Adolescentes se sentem mais próximos aos pais quando eles se conectam nas redes sociais

Jornal GGN – Professores da Universidade Brigham Young, nos EUA, publicaram estudo que mostra que a relação entre adolescentes e seus pais podem melhorar quando ambos mantêm-se conectados por meio das redes sociais. Segundo a pesquisa, os mais jovens se sentem mais próximos dos pais quando também existe um relacionamento virtual, como acontece no Facebook, no Twitter e no Instagram, por exemplo.

As conclusões do estudo, liderado pelas professoras Sarah Coyne e Laura Padilla-Walker, foram alcançadas após pesquisa que envolveu 500 famílias. Entre as principais revelações do estudo está o fato de que os adolescentes sentem impactos positivos da relação virtual na vida real, como o aumento do que os pesquisadores chamaram de comportamento “pró-social”, o que pode torná-los mais generosos, amáveis e até mesmo úteis aos outros.

Confira, a seguir, a entrevista de Sarah Coyne concedida à revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking.:

Como as mídias sociais podem ajudar as famílias a se sentirem mais conectadas?

Você pode fazer cadastros em várias redes sociais. Seu filho pode postar uma foto, e você pode mostrar apoio ao curti-la ou fazer um bom comentário. Ou publicar uma atualização de status que faz o mesmo tipo de coisa. Isso dá mais oportunidades para dar um feedback positivo ou mostrar afeto. As redes sociais dão um olhar intimista à vida de seu filho adolescente. Elas permitem que os pais saibam pelo que seus filhos estão passando, o que os seus amigos pensam que é legal ou divertido, e ajudam os pais a se sentirem mais conectados aos filhos. Elas dão uma abrem uma pequena janela para o que está acontecendo.

Qual é o nível típico de envolvimento da família nas mídias sociais?

Nosso estudo perguntou quantas vezes eles interagem em mídias sociais. Metade dos adolescentes de nosso estudo relatou estar em redes sociais com seus pais e 16% interagiu com os pais todos os dias por meio delas.

Eram interações mais frequentes relacionadas a uma maior proximidade da família?

Sim, os pais que mais frequentemente usam as mídias sociais o fazem para interagir com os adolescentes, mantendo mais forte a conexão.

Os pais podem levar isso muito longe, presumivelmente. Você viu algo sobre isso em seu estudo?

É o tipo de coisa que pode fazer você passar do limite. Os pais precisam ser inteligentes no modo de usá-las. Eu acho que realmente são uma ótima ferramenta para se conectar com seus filhos. Mas, assim como tudo mais, tem que ser usado com moderação. Você não quer ser o pai que publica mensagens com imagens embaraçosas de seu filho o tempo todo ou que faz comentários sarcásticos. Você tem que manter o nível do que é apropriado e respeitoso com o adolescente.

O quanto este fenômeno lembra o paradoxo da galinha e do ovo? Se membros de uma família já estavam perto uns dos outros, os pais parecem mais propensos a ser amigos dos filhos nas redes sociais.

Nós estudamos esse ponto. Os pais que estão mais conectados com seus filhos adolescentes, em geral, querem manter essa conexão em outro lugar. Acho que é um pouco de ambos, é bidirecional. Como temos experiências em novas mídias, isso fortalece laços que já existem. É uma forma de obter uma relação mais rica, consolidando o que já existe.

Então, o que se vê nas mídias sociais é apenas a manifestação de um estilo de relações saudáveis de parentesco?

Exatamente. É apenas uma ferramenta de um arsenal que os pais têm para se conectar com seus filhos adolescentes. É ver o que os adolescentes estão fazendo – eles estão em mídias sociais, e por isso é uma boa ferramenta para usar.

O que o surpreendeu nesta pesquisa?

Nós também descobrimos que as redes sociais, em geral, independentemente do uso dos pais, estão associadas a certos resultados negativos para adolescentes. Eles costumam ser agressivos e ter comportamentos de superioridade. Isso foi um pouco surpreendente para mim. Nós tendemos a pensar no uso das redes sociais como algo relativamente inofensivo, e, na maioria das vezes, ela realmente é. Mas as crianças as estão usando durante muito tempo. No estudo, alguns adolescentes que usavam as redes por mais de oito horas diárias apresentaram problemas em termos de agressividade e depressão.

Alguns adolescentes preferem plataformas sociais mais recentes, que ainda não são muito utilizadas pelos pais, tanto quanto o Facebook é. O que você diria aos pais sobre isso?

Eu acho que é importante que os pais estejam mais experientes no uso das mídias e saibam onde seus filhos estão. Vários adolescentes estão no Twitter e muitos pais não sabem nada sobre a plataforma. Se você realmente quiser ficar envolvido com seu filho, não pode ter medo de aprender novas tecnologias, conhecer novos sites e saber onde ele está.

Redação

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