ESA testa protótipo de diagnóstico de saúde que usa uma gota de sangue

Jornal GGN

– A Agência Espacial Europeia (ESA) está construindo, para os astronautas abordo da Estação Espacial Internacional (ISS), um protótipo de equipamento capaz de fazer check-ups de saúde e mostrar diagnósticos utilizando apenas uma gota de sangue. A ideia é que o dispositivo tenha os resultados dentro de poucos minutos, oferecendo exames de saúde rápidos e resultados para a pesquisa científica.

A pequena amostra de sangue é colocada sobre um dispositivo portátil construído em torno de um disco, similar a um mini-DVD. O disco é fixado em um aparelho de centrifugação para separar a amostra entre plasma e soro, enquanto realiza uma série de testes simultaneamente. Já existem modelos, no solo, que possuem inúmeras aplicações, como unidades de laboratório automatizadas que cobrem doenças cardíacas, câncer de próstata, diabetes e doenças hepáticas.

Mas a versão “espacial”, que precisa ser ainda mais compacta e ágil, está sendo desenvolvida pela empresa irlandesa Radisens Diagnostic, que começou a trabalhar com a ESA em 2011. Jerry O’Brien, CEO da empresa, teve a ideia em uma noite, em seu escritório, quando se deu conta que o processo de diagnóstico não necessita de gravidade para ser feito. “Nossa abordagem posterior tem sido a de alavancar nossos empreendimentos comerciais para uso no espaço também. Potencialmente, a tecnologia poderia estar pronto para uso em órbita dentro desta década”, avalia.

A primeira fase da parceria da empresa com a ESA levou em conta a adequação do processo para o espaço. Agora, a equipe trabalha na criação de protótipos práticos para uso na estação e outras missões espaciais tripuladas futuras. A vida a bordo da ISS pode levar a várias consequências negativas de saúde aos astronautas, e a supervisão por médicos na Terra, no dia a dia, é limitada.

“O que a Radisens vai desenvolver é do maior interesse”, diz François Gaubert, da ESA. “Ser capaz de realizar uma análise rápida de amostras de sangue dos astronautas e monitorar seus parâmetros fisiológicos a bordo da estação, sem a necessidade de transportar as amostras até os laboratórios em solo, seria extremamente útil”. A abordagem também se destina para uso em terra, liberando laboratórios hospitalares especializados.

“O espaço está provando ser um terreno muito fértil para empresas irlandesas no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e provando o seu desempenho em ambientes extremos”, diz Seán Sherlock, ministro da Irlanda para a Pesquisa e Inovação. “O exemplo da Radisens também mostra claramente como as tecnologias desenvolvidas para o espaço podem ter um grande impacto na sociedade aqui na Terra em melhorar a saúde humana”.

Com informações do Phys.org

Redação

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