câncer.
– Milênio algum jamais me assustará.
– Apanhei-te horóscopo! Pura enganação!
– Levo comigo a reputação de meu terapeuta.
– Pronto, agora não voto mais mesmo! Chegou!
– Aí está: uma cura definitiva para a calvície.
– Enfim cavaleiro do reino de sei lá o quê.
– A vida está pelos olhos da cara. Pra morte eles fazem um precinho especial, combinado?
– Enfim, ano bissexto nunca mais. Esses ficam para o Jaguar. O resto pro Ziraldo.
– Ao menos é uma boca de menos a sustentar.
– Só quero ver quanta gente vai sincera no meu funeral.
– Pronto! Inaugurei estilo novo: Arte Morta.
– Sabe que minha vida não daria um filme. O livro eu já escrevi. Deixem o desgraçado em paz, peço-lhes.
– Custou, mas estou acima de qualquer lei que vocês bolarem aí.
– Levou tempo, mas cortei enfim meu cordão umbilical.
– Roncar, nunca mais. Nem eu nem ninguém ao meu lado.
– Que desperdício nunca ter fumado em minha vida!
– Consegui preservar o mistério sempre giarando em meu torno.
– Maioria silenciosa? Essa agora é comigo.
– Na verdade, nunca me senti à vontade nessa posição incômoda de cidadão do mundo.
– Ei, juventude, pode vir que pelo menos uma vaga esrá aberta.
– Emagrecer é isso aqui.
– Agora é conferir se, do outro lado, sobraram tantas virgens assim.
E assim, cada vez que um”frasista” passar por perto de mim, leve uma nossa: minha e de Millôr. Dois contra um a gente ganha mole.