Bom dia, Boa semana… pré-carnavalesca!
Hoje, obras que mostram o ‘lado A’ e o ‘lado B’ do Carnaval… de (quase) um século atrás!
A grande tela Baile à fantasia , do pintor, decorador e professor Rodolpho Chambelland , causou grande sensação na Exposição Geral de Belas Artes de 1913, no Rio de Janeiro – da qual também participou a obra O dia seguinte , de Arthur Timotheo da Costa.
Biografias:
Rodolpho Chambelland (RJ, 1879-1967) – na Wiki – na Peregrinacultural’s Weblog
Arthur Timotheo da Costa (RJ, 1882-1923) , por Arthur Valle
As imagens e os dois trechos abaixo reproduzidos estão nesse belo trabalho de análise da primeira tela (acessível, mesmo para quem não é do ramo):
Baile à fantasia, de Rodolpho Chambelland: A figuração do frenesi , por Arthur Valle
” 3. Muito do apelo imediato que Baile à fantasia guarda ainda hoje, passados quase cem anos de sua realização, se deve ao tema nele figurado. Sem dúvida, se encontram representadas no quadro certas particularidades do Carnaval antigo que hoje caíram em um relativo esquecimento, tanto no que diz respeito às fantasias (cf. os ‘Dominós’, de costas), quanto aos passos dos foliões (estes dançam, como pontuou Gonçalo Alves, o maxixe, ritmo que, no início dos anos 1910, era ainda considerado polêmico pela forma desenvolta e sensual como era bailado). Todavia, creio que a frenética evolução das figuras dentro de um recinto fechado, salpicado de confettis e serpentinas, pode, ainda assim, ser facilmente identificada pela maioria dos apreciadores dos dias atuais.(….)” “5. (….) Significativamente, no mesmo ‘Salão’ de 1913, Arthur Timotheo da Costa expôs um outro quadro versando sobre o Carnaval, denominadoO Dia Seguinte [Figura 3]. Dir-se-ia que essa obra constitui um verdadeiro pendant do Baile, mostrando o que foi reiteradamente interpretado como um momento melancólico posterior ao frenesi do quadro de Chambelland[18] – um dos personagens, o Pierrô de branco, parece mesmo se repetir nas duas obras. É difícil dizer que tipo de acordo houve entre Chambelland e Arthur Timótheo – conhecidos de longa data – para a exibição dos dois quadros tão interelacionados, no mesmo certame; o certo é que a crítica de então percebeu a ligação óbvia, e, por vezes, as duas obras foram comentadas em conjunto, com clara desvantagem para o quadro de Arthur Timótheo, que sofreu críticas devido aos seu aspecto de esquisse e seu clima mais sombrio.”
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