Jornal GGN – A Casa das Caldeiras recebe o projeto “Tempo Forte”, entre os dias 4 e 6 de setembro, em São Paulo. A mostra apresenta os trabalhos e experimentos do programa Obras em Construção, que neste ano conta com a participação de vinte e quatro artistas, entre chineses e locais que realizam sua pesquisa e processo de criação dentro da associação.
O Obras em Construção, com apoio do Ministério da Cultura, Ald Automotive e Banco Barclays, todos os anos reúne projetos que tenham algum tipo de relação com o patrimônio e, na apresentação do resultado desta grande ocupação, os artistas residentes expõe sua obra, processo, pesquisa propondo um olhar sobre temas com reflexões sobre a arte e o processo de criação.
Esta edição de “Tempo Forte”, traz os seis artistas chineses DingHao, ZhangWei, YangLiu, ZhaoYanan, ChenwenLing e YuGao, que acabam de chegar na cidade para realizar a sua residência artística. “O programa valoriza o processo do artista no curso do desenvolvimento de sua obra no local, tendo como desafio a dialética entre Arte e Patrimônio que a Casa das Caldeiras peculiarmente propicia, fomentando um contexto de troca de conhecimentos, métodos e impressões entre seus residentes”, disse Joel Borges, responsável do Obras em Construção.
Entre os residentes está a artista plástica Carmem Munhoz, que irá apresentar pintura “Mergulho em Águas Plácidas”, onde propõe uma pesquisa poética entre a fluidez da pintura aquarela, os limites físicos e as relações sócio culturais de pessoas com deficiência. Dando vida a ações de pintura e oficinas pensadas para pessoas com deficiência. Já Carolina Sudati, traz para o público a performance “NOIVA estudos para o concurso I”, que explora o arquétipo da noiva, passando pelo amor e pelos contratos sociais com a ação de registro de memórias de casamento e coleta de roupas usadas em matrimônios.
O Coletivo P.A.Y. (Picanha After Yoga), sob a direção de Alexandre Paulain, apresenta “Faca Lâmina”. A dança livre foi inspirada no poema Uma faca só lâmina, de João Cabral de Melo Neto. Dudu Quintanilha traz o projeto “Ingovernáveis”, que propõe um trabalho de performances gravadas em vídeo, que serão projetados durante o evento. Os vídeos para o projeto foram feitos com dois indivíduos, frequentadores de algumas Casas de Acolhida. Um deles sugeriu uma visita a um hotel na Cracolândia, que acabou sendo registrada para o trabalho.
Para “A Flor da Lua”, o bailarino e coreógrafo Marcus Moreno, apresenta um espetáculo de dança sensível e poético, que como o próprio nome diz, faz referência a esta espécie de flor pouco conhecida. Marcelo Bressanin e Pedro Ricco, do DUO B, apresentam “Volátil”, uma instalação sonora resultado das primeiras experiências realizadas pelos artistas, que pesquisam as características acústicas do edifício Casa das Caldeiras e se apropriam do espaço como uma ferramenta analógica/arquitetônica para edição de áudio.
”Underneath”, de Mariana Molinos e Felipe Teixeira, traz o estudo para uma Dança-Instalação que se relaciona com as noções de permanência, continuidade e “superação de obstáculos” impostos pelo exercício da vida. A movimentação vai gradativamente revelando novos ambientes, convidando o visitante a participar e se surpreender. “Imagem Latente”, projeto do fotógrafo e artista visual Marcelo Fontana, trabalha com manipulação e sobreposição de imagens.
Coletando materiais ou ideias, o artista Maurício Cardoso utiliza o espaço da Casa das Caldeiras como laboratório, para dar vida ao projeto “Caminhos Formais, Estéticos e Simbólicos”. A instalação interage com os trabalhos dos outros residentes e com o próprio território, em um cenário da Arte Conceitual. Se tornando literalmente uma “Obra em Construção”, sem a intenção de produzir “obras acabadas”.
O Vulcão, formado por Vanessa Bruno, Livia Vilela, Rita Grillo, Elisa Volpato e Paulo Salvetti apresenta “Pulso”, um espetáculo solo inspirado em um dos ícones da Poesia Confessional norte-americana dos anos 50, Sylvia Plath. A peça apresenta o último dia de vida da poetisa que se revela, em tom confessional com memórias e devaneios de alguns dos momentos mais importantes de sua vida.
“A Casa é cheia de simbolismos que os grupos acabam incorporando no processo e nós valorizamos muito isso. Gostamos de trabalhar com valores e com coisas que sejam verdadeiras, e que acima de tudo permaneçam. Física e culturalmente, podemos dizer que hoje, a Casa das Caldeiras é um local de resistência. Valorizamos a memória e a história. ”, disse a diretora Karina Saccomano.
A Casa das Caldeiras é uma construção de 1920, que com seus tijolos e chaminés remete aos visitantes à memória viva do período em que a cidade se transformou em metrópole. Desde o seu restauro, em 1998-1999, passou a ser reconhecida como um polo de cultura independente.
Tempo Forte
Carmem Munhoz com “Mergulho em Águas Plácidas”
Carolina Sudati com “Noivas_E Outros Estudos da Relação Corpo e Vestuário”
Coletivo Pay com “Uma Faca Só Lamina”
Dudu Quintanilha com “Estudo Esporádico de Performances Epp”
Marcelo Bressanin e Pedro Ricco, do Duo B, com “Volátil”
Marcus Moreno com “A Flor Da Lua e Outras Efemeridades”
Mariana Molinos e Felipe Teixeira com “Cronologia Kairós”
Maurício Cardoso com “Caminhos Formais, Estéticos e Simbólicos”
Vanessa Bruno, Livia Vilela, Rita Grillo, Elisa Volpato e Paulo Salvetti com “Vulcão Criação e Pesquisa”
Marcelo Fontana com “Imagem Latente”
Serviço
De 4 a 6 de setembro, das 15h às 21h
Local: Associação Cultural Casa das Caldeiras
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 2000 – Água Branca, São Paulo – SP, 05001-200
Entrada gratuita
*Não possui estacionamento no local.
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