Exoesqueleto que fará paraplégico dar pontapé inicial da Copa está em testes

Jornal GGN – Começam ainda este mês os testes do exoesqueleto que fará uma pessoa paraplégica caminhar no gramado do jogo de abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho, e dar o pontapé inicial da partida diante de um público de 70 mil pessoas no estádio e bilhões em todo mundo. Oito pacientes foram selecionados na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo, onde foi criado um novo laboratório de neuro-robótica.

“Eles estão fazendo os testes básicos e, nos próximos dias, começarão a interagir com um ambiente virtual e com uma veste robótica estática, que permite que andem sem sair do lugar. Podemos medir a reação do paciente, como ele está se saindo, calibrar os dados de cada paciente antes da chegada do exoesqueleto ao Brasil, prevista para fevereiro”, explicou o coordenador do projeto Andar de Novo, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.

“O nosso objetivo é criar novas tecnologias que possam restabelecer de uma forma significativa o controle motor em pacientes que sofram com lesões da medula espinal e outras doenças neurológicas que geram um grau de paralisia muito severo”, explica. O projeto conta com a participação do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, idealizado por Miguel Nicolelis, e a parceria da AACD, mas é um consórcio internacional sem fins lucrativos.

“Não precisamos inovar como os outros países inovaram. Podemos ter a nossa própria estratégia de desenvolver uma indústria biomédica, ou uma ciência que tenha impacto para a sociedade. Se tudo der certo do jeito que a gente planejou, é um marco para a ciência brasileira. É uma maneira totalmente nova de mostrar para pessoas que jamais teriam contato com notícias científicas que a ciência está em todo lugar, que a ciência faz parte da nossa vida. Vai ser como colocar o homem na lua”, compara Nicolelis.

O projeto Andar de Novo é apoiado pela Agência Brasileira da Inovação (Finep), com R$ 33 milhões, mas também abarca a participação de cientistas da Universidade de Duke, na Carolina do Norte (Estados Unidos), onde o professor Nicolelis leciona, além de universidades dos estados norte-americanos do Colorado, Kentucky e Califórnia, instituições europeias em Munique (Alemanha), em Lausanne (Suíça), e em Paris (França).

Com informações do Portal da Copa.

Redação

Redação

Recent Posts

Tragédia no RS não deve mudar projetos do poder público, acredita Carlos Minc

Após deslizamentos em Petrópolis, em 2011, prefeituras do RJ seguiram permitindo construções em áreas de…

30 minutos ago

Dona Sinhá, a dama do samba da Barra Funda, por Daniel Costa

Cacilda Costa, conhecida como Sinhá, foi uma grande referência não só para o Camisa Verde…

36 minutos ago

60 obras mostram a beleza da resistência à ditadura militar, por Carolina Maria Ruy

Temos então uma produção cultural profícua daquela época que demonstra, acima de tudo, a força…

51 minutos ago

Bilionários neofascistas, necropolítica e o caos informacional, por Jéferson Dantas

Atualmente, o apagamento da memória social é um projeto político deliberado de megaempresários nutridos pelo…

1 hora ago

Racismo ambiental e Inundações: o Duplo Golpe Sofrido pelo RS diante das Mudanças Climáticas

O Brasil, os desastres climáticos no Rio Grande do Sul e a excepcionalidade permanente do…

2 horas ago

A tragédia no Rio Grande do Sul, por Gerson Almeida

As vulnerabilidades aos eventos climáticos extremos estão fortemente relacionadas aos benefícios dados aos interesses do…

2 horas ago